Sobre minha filha

Sobre minha filha Kim Hye-jin




Resenhas - Sobre Minha Filha


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Anyi H 24/07/2024

A história é narrada por uma mãe que é cuidadora de idosos e não aceita o relacionamento da filha com uma menina. Temos basicamente dois temas principais: a homofobia da mãe, que ocorre dentro da sua casa, e o envelhecimento, que se desenrola na clínica onde a mãe cuida de uma senhora chamada Zen.
É uma narrativa cheia de conflitos, mas o cenário que mais me impactou foi definitivamente a relação entre a mãe e Zen. O medo da mãe de que ela e sua própria filha tenham um destino semelhante ao daquela senhora é palpável. Acredito que esse tema é bastante abordado na Coreia do Sul, onde há um índice alto de idosos abandonados, sem moradia e emprego.
Demorei a engatar na leitura porque a história não me prendeu de imediato, mas é um livro curto que provoca bastante reflexão sobre a sociedade e a realidade de diversas famílias, independentemente do país em que vivem.
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Milena1481 21/07/2024

Sobre minha mãe
É mais do que o relato de uma mãe tendo que lidar com coisas que ela não tem como controlar ou escolher. Não é sobre sua filha, mas sim sobre ela mesma. Sobre como se enxerga na sociedade, sobre seus conceitos do que é certo e o que é errado. Uma narrativa profunda, sensível e incrivelmente verdadeira. Me tocou muito, de diferentes formas.
Por mais que tenhamos um abismo em relação a cultura, não é difícil entender e sentir na pele essa história.
Eu recomendo demais!
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Ariana Pereira 13/07/2024

Sobre ser mãe
É mais do que sobre a filha, é sobre a mãe, sua trajetória, suas projeções pra filha sobre envelhecer. É deparar-se com as construções de si e do outro ao longo da jornada. Um livro que traz inúmeros pontos de reflexões. Vale a pena
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Zé Guilherme 25/06/2024

Se doar em dor?
É muito doloroso não se ver naquilo que tínhamos planejado. A dor é maior quando esses planos são imposições de uma sociedade fechada e que de uma forma ou de outra impactará a maior projeção de um pai: seus filhos.

Abordando de forma complexa e dolorosa as questões interiores de uma mãe que está buscando entender a orientação sexual da sua filha única, a autora Kim Hye-jin consegue nos mostrar que quando não temos chances de salvar nosso mundo interior, buscamos resgatar o dos outros.

Um livro cru, triste, direto e universal sobre envelhecer e não enxergar saída, mas encontra-la onde menos se espera. Terminei extremamente tocado.
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Cristiana 22/06/2024

O preconceituoso é uma pessoa comum
O livro mostra que uma pessoa pode ser boa com um e preconceituosa com outro.
A história é narrada pela protagonista. Todo o livro se passa pelo ponto de vista dela. Com seus pensamentos.
Todos seus sentimentos de empatia, compaixão, homofobia, preconceitos e julgamentos.
Não é um conto de fadas. Não é um "e viveram felizes para sempre". É um livro onde as pessoas são o que são. Boas e más. Idealistas e acomodadas. Não são seres binários. São pessoas falhas. E que mostra que os intolerantes são pessoas comuns
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vestigios 19/06/2024

"Mesmo agora, nesse momento, aos poucos estou sendo empurrada para fora do tempo. Toda e qualquer mudança requer um grande esforço da minha parte. E, apesar de muito esforço, as mudanças são mínimas. Não importa se boas ou não. Não tenho escolha senão aceitar como parte de mim. Tudo o que resulta das minhas escolhas passa a fazer parte de mim. E o resultado dessas escolhas sou eu. Mas a grande maioria só percebe isso quando já é tarde demais. Lamento o tempo que perdi esticando o pescoço para bisbilhotar o passado, o futuro, tudo o que não faz parte do presente e, por isso, é inútil."

Sobre minha filha narra o olhar/opinião/ expectativas/projeções de uma mãe pela vida e escolhas de sua filha.
Esse livro abrange muitas temáticas, dentre elas: diferenças geracionais, homofobia, envelhecimento e cuidado de idosos, a cultura do cuidado feminino e a precarização do trabalho.
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Karlla Souza 30/05/2024

Sobre Minha Filha
"Sobre Minha Filha," narra a relação entre uma mãe tradicionalista e sua filha, que vive com sua namorada. Em tom confessional, a história aborda as dificuldades da mãe em aceitar a vida da filha, que desafia suas expectativas tradicionais.

Explorando temas de moralidade e família na Coreia do Sul, o livro reflete sobre mudanças sociais e o choque de gerações.

