Thabata.Mesquita 17/09/2023
Sobre os desvios de rumo, luto e aceitação
Millie é aquele tipo de pessoa extrovertida e carismática, que sempre tenta ver o melhor em todos. Com o falecimento de sua amiga, a Sra. Nash, ela se encarrega de reuni-la - ou melhor, suas cinzas - com seu verdadeiro amor. Para isso, precisará viajar muitos quilômetros na companhia de Hollis. Se Millie é o sunshine dessa história, ele é certamente o Grumpy. Rabugente e cínico, ele tem seus próprios motivos para fazer essa viagem e, assim, os dois embarcam nessa aventura.
"Se eu sou o sol, ele é um estrondo baixo e constante de trovão."
Desde o primeiro momento, amei a interações entre os dois, com Millie alegre e Hollis resmungando. Simpatizei com Millie desde o primeiro momento, adorando sua personalidade e, principalmente, os momentos que ela falava em voz alta seus pensamentos mais aleatórios, sem nenhum filtro. Hollis tem uma postura mais séria, mas desde o início já demonstra que ele é muito mais do que aparenta.
"Se eu ainda acreditasse em 'felizes para sempre', acho que eu meio que teria curtido ter um com você."
A trama parece um daqueles filmes saídos diretos da sessão da tarde no especial de natal: uma proximidade forçada, presos em uma cidade pequena, só uma cama... tem todos os elementos clichês, referências aos anos 80 e, por mais que possamos prever o final, é maravilhoso de acompanhar.
"Estou começando a perceber que você é inevitável, Millicent."
É uma narrativa que aborda temas sobre luto, objetificação das mulheres, relacionamentos tóxicos e homofobia. Mas é uma história, principalmente, sobre a jornada. Como ela, às vezes, pode não ser exatamente como a gente imaginou, com alguns obstáculos, mudanças de rumo e imprevistos, mas isso não significa que ela não possa ser ainda melhor do que o rascunho original.
"Nós ainda podemos decidir se isto é um começo ou um fim."