Resenhas - Anatomia de um quase corpo

Luciana1005 21/04/2023

Anatomia de Um Quase Corpo
Um livro que nos provoca os sentidos.
Senti a dor, o corte, a perda...

Chorei algumas vezes.

Não vou contar detalhes, para que vivam esse livro como eu. Tropecem nele, se levantem e sigam cada linha e suas surpresas.

Já tinha recebido alguns "spoilers" de amigos que o haviam lido, mas nenhum que me usurpasse os aromas, as emoções dos caminhos percorridos no dedilhar desse livro.

Todo ele é beleza e arte.
Costurado à mão, nos sutura em suas palavras entrecortadas por nossas lágrimas que misturam-se às suas tintas. Com dor sim, mas com um viver prazeroso também.

Elineuza.Crescencio 27/03/2023

Uma relaidade de exploração
Leituras de Março - 10 – 2023 – 35
Título: Anatomia de um quase corpo
Autor: Yara Fers
País: Brasil - SP
Páginas: 71
Editora Independente – SP - 2020
Avaliação: 4/5
Término da leitura: 27/03/2023

A autora
Yara Fernandes Souza nasceu em Ribeirão Preto – SP.
Atualmente vive no Ceará.
Contrariando o que todos os escritores dizem, vive de sua escrita, da venda de livros, ministrando oficinas poéticas e prestando alguns serviços como “ghost writer de não-ficção” e leitura crítica de poesia.
Recebeu diversos prêmios por suas publicações e pelas participações em concursos de poesias e slan.
https://www.instagram.com/yara.fers/


O Livro

Trabalhando em uma fábrica, operando uma máquina, jovem mulher sofre um acidente e perde a mão.
Por bastante tempo sente a dor da perda do membro e enquanto segue entre os médicos e consultórios relembra o convívio entre os companheiros de trabalho e a sua própria vivência enquanto trabalhadora.
A história é carregada de emoção.
É carregada de vida.
A autora mostra com sensibilidade a experiência de viver sem um membro dentro de uma sociedade onde se espera que as mulheres e demais seres sejam perfeitos.
Gostei e recomendo.


site: https://entremeadaselivros.blogspot.com/2023/03/2023-marco10-leitura-anual35-anatomia.html

li_mfr 24/03/2023

Visceral
Visceral em sua narrativa diferenciada. Visceral em suas descrições dramáticas. Visceral na autodescoberta e adaptação de nossas diversas imperfeições.
Um livro que nos remete a refletir sobre a importância de nos amarmos como somos, mas também da necessidade das pessoas ao nosso redor somarem e não dificultarem nossas vidas.
Uma história que demonstra o quão válido é você se sentir útil para a sociedade, mas ao mesmo tempo, deixa claro como essa sociedade )principalmente o mercado de trabalho) nos trata como meras peças de reposição, sem valor.
Livro surpreendente e maravilhoso!

maria17914 21/03/2023

Achei lindo que mesmo sendo tão curto, você tem tempo pra se conectar com a barbara. e pra apreciar a maneira poética que ela fala da dor, querendo ou não, as vezes existe beleza na dor, e esse livro retrata isso. e consegue te fazer refletir sobre diversas coisas em menos de 80 páginas

deniferreira 19/03/2023

Uma leitura leve e fluida apesar de ser uma história carregada de tristeza. Mas também poesia e música. Há vida no chão de fábrica!

Dayane| @portas_de_papel 12/03/2023

Anatomia de um quase corpo
Um livro fabuloso que nos engrandece , faz-nos questionar a vida , a estrutura social e até que ponto estamos vivendo ou apenas sobrevivendo .
Neste livro vamos conhecer Bárbara . Uma operária que sofre uma amputação e que busca na escrita encontrar à completude que esse corpo não tem mais.
O livro é cheio de cadência, uma narrativa poética, bem estruturada capaz de tocar os recônditos da alma humana.
Nos ensina a perceber onde morremos a cada dia e sem perceber vamos nos transformando em rotinas de máquinas sem valor .
A sensibilidade da autora é admirável.
É daquelas leituras para a vida .
Um livro essencial e transformador .
Transforma a dor !

@_paralivreando_ 06/02/2023

Quando a tangerina e o sax se encontram
Bárbara tinha planos, um futuro cheio de música, amor e amizades. Porém, tudo isso se desfaz.

Barbara trabalha na linha de produção de um empresa, e em uma noite, a máquina na qual trabalha todos os dias, começa a apresentar defeitos, e é na tentativa de conserta-la que Barbara perde uma parte de seu corpo.

E agora? O que resta para a jovem sonhadora? Apenas um corte, uma interrupção de tudo o que um dia ela foi e que gostaria de ser.

