Marina 02/05/2015A engenhosidade da Rainha do Crime é superada de novo!Foi dada a largada para a competição do século. Quatro investigadores - o superintendente Battle da Scotland Yard, a escritora de romances policiais Ariadne Oliver, o coronel Race e o incomparável Hercule Poirot - são convidados pelo excêntrico sr. Shaitana para um jantar especial. Os quatro convidados - um médico, uma senhora viúva, um aventureiro e uma bela moça -, cidadãos aparentemente comuns, vão se tornar seus adversários num disputado jogo de bridge. Mas um crime interrompe bruscamente a noite, e o jogo tem uma reviravolta: passam a ser quatro investigadores contra quatro suspeitos. Um dos casos prediletos de Hercule Poirot, Cartas na mesa é também uma das mais intrincadas tramas de Agatha Christie.
"A melhor história de assassinato de sua carreira... Agatha Christie nunca foi tão engenhosa"
Daily Mail
Geralmente os assassinos são os que menos dão bandeira e os que parecem mais tolos. O ricaço sr. Shaitana é um colecionador de bagatelas e em uma conversa com Poirot ele revela que o que tem de mais valia em sua coleção são assassinos. Não são quaisquer criminosos, eles possuem algo em comum e também muito especial: cometeram crimes perfeitos, ou seja, jamais foram incriminados. Para mostrar suas raridades ao melhor detetive de Agatha, Shaitana decide oferecer um jantar em seu apartamento. Foram convidados quatro investigadores e quatro criminosos.
Logo após a refeição é sugerido um jogo de bridge, fica combinado que as preciosidades de Shaitana irão jogar juntos e os investigadores jogaram entre si. Cada grupo fica em salas diferentes. Shaitana prefere não jogar e acaba indo beber perto da lareira, localizada em uma parte da sala em que os “cidadãos comuns” estão jogando. Depois de algumas partidas Poirot e seus companheiros decidem parar de jogar e ir embora, pois já estava ficando tarde. Ao adentrarem na sala para se despedirem do rico anfitrião, enquanto os outros convidados continuam distraídos com o bridge. Ao se dirigirem a Shaitana, percebem que ele está morto, foi apunhalado com um de seus objetos "decorativos". Nada de pistas, nem de deslize cometido, então quem é o assassino?
"Narrativas policiais, segundo uma tese corrente, lembram grandes prêmios de turfe – competidores diversos, cavalos e jóqueis promissores. “Arrisque um palpite e faça suas apostas!” Por consenso, o favorito é o oposto dos favoritos nos páreos. Em outras palavras: há grandes chances de o vencedor ser um completo azarão! Aponte a pessoa menos provável de ter cometido o crime e em noventa por cento dos casos a tarefa está encerrada.
Não desejo que meus fiéis leitores, repletos de asco, joguem longe este livro. Por isso, acho melhor alertá-los de antemão: este livro não se enquadra nesse perfil. Existem só quatro competidores, e qualquer um deles, sob as circunstâncias oportunas, pode ter cometido o crime. Isso forçosamente lança por terra o elemento surpresa. Não obstante, penso eu, as quatro pessoas suscitam igual interesse. Cada uma delas já matou e é capaz de matar de novo. Quatro personalidades destoantes, levadas ao crime por motivos característicos e adeptas de métodos distintos. A dedução, portanto, deve ser inteiramente psicológica, mas nem por isso vem a ser menos cativante, pois, no frigir dos ovos, é na mente do assassino que reside o interesse supremo.
Posso mencionar, como argumento extra em favor desta história, que Hercule Poirot a considera um de seus casos prediletos. Mas o amigo dele, o capitão Hastings, ao ouvi-la de Poirot, considerou-a muito insípida! Eu me pergunto com qual deles meus leitores vão concordar."
Ao ler a sinopse, nada dica muito claro, porém é óbvio que irá acontecer um assassinato e mais óbvio ainda é que foi alguém que estava presente no jantar. A Agatha deixa o leitor pê da vida já no prefácio. Ao lê-lo pessoa já pensa: "lascou tudo!", como irei descobrir o assassino pelo psicológico dele?
Nunca havia me deparado com uma narrativa tão intrincada, com detalhes que podem ser pistas que levem ao assassino. Os depoimentos se encaixam e não sobra nenhum fio solto pra acusar alguém. Eu tinha dois suspeitos, coisas aconteceram e o leitor vai criando dúvidas e mais dúvidas e mudando de opinião quanto a quem é o culpado. Fatos inacreditáveis acontecem e a narrativa vai dando um nó tremendo, deixando o leitor mais instigado a terminar a leitura pra descobrir de uma vez o culpado por um assassinato quase perfeito, não fosse por um mínimo detalhe. Garanto que os eventos ocorridos são muito surpreendentes, só que seria um super spoiler falar quais.
O médico, a senhora viúva, o aventureiro e a bela moça são personagens muito ricos e cheios de conflitos, o que torna a caça ao culpado muito complicada. A Agatha foi incrível ao escrever esse livro e o Daily Mail não estava mentindo ao falar que Christie nunca havia sido tão engenhosa, e mesmo eu não tendo uma vasta experiência com suas obras, concordo plenamente. O livro é impressionante, tive que contar a história toda pra minha mãe, eu precisava dividir com alguém, estava sendo consumida. Um detalhe, uma ousadia e o psicológico do assassino é que o entregarão.
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