Vitória 16/01/2024
Eu peguei esse livro no finalzinho do ano passado, no meio de uma ressaca tão braba que eu estava desde antes do Natal sem conseguir ler nem escrever uma resenha sequer (inclusive, aos que perceberam que ficaram uns 10 livros pra trás sem resenha, lamento dizer que há grandes chances delas não virem mais). Não fazia a mínima ideia do que a minha skin leitora tava precisando no momento pra se livrar de toda essa carga, então tomei a melhor opção que foi: agarrar a primeira lombada que me chamasse atenção na estante e começar a ler. Por incrível que pareça deu certo, pelo menos em partes.
Todo mundo já sabe que eu sou uma cadelina da charme e, como compradora assídua das promoções de 50%, acabam chegando livros na minha casa que eu não faço a mínima ideia da sinopse, mas que talvez eu leia num futuro próximo, e esse foi um desses casos. Lembro do lançamento dessa série, quando a editora anunciou que o livro seria ilustrado, e que eu tinha achado essa proposta incrível. Então, quando precisei completar o valor de algum carrinho pra conseguir uma promoção, ele apareceu aqui. Nunca tinha lido nada da autora, não fazia ideia do tipo de romance que ela escrevia e sequer fui atrás da sinopse antes de iniciar a leitura, e essa deve ter sido a minha melhor escolha.
Aqui, graças aos céus, temos uma comédia romântica delicinha, com o cara rico que salva a menina pobre de problemas financeiros em troca de um fake dating e acaba se apaixonando no meio do caminho. De cara eu caí de amores pela Lottie. Ela é aquela personagem que qualquer mulher vai se identificar, que passa por todos os perrengues com um sorriso no rosto fingindo estar plena enquanto, por dentro, os divertidamentes estão dando pane e quebrando a sala de controle inteira. Ela é muito sarcástica, as tiradas dela são engraçadas e trazem a leveza que eu esperaria de uma sunshine que já não é mais tão sunshine assim porque a vida já pisou demais em cima.
Já o Huxley é o protagonista meio fechadão que só se mostra de verdade pra algumas pessoas, e essas pessoas aqui são os irmãos dele. É interessante ver como a postura dele muda quando os momentos em família acabam e os negócios se iniciam, e como ele embarca nessa coisa do fake dating encarando tudo ali como mais uma transação. Por isso, a gente consegue ver a barreira dele quebrando ao longo da história, como ele vai mostrando sua verdadeira personalidade pra Lottie, e como ela gosta desse Huxley verdadeiro e começa a lutar pra que ele apareça mais. Achei lindo como o relacionamento aqui me pareceu um esforço de ambos, até mesmo na hora do fake dating. Enquanto a Lottie tira piadas (muitas vezes sem sentido) do bolso tentando fazer o Huxley rir, ele faz de tudo pra que ela se sinta confortável, já que ele consegue sentir o desconforto dela por ser jogada numa realidade muito diferente da sua.
Até aqui eu poderia ter dado 5 estrelas facinho pra essa história, mas tenho que comentar os problemas, que sequer sei se foram problemas da autora mesmo ou meus, mas vou explicar. Meu ritmo de leitura voltou ao normal com esse livro, eu estava lendo até não aguentar mais, porém, no dia 31 e no dia 1, eu precisei dar uma pausa na leitura pra passar o feriado com uns amigos e, quando retornei, não me parecia mais ser o mesmo livro que eu tinha deixado pra trás. Senti um distanciamento meu em relação aos personagens a partir dos 70% e principalmente nos plots finais. Parecia que, ao invés de ler tantas páginas pra conhecê-los mais, eu tinha desaprendido coisas sobre ele, porque os dois me pareciam estranhos. De novo, não sei se isso se deve a uma falta de planejamento da autora ou ao tempo no qual eu pausei a leitura, mas, como a resenha e a nota são sobre a minha experiência, eu preciso tirar uma estrela por causa disso (e só não tiro mais porque o início realmente foi muito bom).
Sobre outros pontos da história e da edição que nada tem a ver com os protagonistas: a charme mais uma vez arrasou no livro físico. Eu costumo não dar muita bola a livros ilustrados como os da coleção clássicos zahar, porque em algum momento eu sempre paro de prestar atenção nos desenhos e só quero saber da história, mas aqui isso não aconteceu. As ilustrações não são essenciais, o livro continuaria sendo muito bom sem elas, mas elas trazem aquele temperinho a mais, além de ser maravilhoso ver uma editora de romances com esse tipo de cuidado em relação aos leitores. Além disso, eu amei os irmãos do Huxley, e se os próximos livros não forem sobre eles saibam que eu estarei montando um piquete na frente da casa da autora. Aliás, se o par da Kelsey não for o JP eu vou surtar, Meghan Quinn que trate de fazer isso acontecer pra ontem, porque eu já estou sentindo que serei atingida com força no peito por um romance protagonizado por esses dois.