Barbara se prepara para viver a vida de um ângulo totalmente desconhecido. Ainda assim não era a maneira que ela gostaria de viver.

Nesse livro o leitor irá acompanhar a luta de Bárbara pela aceitação e compreensão de que ela ainda tem uma vida para se viver. Sentimentos de frustração e incapacidade terão lugar entre essas páginas quando o assunto é a frieza com que certas empresas tratam seus funcionários, as quais visam somente os lucros. E também nos relatos de relacionamentos abusivos e comportamentos machistas.

A forma como a escritora compara e descreve os problemas, as frustrações, e o cotidiano de Bárbara, me surpreenderam.
Um livro cheio de aprendizados e reflexões e que com certeza será levado para a vida !

Sophia2155 02/02/2023

O livro é curto, porém muito visceral. Consegue trazer e tocar em diversos assuntos importantes de uma maneira única e poética. A fluidez da narrativa junto com o desenvolvimento da personagem fazem esse romance ser uma leitura incrível e necessária.

Ana Lícia - @livroedelirio 02/02/2023

O luto não trata-se somente de mortes, mas engloba também perdas e mudanças. Dessa forma, perdas podem não ser validadas pela sociedade, enquadrando-se em um luto não reconhecido. Isso pode causar danos emocionais ao enlutado, impedindo que o indivíduo fale sobre suas emoções e vivências.

O livro "Anatomia de um quase corpo" aborda exatamente a perda e um luto não reconhecido, uma vez que Barbara, a protagonista, perde um membro tão importante e simbólico para nós: a mão. A amputação de um membro traz sentimentos conflituosos, uma vez que não identifica-se mais com o que se vê no espelho.

Barbara procura por si mesma, um pedaço perdido em meio a mistura de um humano é corpo-máquina. Ela perdeu-se em várias partes, e busca pela música que costumava tocar e pelo amor por sua amada Letícia.

A autora denuncia e critica como muitas vezes somos tratados como máquinas e robôs, mostrando-nos as mortes diárias. É um livro que fala sobre agressão contra a mulher, morte, luto, perda, relações trabalhistas e a importância da arte na vida de cada um.

Anatomia de um quase corpo é um livro de ficção composto por sonoridades e pura poesia. Com uma escrita fluída e bela, Yara nos transporta para as cenas a ponto de sentir as dores e aflições da protagonista. É um livro doloroso e lindo ao mesmo tempo, pois além da tristeza também há muita esperança.

Leiam!

E para quem quiser saber mais sobre os lutos, sobretudo o não reconhecido, me chama que eu recomendo um artigo sobre o assunto.

