Resenhas - Junho Febril

Moreno 24/09/2023

O livro, por meio da narrativa de três personagens complexas e diferentes entre si, percorre pelas marés sinuosas de junho de 2013, confrontando todas as particularidades e idiossincrasias das personagens com aquelas Jornadas que mudariam de vez a feição política do país. Igor Mendes escolhe contar a magnificência de um evento não pelo olhar indevido dos grandes, mas pelas percepções e sensibilidades dos comuns, do povo simples, de diferentes camadas sociais, com suas crenças pessoais, vivências especiais, mas, sobretudo, que compartilham um mundo social contraditório e que engaja-os à transformação societal de alguma forma. A lenta e, ao mesmo tempo, abrupta, transformação da percepção das personagens com o mundo ao redor, passando por todos os dias do mês de junho, colo a esse livro como um experimento poético-lírico incomum e audacioso na história da literatura brasileira, fora a temática profícua de abordagens que o romance ousa navegar.