Amanda.Riselli 19/06/2024
Sobre A Verdade é de Plástico
#4ªDeContos
Já não é segredo para ninguém o quanto sou apaixonada pelas histórias escritas pela Jadna Alana. E com A Verdade é de Plástico não poderia ser diferente. Já previa muito amor antes mesmo de ler o conto. É simplesmente encantadora a forma como a autora mescla realidade com fantasia, de uma maneira bem equilibrada, onde ambas se completam harmoniosamente.
Aqui conhecemos Damiana, uma garota moradora de rua que havia perdido uma de suas pernas há mais de três anos, (quando fora atropelada em um semáforo) e desde então, usa uma muleta velha (relíquia achada no lixo pelo seu colega Juca) como auxílio para sua locomoção. Curiosa como só ela é, acaba por perseguir um senhor misterioso e sorrateiro, que espreita as ruelas da cidade procurando lixo, a fim de descobrir o que ele faz com todos aqueles descartes.
É impossível não se comover com a realidade repleta de dificuldades enfrentada por Damiana, onde fome, sede, frio e pobreza são companhias constantes em sua rotina. A relação dela com os dois colegas, principalmente o Juca, é solidária e afetuosa e a descrição dos cenários te faz imergir ainda mais na trama:
As casinhas enfileiradas até que seriam vistosas se não estivessem tão encardidas. As latas de lixo abarrotavam a cidade, e quase não podia mais se ver a beleza resplandecente da natureza.
Eu me identifiquei muito com a Damiana no quesito teimosia, no lugar dela eu também ficaria super intrigada com o enigmático senhor do saco de lixo, querendo desvendar todo esse mistério. Apesar de retratar sobre o problema socioeconômico do país, a narrativa é leve, fluida, envolvente e repleta de sotaque nordestino, que acho muito fofo! E o desfecho surpreendente e acolhedor, claro, trouxe as respostas que Damiana tanto procurava e com elas, a esperança de que dias melhores sempre vêm, basta sonhar e jamais perder a fé!