Lina DC 05/12/2023Poderia ser melhor...Marin Machado tinha uma vida perfeita: uma carreira de sucesso, um filho adorável e um marido que a idolatrava. Até que, em uma fatídica tarde de véspera de natal, Marin estava fazendo compras com o filho e em um rápido momento, tudo muda. E Marin vê o pior pesadelo de qualquer mãe se tornar seu inferno pessoal: o pequeno Sebastian é sequestrado.
Dezesseis meses se passaram e Marin está sobrevivendo. Dormindo com ajuda de medicamentos e álcool, passando o dia em um torpor nebuloso e seguindo a rotina repleta de culpa e “e se”... E se eu não atendesse ao telefone? E se eu não tivesse ido fazer compras naquele dia? E se?
Quando a polícia e o FBI encerram a investigação, Marin se nega a parar de procurar Sebastian. Ela nunca irá desistir. Então ela contrata a investigadora Vanessa Castro, uma ex-policial, muito competente e dedicada. Ao revisar novamente todos os conhecidos de Marin e seu marido Derek, a investigadora descobre algo que mais uma vez, irá tirar a vida da protagonista dos eixos: seu marido está tendo um caso há meses.
Acredito que é nesse momento que Marin perde o pouco de racionalidade que ainda tem e decide seguir por um caminho sem volta. Um caminho, que sem ela fazer ideia, irá revelar os segredos mais sombrios daqueles que estão mais próximos.
Um dos núcleos que foi bem difícil de acompanhar emocionalmente foi “Grupo de apoio para familiares de crianças desaparecidas”, onde pais se reúnem para desabafar seus sentimentos. É inexplicavelmente difícil ler sobre suas histórias, suas dores, suas perdas. E infelizmente, traz ao leitor uma dura realidade sobre o alto número de crianças desaparecidas e famílias que precisam de um encerramento.
Com a descoberta da traição, Marin vai ficar obcecada em conhecer mais sobre a amante de Derek, uma universitária de 24 anos de idade linda, espirituosa e repleta de seguidores na internet. Porém, Marin não faz ideia da intricada trama onde ela é a peça central.
Confesso que não fiquei tão conectada com a protagonista como esperava, pois, em alguns momentos, a dor de Marin falava muito alto, e em outros, eu observava traços de uma personalidade capaz de manipular para se sentir bem (o que pode ser justificado com tudo o que acontece em sua vida).
Derek é um personagem que não traz muito ao enredo. Sua personalidade é rasa, focada apenas em ostentar e ser taciturno, não o vi como sendo um protagonista e mais como um acessório da Marin.
Kenzie segue pelo mesmo caminho. Sim, ela é jovem, mas é uma personalidade tão rasa, focada em falar de amor, seguidores e em dinheiro. Ela não demonstra aspirações, sonhos ou planos reais para a sua vida. Até mesmo a dinâmica dela com o Derek é de certa forma, ensaiada.
O enredo é muito bem desenvolvido e os núcleos vão se sobrepondo aos poucos, trazendo respostas e revelações que vão surpreender o leitor. Porém, vale ressaltar dois pontos: nem todos os personagens foram bem desenvolvidos, e existem situações que podem ser gatilhos para algumas pessoas, como situações de violência doméstica.
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