Gostei do livro foi uma leitura rápida, tenho gostado muito de literatura asiáticas. Senti que o livro traz uma questão de compreensão e não julgamento.
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liaramoss 16/05/2024

Aquelas coisas né
"Ir abrindo mão das coisas de que gostamos. Essa é a definição do verbo envelhecer."

achei a narradora uma chata insuportável caquética xoxa capenga insuportável. "ah mas são os padrões coreanos", não me interessa! não me apeteceu em momento algum, não é nada sobre a filha dela, é só sobre a caixinha que a cabeça dela vive e é sistematizada. a escrita não me agradou muito, não ter distinção de diálogo é algo bem complicado


tem uma história bem interessante, pesada, conflitos bons e é um bom livro.
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Porcuxa 08/05/2024

Uma mãe, cuidadora de idosos, vive em conflito com sua filha, uma mulher de 30 anos, que é diferente de tudo aquilo que ela fantasiou que sua filha seria. ao longo do livro, sentimentos contraditórios tomam conta dessa mãe.

o foco do livro não somente é essa mãe que não aceita as escolhas que sua própria filha fez pra sua vida, mas também uma reflexão sobre futuro, velhice e o medo de estar destinado a se tornar uma pessoa invisível e um fardo a todos ao seu redor.

eu gostei muito da leitura e me pegou em pontos específicos. comprei esse livro na feira de livros da UNESP meio que "às cegas" para conhecer os livros da editora Fósforo e foi uma ótima escolha.
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Ana Caroline 07/05/2024

Não sei o por que que eu insisto em ler livros sul-coreanos , é só para passar raiva com essa sociedade doente que eles tem por lá. Nesse livro, uma mãe que é cuidadora de idosos, recebe em casa a filha e a namorada da filha que ela não aceita de jeito nenhum, no desenrolar do livro vão surgindo situações que a fazem repensar o modelo de família e se a família é realmente uma segurança na velhice.
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Rafael Mussolini 26/04/2024

Sobre minha filha da Kim Hye-jin
"Sobre minha filha" da Kim Hye-jin (Editora Fósforo, 2022) é um romance sul-coreano que expõe de forma sincera e direta as diversas camadas que permeiam uma relação entre mãe e filha. É um relato incômodo sobre um lado da maternidade ainda pouco discutido, mostrando que ser mãe nem sempre será algo envolto apenas no amor. O livro desembaça a vista dos leitores para devassar o íntimo de uma mãe que está lidando com a frustração de ver sua filha seguindo um caminho diferente daquele idealizado ao parir. Para além disso, essa mãe se vê diante de um processo de envelhecimento, que segundo a própria personagem nada mais é que o processo de ir abrindo mão das coisas que se gosta. Relações familiares e conflito geracional dão o tom desse romance corajoso.

Nosso ponto de vista da história se dá apenas através do olhar dessa mãe, que possui uma grande dificuldade em nomear tudo o que a aflige. Algumas personagens e alguns sentimentos simplesmente não são nomeados e isso diz muito sobre os conflitos internos que enfrenta. Ela trabalha como cuidadora de idosos em uma clínica e apesar de estar consciente sobre alguns maus tratos que ocorrem na instituição, sente dificuldade em nomear as tais violências. Ela também sabe que sua filha é uma mulher lésbica que está em um relacionamento de sete anos com uma mulher, mas tem dificuldade em olhar para essa relação com normalidade e qualquer menção a palavra homossexualidade soa como um ataque direto. Ela só se refere à namorada da filha como “aquela menina”.

Quando a filha precisa voltar para a casa da mãe por conta de uma grave crise financeira a casa materna se torna uma bomba relógio, pois ela se muda acompanhada de sua namorada. As duas jovens são muito engajadas politicamente e participam de movimentos sociais no âmbito da universidade. Através do olhar da mãe acompanhamos toda essa movimentação que a seus olhos não faz o menor sentido. O interessante é que apesar de toda a homofobia e o conservadorismo que fazem parte da criação dessa mulher, não deixamos de perceber algumas faíscas de admiração por essa filha que segunda a própria mãe “nega o mundo”.

"Isso me incomoda tanto. Por que ela se recusa a ter uma vida normal? Por que ela nem tenta? Para que fui ter uma filha assim? Fiquei tão feliz quando ela nasceu. Eu ficava maravilhada e emocionada só de olhar para ela. Ela dormia e eu ficava olhando pra ela com o coração cheio desse sentimento que só podia ser definido como amor".

O amor é um tema essencial para essa história e vai para muito além da ideia romântica sobre o tema. É inegável que a personagem principal ama sua filha, mas esse amor acaba se manifestando juntamente com sonhos e expectativas que também fazem parte de uma construção social injusta, portanto, se torna um amor violento e que não respeita as individualidades. A mãe reflete o tempo inteiro sobre sua própria maternidade e sofre por conta de suas próprias idealizações.

Como estamos falando de uma sociedade coreana que tem preceitos tradicionais em sua formação, discussões sobre opressão de gênero e diversidade sexual ainda caminham por um campo nebuloso, onde a norma e as aparências ditam as regras. A mãe da história viveu toda a sua vida dançando conforme a música e quando percebe que sua filha pertence a uma outra geração e experimenta outras formas de viver seus afetos o seu mundo entra em colapso.

"Eu nasci, cresci e envelheci neste país, onde ignorar e guardar o silêncio a respeito do que acontece ao redor é considerado virtude e polidez. E por que passei a pensar nisso logo agora? Por que estou tão incomodada com essa situação, se nunca tive problemas em viver calada, fazendo as coisas como até agora fiz?"

