Ozzy e Johnny

Ozzy e Johnny Daiane Carrasco Chaves




Resenhas - Ozzy e Johnny


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Daniela Castro Autora 18/10/2024

Um romance aconchegante <3
De vez em quando tudo o que você precisa é de um romance aconchegante para aquecer o coração
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Marcelo Nunes 18/09/2024

Um romance histórico
Ozzy e Johnny é um daqueles livros que nos ajudam a refletir sobre nós mesmos. 

O livro traz um uma importante reflexão sobre o Sistema Único de Saúde, o SUS. A história ocorre antes da sua criação e, por meio das situações que emergem durante a narrativa, vemos as dificuldades encontradas pelos médicos e, principalmente, pela população mais pobre. Para quem, como eu, não vivenciou tal realidade, a obra nos faz valorizar ainda mais o nosso sistema de saúde que permite o atendimento universal e não para poucos como era antes.

Pode-se também refletir sobre a dificuldade da inserção de alguém em uma cultura diferente. Aqui temos um norte-americano que não falava uma palavra em português vindo morar no Brasil. Acompanhamos suas dificuldades com o idioma e apropriação da cultura local. Vemos o quão é bem recebido por uns e mal visto por outros.

Ozzy e Johnny, é um livro de 420 páginas e dividido em 103 capítulos, a maioria com cerca de 5 páginas. Embora pareçam muitos capítulos, essa divisão torna a leitura ágil já que cada capítulo sintetiza uma cena de forma que não canse o leitor, e permite eventuais pausas para se refletir sobre o que surge no enredo. 

Outro ponto importante, é o cuidado da autora de traduzir as falas que estão em inglês (já que parte das personagens é norte-americana). Isso é muito positivo porque respeita o leitor e não joga para ele a obrigatoriedade de buscar uma forma de tradução (caso não entenda inglês) fora da obra do que é dito, além de permitir mantém a leitura fluida.

Em geral, Ozzy e Johnny é um ótimo romance histórico que rememora ou apresenta (no meu caso) as dificuldades da saúde pública na era pré-SUS pelo olhar de dois médicos, um estrangeiro e uma brasileira, que têm de lidar com os desafios do litoral baiano. Um romance sem restrição de idade e que cativa pelo enredo que utiliza muito bem o contexto popular da cidade de Caravelas e das situações impostas às suas personagens. Ah, e por que é Ozzy e Johnny? Aí só lendo o livro pra entender.
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Sparr 09/02/2024

A valorização do amor e da saúde pública!
Eu simplesmente adorei poder ler. Quando a autora me informou que este era o seu livro de estreia, surpreendi-me ainda mais. A qualidade da escrita é muito boa e o empenho para com a pesquisa histórico-social é impecável.
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Neste livro, acompanhamos a trajetória de vida do Dr. Richard Osment, o livro começa em mais um dia de atendimento clínico, quase seria um dia normal, caso seu casamento não estivesse em ruínas e ele não fosse convocado para representar os EUA em um envio de ajuda humanitária a Nicarágua. A história se passa nos anos 70, portanto, veremos as fases dos regimes ditatoriais em sua máxima, como é o caso da Nicarágua. Após alguns acontecimentos, eis que ele se vê embarcando para ser um dos médicos sem fronteiras em uma cidade ao sul da Bahia, no meio do regime militar. Lugar este onde conhecerá a simplicidade dos lugares mais remotos do nordeste brasileiro, a solidariedade, a corrupção, os muitos problemas com a estrutura socioeconômica da época e Joana, essa sim, abalará o seu mundo.
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Agora que já dei contexto, posso dizer que você consegue ver o cuidado e a sensibilidade da autora em sua pesquisa, não apenas no recorte da época, mas para apresentar os muitos problemas envolvidos na ausência de uma iniciativa que tornasse a saúde pública acessível, de fato. O SUS só viria a existir em 88. Além disso, o romance entre o Dr. Ozzy e a Dra. Johnny acontece em queima lenta (slow burn), é uma construção boa de acompanhar, a confiança nasce devagar, vem do enfrentamento da realidade diária, do convívio e da vontade de mudar a realidade em redor. Quando se consolida, sabemos que eles serão capazes de enfrentar o mundo para ficarem juntos.
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O livro tem uma leitura fácil e consistente, a narrativa flui e não fica parecendo que os personagens são o Google soltando informações do nada, como vemos acontecer, vez ou outra, em livros por aí.
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Foi uma leitura rica, delicada e profunda, com a leveza de um romance acontecendo e emendando as situações como uma linda colcha de retalhos que juntos tornam-se perfeitos. Saí mais que satisfeita, com um novo favoritado para abrir bem meu ano.
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Andressa.Silva 09/11/2023

