Resenhas - A Saga da Liga da Justiça Vol. 12

Lucas Muzel 02/08/2024

Filosofia rasa e Batman peçonhento
Escada para o Céu está mais puxado para a ficção científica. Com pitadas de filosofia e espiritualidade. Usaram "technobabble" para justificar o cativeiro temporário de um planeta inteiro para os propósitos deles. Seres antigos foi um conceito usado em Stargate, embora o modo de agir seja bem distinto.
Em paralelo, os integrantes conversam sobre a percepção teológica ou religiosa de cada um.
A edição especial tenta ser profunda, abrangente, e que force uma reflexão. Na prática, adota uma espiritualidade delgada, vaga, eclética, que tenta abraçar o mundo, mas não atinge ninguém. Tenta ser "good vibes" sem desagradar ninguém, e fica com uma impressão de ser "sorvete de chuchu". Tendo como base isso, a espiritualidade criada pelos mecânicos é triste, xoxa e capenga. É quase um equivalente a tomar rivotril para suportar o vazio existencial. Tentam juntar crenças em um agregado coletivista, em um consenso que não existe. É uma crença servil, extrema na sua tentativa de mutilar a humanidade de suas características nucleares. O alvo final para a humanidade, nessa linha de raciocínio, seria a civilização dos Eeries, vivendo docilmente em um futuro distante.
Ra's cita algumas espécies: tigre-de-java, borboleta de palos verdes, rinoceronte-negro e antílope saiga. O tigre-de-java é considerado extinto hoje em dia. A borboleta de palos verdes consta como em risco. O rinoceronte-negro está ameaçado. Já o antílope saiga está atualmente fora de risco. Ra’s ficaria perplexo ao saber dessa última.
Até onde pude verificar, o embaralhamento das letras não é um para um. Há um sinal no apartamento do Kyle Rayner que parece indicar "EXIT", mas foi trocado por seis letras. A quantidade de letras muda também no “Radu's Coffee Shop”. Dá para notar apenas que o final embaralhado se manteve tanto no toldo quanto na fachada da janela. Então, ao digitar em um teclado, possivelmente um ou mais símbolos distintos apareceriam no processador de texto. Possivelmente o mesmo para a mesma sequência final de letras.
Talia invadindo a sede da LJA é apenas uma em uma longa lista de invasões do que parece ser o local mais acessível de todo o universo. Dessa vez, ela usou outra brecha: sistemas automatizados.

Tico Menezes 05/04/2024

Um volume de arcos clássicos
O dia em que a Liga da Justiça discutiu sobre o pós-vida, Deus e a criação é conhecido como Escada para o Céu. Esse arco considerado clássico pelos fãs da DC Comics é sci-fi raiz, purinho, maravilhosamente brega e reflexivo como os melhores episódios de Star Trek. Um pouco mais verborrágico do que o necessário - mas totalmente justificado dado a época -, oferece reflexões interessantes e diálogos que, nos personagens escolhidos, engrandecem a formação da Liga com algo mais do que poder. Sensível e bem escrito, Escada para o Céu é uma ótima e subversiva história que merece ser conferida.

Então começamos o aclamado arco Torre de Babel. A ideia é ótima, o senso de urgência já fica ligado logo na primeira edição e o desenvolvimento dá tempo para que as motivações e as consequências sejam explicadas. Os combates são bem pensados e bem executados, o que é curioso, uma vez que o artista é o tenebroso Howard Porter. Aqui sua arte não incomoda tanto e consegue entregar o necessários nos momentos de tensão do roteiro.
Foram só três partes do evento, então paramos bem no meio da história. O volume 13 já tá na minha mira e a resenha se completa por lá!
Tá acabando a Saga da Liga da Justiça - que eu já sei que tem segunda temporada, então nem tá acabando, mas né...