Acompanhar os pensamentos da mãe é angustiante. Por vezes sentimos um bolor se formar na garganta, pois Kim Hye-jin consegue transportar para sua escrita a visão de mundo dessa mulher e ela está desesperada e em silêncio. A intenção do livro não é estabelecer certo e errado, mas confrontar realidades distintas e esse confronto naturalmente se torna uma ode à liberdade. Enquanto a filha não abre mão das coisas em que acredita e nem do seu amor, sua mãe também não abre mão daquilo que considera o certo, que considera que seria a felicidade para sua filha, mas as duas já estão forjadas por sociedades completamente diferentes.

"E naturalmente volto a pensar em minha filha. Chegamos aqui, nós duas, a esse momento, ela com trinta e tantos anos e eu com mais de sessenta. Como será o mundo no futuro? Esse mundo que não irei conhecer, mas que será vivido por ela? Será melhor que o de hoje? Será mais difícil?"

Um outro ponto recorrente do livro e que nos ajuda a entender o estado psicológico da personagem é o tema da velhice. Essa questão é bastante explorada na obra, tanto pelo fato dessa mãe estar com mais de sessenta anos, tanto pelo fato dela trabalhar como cuidadora de idosos, onde acaba estabelecendo uma relação muito próxima com uma das idosas que está em estágio avançado de demência e em total abandono parental.

"Como explicar que me vejo naquela mulher amarrada à cama, sem saber para onde está sendo levada? Como exprimir essa sensação tão nítida e explícita? Será que ela tem culpa de não ter ninguém com quem contar no mundo? Se penso assim é porque agora eu sei que não posso mais contar com a minha filha para mais nada? Será que eu também serei castigada como aquela mulher e terminarei minha vida assim, velha, largada e contando os dias para morrer sozinha? Será que é por isso que estou tentando fazer de tudo para impedir que isso aconteça?"

De forma genial, Kim Hye-jin vai nos mostrando que mãe e filha têm muito mais em comum do que elas mesmas imaginam. As duas possuem um espírito de luta que se aflora quando são colocadas diante de algo que vai contra seus valores. Assim como a filha é incapaz de aceitar posicionamentos arbitrários e homofóbicos da universidade, a mãe se recusa a ficar quieta diante do descaso e da corrupção da clínica de repouso onde trabalha. Quando elas se juntam, em casa a noite, parecem peças incompatíveis de um tabuleiro, e o que não sabem é que no dia a dia, no enfrentamento do mundo externo, estão de mãos dadas.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2022/11/sobre-minha-filha-da-kim-hye-jin.html
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Marcelo Costa 15/04/2024

Reflexões de uma mãe sobre a natureza da sua filha
Primeira vez que tive contato com uma obra da autora e me surpreendi com a qualidade da narrativa. Encontrei o livro por acaso enquanto buscava um título novo para ler na internet.

A obra reflete a preocupação de muitas mães em relação ao futuro de seus filhos e quem cuidará deles quando envelhecerem.

Ao longo da história, acompanhamos uma mãe preocupada com o futuro de sua filha, que não corresponde às expectativas que ela tinha, bem como questões de identidade, relacionamentos e cuidado na velhice, oferecendo uma reflexão emocionante sobre a vida familiar.

Para quem gosta de histórias que refletem a realidade, é uma ótima escolha de leitura. Terminei o livro em apenas 3 dias e recomendo!
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ViviCs 14/04/2024

Entre angústia e aplausos
Termino esse livro entre a angústia e a vontade de aplaudir. Além da linguagem deliciosa e natural, provavelmente resultado de uma escrita impecável e de uma tradução excelente, a narrativa se organiza aos poucos, como uma receita que vai recebendo ingredientes com cuidado e intenção.

?Sobre minha filha? é uma história sobre o luto, a finitude, os laços; é também a história do fracasso da sociedade sul-coreana atual; é ainda a história da nossa sociedade ocidental que se ajoelhou diante do capitalismo e colhe seus efeitos mais nefastos.

O enredo se desenvolve no ponto de tensão entre o que importa, o que se pode suportar e o que é inegociável para diferentes sujeitos. As personagens se fundem e se afastam em movimentos sutis entre o dito e o não dito. Quais são nomeadas? Quais são nomeadas apenas em relação ao outro? Quais laços são possíveis? Quais têm valor?

Uma leitura imprescindível num país em que a população está envelhecendo sem se dar conta do que isso significa.
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honey 12/04/2024

Me fez refletir bastante mas apesar disso não consegui me envolver 100% na história, a narrativa não me prendeu
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MissSummer 09/04/2024

Sobre uma mãe
Acredito que esse livro expõe de forma muito natural a problemática de mães que não aceitam a sexualidade de seus filhos. mães que afirmam que os filhos fazem algo ou deixam de fazer apenas para machucá-los ou agradá-los. mães que assumem uma culpa pelas decisões de outro ser humano completamente independente. mães que se torturam por não aceitar que aquele é um corpo já fora de si.
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