Resenha
Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da autora, e eu só tenho uma coisa declarar, EU AMEEEEEI! Foi uma leitura tão cativante gente vocês não tem ideia! ?

?Eu nunca tinha lido nenhum livro nessa pegada, então eu fui sem expectativas nenhuma na leitura, e finalizei o livro completamente SUPREENDIDA. ?

?Os personagens me ganharam logo nas primeiras páginas!! E foi incríveeeeel!!! Foi uma leitura muito prazerosa que eu recomendo muito a vocês!?
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Marcelo 11/06/2023

Ozzy e Johnny, amor e luta, democracia e direitos
O prefácio de Daiane Carrasco Chaves já entrega o objeto do livro. Trata-se de um romance sobre três mosqueteiros: Democracia, Saúde e Direitos Civis. Elementos inseparáveis para qualquer sociedade com um mínimo de justiça social, no presente romance eles são duplamente fictícios: elementos de uma narrativa e uma quimera de seus personagens. Mas há um quarto mosqueteiro.
Dr. Osment, o personagem-narrador, é um jovem médico norte-americano que, pelas trilhas do desamor, veio parar no Brasil em 1974 numa missão do Médico sem Fronteiras, mais precisamente em Santo Antônio de Barcelona, Caravelas, Bahia, Brasil. Com direito a uma escala em um terremoto em Manágua, capital da Nicarágua, ditadura de Somoza.
Por aqui, ditadura Médici/Geisel. Já seria suficiente para um romance crivado de balas, desmandos, autoritarismos e desrespeito aos direitos mais básicos. Mas ele se passa no interior da Bahia, em terra de coronéis, onde o desprezo pela classe trabalhadora rural, doente e analfabeta, é absoluto. Nem mesmo promessas de campanha existiam. Não havia eleições para os cargos executivos.
Além da dificuldade inicial com o português, que ele não dominava, era um estrangeiro em terra nova. Mas não avisaram para ele pisar nesse chão devagarinho. Campo minado por coronéis da farda e coronéis da terra. Mas também havia uma jovem médica arredia e rebelde. Joana, brasileira que, refugiando-se da guerra dos donos da terra, sendo seu pai um deles, consegue estudar medicina na África do Sul. De volta ao Brasil, traz conhecimento e a carga emotiva de quem perdeu mãe e irmãos para as disputas de terra.
Como personagens principais, travam batalhas diárias contra a esquistossomose e outras mazelas do terceiro mundo, buscando soluções de forma mais que voluntariosa, abnegada mesmo. Afastados a princípio pela desconfiança de Joana, a luta pela saúde pública e suas histórias de desamor, acabam por aproximá-los. Joana vira Johnny e Osment, Ozzy. Johnny e Ozzy tornam-se um casal que vai revolucionar o tratamento médico em Santo Antônio de Barcelona e, por isso mesmo, angariar a raiva e oposição de fazendeiros, atravessadores e políticos locais.
Reforçados por Tom, irmão de Ozzy que traz consigo seu filho recém-nascido, os três mosqueteiros do sertão vão implementar novos métodos de tratamento de doenças parasitárias e de trabalho rural. Atraem com isso confusões, tiros, ferimentos, mortes e asilo político.
E o quarto mosqueteiro, quando chega? Não chega. Sempre esteve ali, presente na lida diária contra as doenças, o analfabetismo, a exploração dos trabalhadores rurais despossuídos e as mazelas da ditadura. E seu nome é Amor. Amor às pessoas, amor à terra, amor à medicina.
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