yxzies 01/02/2023

o capitalismo destruirá tudo o que tocar.
Com uma grande crítica à exploração da mão de obra temos o relato de vida de uma mulher que perde seu antebraço e mão direita em um dia de trabalho em que precisa limpar a termoformadora que é responsável, sem saber que a mesma está ligada. A narrativa dessa história se dá pela tentativa incessante de Bárbara, a protagonista, de não sucumbir a dor de seu membro fantasma. Ela não reconhece o corpo em que vive, mesmo que somente uma pequena parte dela tenha sido retirada, Bárbara sente como se a própria existência houvesse sido removida de seu corpo juntamente com seu antebraço e mão. Ela narrará seus dias que mais se assemelham ao inferno e pesadelos que não cessam. Durante o processo de cicatrização dessa ferida recém-criada, ela nos levará ao passado, narrando todos os dias em que morreu um pouquinho até o dia do "acidente", porque sim, o que aconteceu na fábrica foi tratado como um acidente e chamado de ?ato inseguro?, justificando o ocorrido como algo não proposital. Bárbara não irá receber indenização e muito menos apoio da empresa, somente de seus colegas Djanira e Edivaldo que tentarão trazer a amiga de volta a vida. Quando Edivaldo ainda era um recém chegado na empresa, durante a pausa para o jantar, Bárbara ouviu um som de saxofone tocando e foi logo procurar o que era aquilo, pois não era comum instrumentos tocando naquele ambiente. Foi nesse dia que Bárbara percebeu o amor que tinha pela música. Algum tempo depois ela iniciou suas aulas de música com uma moça chamada Letícia, que logo se tornará a sua parceira de vida. O relacionamento de Bárbara com os amigos e sua namorada se tornará uma linha tênue entre a loucura e a vergonha. Bárbara gradativamente se afastará de tudo que ela ama e isso influenciará na forma como ela se enxerga e enxerga o mundo ao seu redor, quase como uma morta-viva que somente rasteja pela casa. Durante essas voltas ao passado Bárbara nos mostra como a fábrica e a termoformadora estão diretamente ligadas a ela, fazendo de si mesma uma máquina-humana.
Durante uma de suas aulas de música, Bárbara fará uma analogia entre os instrumentos musicais e máquinas presentes em fábricas. Ela diz que os instrumentos musicais não se assemelham em nada à mão de obra empenhada em uma linha de produção. E é nesse momento que nós leitores, percebemos que Bárbara não é somente mais uma funcionária dentro daquela fábrica, é também uma pessoa que começa a perceber que está dentro de um sistema capitalista, onde a mão de obra dela, 24 horas por dia, não vale o que a termoformadora que ela é responsável, produz (Isso não é dito na leitura mas é algo explícito para quem tem conhecimento do sistema a que pertencemos desde sempre.) Depois de uma tentativa de suicídio, Bárbara será levada para um local onde finalmente irá se reconectar consigo mesma. E ao voltar para sua casa ela se dá conta de que precisa encerrar essa vida-máquina que leva. Bárbara denuncia a empresa e logo alguns outros funcionários acabam denunciando ocorrências dentro da mesma empresa. Quando o local é fechado por perda de colaboradores e patrocinadores, Bárbara volta a empresa e tenta gritar com a fábrica que tanto aprisionou ela, tornando a parte de si. Nos fazendo lembrar de uma cena em que a protagonista narra uma figura feminina dentro daquele local, assumindo o papel de mãe e tornando todos os funcionários seus filhos, mas ela se dá conta de que na verdade aquilo não passa de uma ilusão criada pela própria fábrica. Para interpretação de alguns pode ser outra coisa mas para mim é a percepção de Bárbara ao notar que aquilo não é só uma fábrica mas todo o sistema tomando conta dos funcionários que operam dentro daquela empresa. Enxergar uma crítica a exploração da mão de obra é também perceber que em outra cena, Bárbara nos conta que houve uma queda no quadro de energia da empresa e mesmo assim os gestores não liberam os funcionários, e ela sente novamente como se jamais pudesse se desligar da fábrica, que mesmo que as termoformadoras estejam desligadas, elas são partes de todos os funcionários que ali estão.

Deia tá lendo 31/01/2023

?Anatomia de um quase corpo

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Bárbara é uma jovem funcionária de uma fábrica onde é operadora da termoformadora.
Depois de algum tempo ela faz dois amigos que às vezes após o expediente, tinham a melhor hora do dia no bar próximo à empresa.
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Bárbara descobre a música e o amor na sua vida, tudo ia relativamente bem até o fatídico dia, um no qual mudará sua vida para sempre.
Será Bárbara capaz de superar e continuar sua vida?
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?Quotes
"Quantos relatos de batalhas individuais ficavam presos em cada pessoa, camuflados em seus uniformes?"
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"Todos sempre temos planos, ainda que a maioria deles nunca chegue a se concretizar, eles nos apontam a estrada. E isso nos permite caminhar, suportar obstáculos, adaptar a estrada se necessário. "
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?Minha opinião
Alerta de gatilho.
Em Anatomia de um quase corpo tempos representatividade, dor, luto, amigos, família e recomeço. No enredo temos críticas a sociedade machista, ao funcionário considerado máquina e no seu descarte/substituição.
É uma leitura com reflexão e também é profunda nos dilemas de corpo e casa.
Confiram!
Os links estão na bio da autora.
?4.7?

Andressa Klemberg 31/01/2023

Incrível
Um livro muito sensível e poético sobre a vida de uma mulher que trabalha em uma fábrica e perde sua mão em uma máquina. Ao longo da jornada ela percebe que a vida é muito mais do que simplesmente de limitar a sua profissão. E se redescobre sem uma parte de si.

Audry Santos 24/01/2023

Todos que trabalham com máquinas deveriam ler
Um acidente numa máquina de trabalho muda a vida da personagem. Acho que todos que trabalham em linha de produção deveriam ler esse livro e pensar: quando um acidente acontece, quem sofre as consequências é o trabalhador.

Tay 08/01/2023

Uma cicatriz também canta
Bárbara sofre um acidente de trabalho e perde um membro. Naquele momento, não perdeu somente um membro, mas diversos outros pedaços de si como a fé, a sensação de ser 'completa ', o amor.

Aqui descobrimos que bem todo fim é um fim e que podemos achar uma luz em meio a um evento traumático.

Ingrid Lúcia 05/01/2023

Afinal, oq é uma perda?
Anatomia é uma leitura rápida e gostosa. A forma suave como Yara escreve e descreve questões complexas de um pós acidente não impactam na vontade de ler a história até o fim. Existe simplicidade, amor, angustia, dúvidas, receios e um monte de outros sentimentos para se refletir. Leiam sem medo. S2