A família que devorou seus homens

A família que devorou seus homens Dima Wannous




Resenhas - A família que devorou seus homens


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Lilian 04/06/2024

Fragmentado
O livro causa um incômodo, porque a escrita é meio caótica, mas acaba sendo um reflexo da vivência dos personagens
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Bárbara 04/03/2024

Que leitura difícil
Um livro que normalmente leria em um dia, durou uma eternidade. Comecei achar interessante em 70% ou mais. Achei que faltaram algumas coisas. Mas com certeza não rolou pra mim.
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Bi Bueno 22/12/2023

A família que devorou seus homens
Uma família Síria e a trajetória da diáspora. Uma tentativa de restaurar lugar, memória, terra, pertencimento, identidade e afetos.
Bonito e sensível.
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Paula.Steffens 19/12/2023

Beleza sem fim
O livro apresenta a história de uma família síria tocada profundamente pela diáspora. A narradora escuta as memórias de sua mãe e, ao longo dos anos, essa narrativa vai mudando os cenários, até que chega um dado momento em que a mãe foca na narração dos sonhos. A partir disso, o livro vai desdobrar algumas passagens da família e costurar os motivos que colocam a mãe a valorizar mais o sonho do que a realidade.
Dois elementos são destacados através da repetição, como uma retomada das ideias: as esperas e as partidas. Com a mãe completamente vivendo o tempo do passado, a vida da narradora fica em suspenso, com vistas ao futuro e o caminho até lá, claro, é a espera. A narradora vive a espera o tempo todo, nem que seja a espera do tempo de não esperar mais. Essa contemplação da realidade deixa transparecer uma frágil esperança de que as coisas voltem aos seus lugares.
Os homens orbitam ao redor da família, com papéis mais ou menos importantes, mas todos partem. A família essencialmente feminina justifica o nome do livro. Aos poucos se compreende um sutil jogo de palavras onde as partidas são as mudanças de casa, cidade e país, mas também são os falecimentos da família.
São descritas as personagens com muito afeto e simplicidade. Cada uma tem um traço que nos chega ao coração, o jeito dengoso de Chaghaf, a farmácia infinita de tia Marianne, as irritações Ninar, os modos servis de criança quebrada de Yasmina.
O livro pequeno, mas repleto de significados carrega em si as dores de abandonar a terra natal que vive oprimida pela guerra civil e disputas políticas com viés religioso. A família dispersada tentado se sustentar através das memórias e comparações, como o tempo em que não cabiam todos no mesmo carro. Aos poucos, a família inteira parte e os encontros são apenas nos sonhos, e existe um desconforto em estar sempre fora de casa. Na distância entre uma noite e outra, a vida fica mais estreita, e nesse aperto resta apenas o cansaço de viver carregando lembranças.
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fabio.ribas.7 03/11/2023

A família que devorou seus homens
Dima Wannus presenteia o leitor brasileiro com sua narrativa de memórias. Mãe e filha reunidas nas fugas, saídas, retiradas; nas trajetórias para longe da revolução na Síria, que se apresenta como uma verdadeira loucura de interesses envolvendo pelo menos três grupos que disputam o poder, além das intervenções americanas e russas.

Difícil discernir os mocinhos dos bandidos nessa tragédia que originou uma imensa diáspora e uma terrível crise humanitária. Os estudiosos desse mapa geopolítico chamam a atenção para quem seriam, então, os refugiados sírios. Como pobre não tem como fugir do país, não tem como financiar uma fuga até um lugar seguro e, muito menos, manter-se em uma nova terra e se reestabelecer e começar de novo, a maior parte dos refugiados sírios são, portanto, classe média e classe média alta.
A autora de ?A família que devorou seus homens? mora hoje na Inglaterra. Conheci um sírio em São Paulo, motorista de Uber, cujos familiares todos se espalharam pela Europa, enquanto somente sua mãe permaneceu na Síria. É um dado muito diferente do que estamos acostumados a pensar sobre os refugiados.

Assisti a uma entrevista de uma jornalista com a Dima Wannus e, durante as perguntas, entrevista online da jornalista do Brasil com Wannus, que reside na Inglaterra. Entristeceu-me profundamente, na verdade, eu fiquei foi com vergonha alheia da jornalista, que, além de fazer uma leitura tão ideologizada do livro, faz o pior comentário possível com a Dima Wannus. A jornalista diz à autora que o fato de o livro ser o retrato de uma família de mulheres sem a presença dos homens, que ela, a jornalista, via nisso a semelhança com muitas famílias brasileiras, cujas mulheres levavam suas famílias sozinhas. Uma percepção infeliz, que resultou num comentário necessário da autora que não via que a situação seria a mesma, pois a falta dos homens no livro dela era resultado da guerra civil e não de abandono do lar ou de suas responsabilidades. Muito triste a situação de quem insiste em encaixar o mundo na sua teoria ideológica. A autora, que estava bem cansada durante a entrevista, por causa da diferença do fuso horário entre o Brasil e a Inglaterra, chega mesmo a pedir que pulassem para outra pergunta nesse momento.

