Anne.Chaves 09/10/2024
Judas conta a história da freira recém formada chamada Jezebel de dezenove anos que deixa seu convento para ir para um monastério, em busca de uma indicação para ser transferida para uma catedral. Jezebel é uma freira devota, perfeita, pois foi lapidada desde a infância quando foi abandonada por sua mãe na porta do convento, exceto por um detalhe?
No novo monastério, ela descobre que os ensinamentos que teve em seu convento não são seguidos como deveriam pelas pessoas. Encontra um mundo hostil e que vai na contra mão do que deveria ser (sendo uma organização religiosa). Bem como, encontra um misterioso padre de modos rudes, que é quem fica responsável por ela no monastério.
Não vamos esquecer que é Dark Romance, há diversos avisos no começo do livro, e ignorá-los é uma cilada se você não gosta de ler Dark Romance! Não, você não quer ter um homem como o padre em sua vida, mas se você gostar de ler essas coisas, existe uma chance de adorá-lo na ficção (que é onde ele deveria ficar).
A experiência foi ótima, eu me diverti e, para meus modos atuais, li depressa (comi as últimas 200 páginas em uma noite). O livro constrói muito bem a tensão entre os dois personagens principais e os mistérios em volta do monastério. Jezebel é uma personagem muito curiosa e investigativa, apesar do selo de submissa carimbado em sua testa por tudo e por todos. Ela se desenvolve bem no livro.
Exploram-se os temas sobre religião, celibato, certo e errado, além de sadismo e masoquismo, onde é citado Freud (eu amo Freud!), a concepção de masoquismo e sadismo não limita ao contato físico, punições físicas ou amarras, mas está na dinâmica emocional também e o quanto o sádico e o masoquista fazem pequenas inversões de papéis o tempo todo.
Alguns pontos são um pouco previsíveis, mas há mistérios legais de serem descobertos!
O que eu não gostei é que o livro é um pouco comprido demais, alguns capítulos não agregam muito, e parecem até iguais com outros capítulos anteriores. Mas não achei o livro maçante (como eu disse, li rapidamente para meu ritmo). O outro ponto que eu não gostei e que é a razão para não ler o segundo livro, considero um spoiler, então não vou mencionar nessa resenha. Mas digamos que há um outro trope famoso de Dark Romance dentro da trama, além da dinâmica padre-freira
Enfim, eu recomendarei essa leitura para quem eu souber que gosta dos temas.