Thami @riodelivros 29/04/2024
Jovem com discussões interessantes e guloseimas deliciosas.
Peguei um livro que não estava no meu radar?
A leitura foi um projeto de LC promovida pelo skeelo? segundo a sinopse os fãs do filme ?10 coisas que eu odeio em você? também vão se apaixonar por essa história.
A protagonista feminina é uma jovem de 16 anos, Tessa Johnson escreve desde que se lembra, mas morre de vergonha em pensar em compartilhar suas histórias com outras pessoas.
Ela e a família acabaram de se mudar para uma nova cidade e agora a jovem vai entrar em uma escola focada nas Artes e com isso vai aprimorar seu talento com um programa específico de escrita.
Com a pressão de tantas mudanças e novos começos a mocinha acaba sofrendo com um um bloqueio criativo inesperado e não consegue mais escrever.
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Eu gostei de ver diferentes questões em torno da vida de Tessa. Os dramas familiares, a questão profissional e acadêmica, o desenvolvimento da sua relação com a melhor amiga Caroline, que agora mora distante e a manutenção da amizade é uma grande preocupação para Tessa.
As confissões sussurradas em longas ligações rendem um plano para findar o bloqueio criativo: uma lista inspirada em várias comédias românticas com onze passos para ajudar Tessa a encontrar seu primeiro amor e a se inspirar em seu próprio romance real para voltar a escrever.
Miles, Sam, Lenore e Theodore são personagens adoráveis e divertidos? aos poucos vamos entender como as relações se estabelecem e a construção da mocinha dentro de um ambiente completamente novo.
Na escola é onde também somos apresentados ao novo objeto de interesse da protagonista, Nico é um artista gato, que coincidentemente tem todas as características de um de seus personagens, e isso faz Tessa se sentir muito atraída por ele.
Conforme ela segue a lista para conquistar Nico vai percebendo que faz concessões demais e acaba se distanciando de si mesma e de coisas que gosta e acredita.
No meio disso acaba vivendo momentos onde é ela mesma e aos poucos passa a valorizar e ver com outros olhos a amizade com Sam, o seu vizinho e colega de escola.
Outro ponto bem trabalhado no livro é a relação amorosa e respeitosa que a mocinha tem com a família e com seu irmão, que é uma pessoa com deficiência, vamos ver ao longo da história situações que envolvem outros personagens e a necessidade da mocinha de proteger o irmão de uma sociedade preconceituosa.
Falando em preconceito, o livro é recheado de cenas bem trabalhadas que abordam capacitismo, racismo e diversos outros tipos de pré julgamentos a partir de ideias estereotipadas? por exemplo, a mocinha vive diminuindo seu talento e sua escrita por escrever livros de romances, já que essas são histórias ?de mulherzinha?.
Em alguns momentos fiquei um pouco incomodada com as atitudes claramente equivocadas da Tessa e como ela demorava a se dar conta de algumas ações problemáticas e se enrolava cada vez mais em outra meia verdade.
Lógico que sabemos que no fim vai dar tudo certo, mas ainda assim é prazeroso ver que a autora trabalhou todas as questões de forma coesa.
No fim fui surpreendida positivamente, amei o conceito da escola de artes e a diversidade que encontramos ao longo da leitura.
A autora soube abordar cenas de racismo muito reais e é possível ver como as coisas acontecem na prática, de forma velada, mas nem tanto? assim como as questões trabalhadas em torno da deficiência de Miles com a surdez e a paralisia cerebral.
Gostei construção do romance entre os protagonistas, foi feita aos poucos, sendo fofo na medida certa, me fez suspirar, torcer e querer comer as delícias que o Sam cozinhava.
Ficou com 4,5 estrelas.