Se eu gostei do livro de Dima Wannus? Amei! Um livro de mulheres. Um livro que mostra uma família de pessoas com religiões diferentes. Um livro de memórias, mas não são apenas nossas memórias que nos unem como família, mas nossas casas também. Veja como construímos nossas identidades coletivas e familiares: são nossas memórias, nossas casas e a terra (e os perfumes também). As casas que nos abrigam e nos reúnem. Volta e meia, penso nas casas da minha infância, as casas em que nossa família se reunia: a casa da praia, a casa de Niterói, a casa do Rio (na Tijuca e em Grajaú), a casa de tia Cecília, em São Paulo. Casas também nos reúnem, as casas pelas quais passamos e vivemos tantas experiências, tantas vivências juntos. Minha família era espalhada. Nós em Brasília, outros em São Paulo, outros no Rio de Janeiro, havia ainda quem estivesse no Espírito Santo e no Acre. E o que nos unia? Casamentos e velórios. Houve um tempo, em que começou a haver mais velórios que casamentos. E tudo isso eram encontros recheados de muitas e muitas lembranças.

Há capítulos maravilhosos, reflexões maravilhosas sobre as memórias no livro de Dima Wannus. Contudo, um dia, tudo se desfaz. Num gesto, numa atitude, numa decisão rápida e tudo o que registramos em nossa câmera também se perde, virando apenas memória. As memórias são grãos de areia se perdendo entre nossos dedos na passagem do nosso tempo. Contudo, se a câmera se vai com todas as nossas imagens, fica-nos o registro da palavra escrita. Estaria a autora dizendo que, nesta era da imagem, o que realmente prevalecerá é a palavra sobre a imagem?

A vida em trânsito devora homens e mulheres. No fim de tudo, num olhar mais amplo, a chamada primavera árabe se tornou para muitos países do Oriente Médio um longo e tenebroso inverno. Eu queria não esquecer disso, apesar de correr o risco da loucura.
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Crixtina 20/10/2023

A família que devorou seus homens
? Um livro sobre perdas, partidas e memórias; um retrato de família mergulhado em ternura e dor. Através do diálogo da narradora com a mãe e as memórias dessa mãe, o leitor vai conhecendo as histórias de uma família formada basicamente de mulheres?
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Diego642 24/09/2023

Livro bonito
Comprei esse livro por acaso numa livraria nova que havia inaugurado na minha cidade. Abri, li a primeira página e vi que a escrita era maravilhosa e se tratava de um livro bem profundo e intrigante. Confesso que achei um pouco arrastado, mas nada que torne a leitura densa. Com uma escrita poética e de uma leitura fluida, conseguimos nos conectar com a vida dessas mulheres sírias que sofreram por perdas e separações ao longo das gerações. Este livro trata de migrações, amor, saudade, memórias, perdas e despedidas. Além disso, o livro ainda nos dá uma pitada de cultura da Síria. Achei o livro maravilhoso, nos faz refletir sobre alguns temas.
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Helder 05/07/2023

E a vida nos leva...
Este livro me comprou pelo título estranho e por ser uma literatura de uma autora da Síria, país até agora muito pouco conhecido para mim.
No livro conhecemos uma família da Síria que hoje é formada quase somente por mulheres, já que todas as mulheres ali, desde a Bisavó Hanne Mamãe Grande, até a geração da autora, foram perdendo seus homens pelo caminho, por situações da vida ou por problemas causados pelas guerras da região.
Vem daí portanto o nome inusitado do livro.
Temos aqui um livro de memorias que para mim foi uma leitura extremamente triste, pois através de flashbacks a autora vai nos contando a história de sua família que já foi muito feliz e barulhenta, mas que aos poucos foi se separando por diferentes países por diversos motivos diferentes e que aos poucos foi minguando.
No tempo presente do livro a autora está com sua mãe morando em Londres e ainda de uma certa maneira ilegal, e é esta mãe que se apega as memórias, pois é a maneira que ela tem de ainda se sentir em sua casa, onde nasceu e cresceu com sua bisavó, mãe, irmã, filha e sobrinhas, sempre no meio de muita comida típica e muitas conversas.
Confesso que as vezes me perdi um pouco na arvore genealógica da família e em sua distribuição geográfica, portanto indico ler o livro com um bloquinho de anotações, pois vai ajudar.
Mas é muito interessante conhecer a história destas mulheres, principalmente da mãe e da tia da autora, que eram mulheres completamente diferentes, mas que se amavam muito.
Por fim, aqui não existem grandes dilemas ou grandes tragédias.
A autora até pincela alguns momentos históricos interessantes que envolveram países como Síria, Libano e Egito, e estes fatos acabam por criar o que podemos chamar de diáspora dentro da família, mas no fim, a grande “movimentadora” da ação nesta história é a própria vida, que as vezes vai chegando de mansinho e decide nos dar algumas rasteiras.
Com uma linguagem extremamente poética a autora nos leva através de suas memórias e nos mostra o quão efêmera é a vida e nos mostra também que aquilo que amamos sempre ficará marcado em nós, onde quer que estejamos.

"Será que a minha mãe tem vontade de viver em outra época, obcecada por inventar outros tempos, recortes de memórias e pessoas que passaram pela sua vida e que ele reorganiza, criando um tempo de acordo com o seu desejo."

"Vocês são uma família que devora seus homens. O marido da "Mamãe Grande" partiu, e, antes dele, o pai dela, também muito cedo. Vó Helena perdeu o pai e o primeiro marido. A tia Marianne perdeu o pai e o marido. Minha mãe perdeu o pai e o marido., etc."


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