Maps Martins 24/07/2023
Em "Delilah Green não está nem aí" vamos conhecer Delilah, uma fotógrafa que após se mudar para Nova York se dedica totalmente a sua carreira. No entanto, ao receber uma proposta de quantia irresistível, ela precisa retornar para sua cidade natal como fotógrafa do casamento da sua irmã postiça, Astrid, com quem não tem uma boa relação. Em Bright Falls, ela reencontra não somente sua irmã e sua desprezível madrasta, como também as amigas de infância de Astrid, incluindo Claire. Assim, durante os eventos pré-casamento, elas terão que lidar com questões pessoais, uma noiva estressada e uma forte atração.
? Um livro ótimo para distrair. Ele não é um romance revolucionário, carrega até mesmo alguns clichês em cenas e personagens, mas que unidos a boa escrita da autora, fazem com que a leitura seja um momento leve e divertido, mesmo que alguns assuntos mais sérios sejam inseridos.
Os personagens são bem descritos e isso faz com que criemos afinidade com o grupão de amigas. Porém, confesso que em certos trechos me irritei com a personalidade ?loba solitária sarcástica? exagerada da Delilah, mas com o decorrer da história ela foi sendo trabalhada, principalmente o seu trauma com a rejeição, e isso mudou bastante o meu olhar. Ainda assim, não posso deixar de ressaltar: uma terapia para ela e para irmã e uma conversa sincera resolveriam tudo.
Em contrapartida, a Claire eu queria encher de abraços. Ela foi mãe solo por um longo tempo e de repente se depara com o pai voltando jurando mudança. Aqui a autora trouxe o caso real da mulher que precisa amadurecer e agarrar a responsabilidade da maternidade, enquanto o homem pode sumir por ainda ser um jovem que não entende a vida. O receio e a angústia da Claire em deixar sua filha se apegar, correndo o risco de se decepcionar, é completamente compreensível, e muitas vezes senti que ela com sua proteção acabava saindo como "a vilã que não acredita na mudança e no amor do genitor" (que só quis ser pai depois de 11 anos). A autora poderia ter romantizado menos a volta do pai ausente.
Com uma boa trama, a obra é um romance com protagonismo sáfico que traz muitos temas familiares. ??