duda 26/03/2023
God loves a trier, but aoife loves joey.
Essa avaliação contém spoilers!
rating: 4 of 5 ?+?
Eu esperei ansiosamente pelo lançamento desse livro e depois de terminar eu me sinto decepcionada ao ponto de não conseguir dar 5 estrelas ou favorita-lo.
A história de Aoife Molloy e Joey Lynch é linda e imensamente triste, mas é uma história que deveria ter sido cuidadosamente desenvolvida, o que pra mim tanto Saving 6 quanto Redeeming 6 fazem muito bem. Aoife e Joey me conquistaram em todos os aspectos e eu não vou conseguir superar o quanto eu os amei lendo Saving 6.
Durante a espera por Redeeming 6 eu não pensei exatamente em alguns aspectos da história que se não fossem bem trabalhado, poderiam "estragar" um pouco da experiência do livro, e eu tenho muitas críticas de coisas que me decepcionaram, então primeiramente irei aborda-las e depois falarei da construção dos personagens e a jornada deles.
1) Para começar, Redeeming 6 se passa durante os mesmos acontecimentos de Keeping 13 (eu considero um livro bem maçante de ler, porém não tão chato quanto Binding 13) mas dessa vez sobre o ponto de vista de Joey e Aoife, eu sei que é impossível não abordar esses eventos para o desenvolvimento da história deles como personagens e como casal, mas sem dúvidas deixou a leitura bem desgastante.
2) Cenas totalmente desnecessárias para o desenvolvimento da história, interações sem sentido e diálogos totalmente desnecessárias. Você já está experienciando uma leitura pesada e desgastante e para piorar você tem umas cenas totalmente descartáveis ou que deveriam servir como alívio mas só te deixa mais frustrada.
Cenas como a tentativa do Teddy de estuprar a Aoife na casa dos Lynch. Pense, o livro é um livro extremamente sensível e pesado, qual a necessidade de uma cena dessas? Além de ter sido um tópico totalmente esquecido e negligenciado pela autora.
As cenas do Joey com a Lizzie Young, foram cenas totalmente gratuitas, sem necessidade e totalmente plastificadas. No total eles tem três interações durante o livro e eu sinto que elas foram totalmente forçadas para o público gostar da Lizzie, pelo fato dela ser uma pessoa horrível com qualquer pessoa ao seu redor, é horrível como a autora precisa criar uma cena de tentativa de suicídio de um personagem só pra começar o arco de redenção de outro personagem. Já vi esse filme antes e sei muito bem como ele termina. Não te lembra em nada o arco de redenção totalmente porco da Nestha Archeron? Pra mim, Lizzie e Nestha são a mesma personagem em universos diferentes, Deus nos ajude.
A amizade entre Lizzie e Joey é totalmente plástica e inorgânica, a autora tira momentos importantes do Joey para tentar redimir todas as coisas horríveis que ela fez para personagens como Katie Wilmot e Gerard Gibson.
3) O final do livro me decepcionou bastante, foi extremamente corrido. Joey e Aoife passam mil páginas sofrendo e as sessenta e seis páginas finais são totalmente mornas e sem graça. Sério mesmo, Chloe Walsh?
4) O que foi aquele Epílogo horrível e sem graça? Eu amo Jhonny e Shannon, mas qual a dificuldade de entregar um conteúdo final? Foi um Epílogo totalmente desperdiçado que poderia ter sido uma cena extra, mas poxa, o epílogo deveria ter sido sobre Aoife, Joey e o bebê como uma família, mas a autora não consegue entregar nem isso.
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Agora, vou abordar alguns outros aspectos da história.
Apesar de ter me decepcionado muito com a construção final da história de Aoife e Joey é inegável a grandeza deles como personagens. O arco do Joey é doloroso de se ler, é impossível não se afogar em lágrimas com as narrações dos acontecimentos pelos olhos do Joey. A cena da Shannon sendo agredida em Keeping 13 é triste, mas pelo ponto de vista do Joey? É devastadoramente triste. Acho que um personagem literário nunca sofreu tanto quanto Joey Lynch, e eu não estou brincando. Ele foi agredido e abusado durante toda sua vida, não teve o amor que uma criança deveria receber dos pais, foi exposto a experiências traumáticas que fuderam com sua cabeça. Mas mesmo com toda essa bagagem Joey Lynch sempre colocou suas necessidades atrás da criação de seus irmãos, que são praticamente seus filhos. Joey se tornou pai muito antes de seu próprio filho vir ao mundo.
É impossível não machucar quando as pessoas o julgam sem saber tudo o que ele aguentou e tudo o que ele passou. Joey não pode ser uma criança, Joey não pode curtir sua adolescência, Joey nunca teve um lar, até Edel e John. Joey nunca pode se desenvolver completamente como seus colegas de classe que tinham um ambiente domésticos saudável e propenso e isso dói como o inferno.
É impossível não se apaixonar e sentir a dor que ele carrega, e nesse ponto a autora trabalhou muito bem os sentimentos do personagem através das narrações. Os pensamentos suicidas, depressivos, o amor incondicional, os poucos momentos de felicidade...você sente tudo com ele, isso é uma experiência densa mas muito bem construída.
Aoife Molloy é uma das personagens mais fortes que eu já conheci e minha personagem feminina favorita de Boys of Tommen. Ela é um equilíbrio em forma de personagem, ela é gentil, ela é sarcástica, ela é hilária, forte...enfim, ela é tudo isso num equilíbrio sensacional.
É difícil pensar em outra personagem aguentaria passar pelo que ela passou sem desistir, sem virar as costas. Ela insistiu no Joey, ela acreditou nele, e mesmo nos momentos em que ela teve medo ela voltou a si e percebeu que nunca poderia desistir dele. Eu tenho um carinho imenso por ela, definitivamente uma personagem que vai estar sempre em meu coração.