Resenhas - Druida

Gabriel 23/01/2023

Não gostei de muitas escolhas narrativas nesse livro, sendo a principal os constantes grandes saltos no tempo, mas ainda assim, é um livro que gostei de ler, e o motivo é um: O Druida. Kasse conseguiu criar um protagonista carismático para carregar a história. Acompanhar O Druida e seus dois companheiros é uma delícia, sem contar toda a imersão trazida pela carga histórica e religiosa, também contribuídas por um posfácio.
Recomendo a leitura do livro para quem é fã do gênero ficção histórica. Já aviso que o final é de cair o 🤬 #$%!& da bunda, se é no bom ou mau sentido, vai depender de você.

Alexandre Bandeira @bandeirabooks 11/04/2023

Leitura sensacional!
Bom, o livro além de ter um belíssimo trabalho gráfico feito por Ericksama e Pierce Willians, é também um transformador histórico inigualável.
Kasse escreve cirurgicamente os detalhes viscerais com diversos clímax narrativos.

O druidismo e outros costumes do povo celta estão caracterizados e descritos de maneira rústica e menos clássica. Isso deixou a trama mais natural, fluida e selvagem, principalmente com relação a ritos ligados à terra e aos deuses.

As batalhas e até mesmo as pós-batalhas são narradas de maneira tão realista que a percepção sensorial do leitor é elevado a terceira potência mediante a descrições de odores pútridos, sangue e morte.

Personagens como Fergal, Truta, Caomh (que eu chamei jocosamente de triskle da loucura) e até alguns protagonistas históricos, transitam com facilidade entre o humor escrachado e a bravura indômita, criando um ambiente textual atrativo e interessante.

Druida, a Última Morte é um livro para fãs de Martin, Cornwell e Follett, mas também trata-se de uma leitura extremamente contagiante que consegue imortalizar e resplandecer o heroísmo pagão em um final revelador e surpreendente.

Recomendo demais!

Vanessa 20/09/2022

Conheça a magia dos últimos Druidas bretões nessa fantasia história super imersiva.
Druidas conta a história da invasão romana na Britânia, até o momento histórico conhecido como A Revolta de Boadiceia. A narrativa que tem algumas passagens de tempo é feita através da visão dos Bretões e não trás um único personagem central. Eles mudam de acordo com a passagem do tempo ou núcleo, mas sempre em torno dos guerreiros e druidas.
Vale ressaltar que – mais uma vez – Kasse dá destaque a uma mulher guerreira em sua obra! E que mulher! Buddug, Boudicca ou Boadiceia é movida pelo ódio e vingança!
Não sei se por causa do último conto (Três Badaladas) mas dessa vez achei que Kasse pegou até leve na quantidade de palavrões. Mas os detalhes sórdidos - Inclusive nas batalhas sangrentas – permanecem. Também continuam lá o texto afiado e de impacto de Eduardo Kasse. Sempre muito imersivo. Excelente para quem gosta de histórias com batalhas.
Uma dica é ler Druidas com o celular ou computador por perto pra dar umas googadas e ver sobre a invasão, batalhas e Buddug. Alias, isso vale pra qualquer livro do Kasse.
O livro tem alguns nomes impronunciáveis e eu tenho certeza que o autor se divertiu escrevendo eles, principalmente o nome dos Romanos! Eu ri um bocado.
A obra é curta, comparada com outras do autor, mas com MUITO conteúdo. E o Final é Surpreendente. Dá até pra imaginar uma sequencia mais fantástica hein Kasse?

Ismael.Chaves 17/10/2023

O último viking
Em sua obra "De Bello Gallico" (Das Guerras da Gália), Júlio César descreveu as diversas campanhas militares romanas contra as tribos germânicas. Como documento histórico, seu valor é inquestionável. Porém, como interpretação fiel aos fatos, abre margem para muitos questionamentos. Afinal, a regra é clara: histórias contadas sob o ponto de vista do lado vencedor sempre serão tendenciosas.

Apesar de haver pouco material histórico do ponto de vista dos povos conquistados, isso não é impedimento para a Literatura, cujo poder de imaginação ultrapassa os limites acadêmicos.
Em "Druida: a última morte", o novo romance histórico de Eduardo Kasse (que já escreveu as séries "Tempos de Sangue" e "Saga Vikings"), o leitor viajará para a Britannia do século I a.C., uma época em que o sagrado e o aço tiveram de se fundir para defender a liberdade – e a vida – dos povos da ilha.

É verdade que a falta de organização política e união das tribos dos territórios celtas resultaram em sua perdição, diante do numeroso exército romano. Mas é justamente aí que Eduardo resgata a figura mítica, aqui totalmente humanizada, do Druida e cria laços improváveis entre esses magos e guerreiros sedentos por sangue para tentarem uma ofensiva ousada e jamais vista contra os temíveis invasores.

Aliás, é bom que se diga antes: se o leitor espera encontrar aqui uma aula de história e tramas políticas e complexas, com diálogos intermináveis a la "Game of Thrones", pode tirar o bode da chuva. "Druida" é um romance frenético e cheio de ação que chafurda em poças de sangue e tripas da primeira à última página. Se você curte séries como "Vikings", "The Last Kingdom" e "Barbarians", então pegue pegue sua adaga e mergulhe nesse mar de corpos desmembrados, cabeças decepadas, litros de sangue, cenas de sexo e jargões chulos. Ainda assim, é nítido como o autor pesquisou a cultura celta e outros documentos históricos para compôr os cenários e o dia-a-dia desse povo. Tudo escrito de uma forma imersiva, porém crua e direta para que o leitor sinta cada golpe. E, apesar disso, ainda dar muita risada com esses guerreiros malucos.

Recomendo muito!