Resenhas - Os rostos que tenho

alinevianadp 03/10/2024

Oportunidade de conhecer melhor uma notável
Este foi o primeiro livro de Nélida Piñon que li, e me serviu demais para diminuir minha ignorância sobre ela, expoente tão notável da nossa literatura ? a primeira presidente mulher da história da Academia Brasileira de Letras, no biênio 1996-1997. Nélida é carioca nascida em Vila Isabel, mas, filha e neta de imigrantes, tem fortes raízes galegas e uma grande ligação com a cultura espanhola. Em "Os rostos que tenho", Nélida, que se define como um ser "que busca a grandeza em uma formiga", escreve uma série de capítulos curtos com reflexões que faz ao final de sua vida sobre diversos temas que lhe são importantes: a arte, a amizade, a finitude da existência humana, a língua portuguesa. Achei muito interessante o fato de que Nélida cuidou de preservar sua memória material de diversas formas (organizou sua biblioteca e seu imenso acervo de fotografias, documentos, cartas, originais manuscritos e datiloscritos). Me identifiquei com ela quando diz: "Desde menina entendi que precisava deixar rastros. Eles são fundamentais para a sua existência, sua arte, o que você é". Por fim, é, sem dúvida, um livro que em diversos momentos enaltece a linguagem e a arte ("que a arte jamais se eclipse no horizonte da humanidade") e a natureza criadora de ambas. De certa forma fala muito sobre criatividade e sobre a "audácia criativa" que eu, Aline, tanto admiro e persigo.

Luis.Henrique 16/03/2024

Um testamento literário
Uma vida inteira dedicada à literatura. Não há nenhum exagero em se dizer isso quando se trata de Nélida Pinon.
Sua última obra, autobiografia fez parte de um projeto de vida e obra da escritora.
Esse testamento literário, escrito nos últimos.anos de sua vida foi o encerramento consciente de quem sabia o legado que deixava.