Resenhas - História do novo sobrenome

Edu 16/11/2024

Nápoles ficou pequena.
Este 2° livro da Tetralogia vem dar muito mais do que uma continuidade. Ele amplia os espaços e as personagens de um jeito que deixa o primeiro livro ainda maior e melhor.

A violência sempre esteve presente na vida das personagens femininas, numa constante iminência. Neste segundo episódio, ela se concretiza crua, em sangue e dor.

A ingenuidade da narração - que coincidia com a infância - aos poucos é abandonada para deixar espaço à noção mais concreta da realidade, da pobreza e da falta de alternativas.

Se no primeiro livro, Lila é quem toma de conta da história, neste, queremos nos afastar um pouco dela para respirar e para não ver tanta miséria que a cerca.

Neste espaço criado, Elena Greco se constrói. Uma personagem mais independente, sua identidade ganha robusteza. Mesmo que em busca de validação, ela segura a narrativa sozinha.

Elena Ferrante constrói uma história que não ignora o mundo e isso é potente. Acredito, ainda, que o meio de seus livros nos faz ficar em círculos um pouco desnecessários.

paula_ti_na_mente 06/11/2024

Simbiose
Em história do novo sobrenome acompanhamos o início da vida adulta de Lila e Lenu. Ainda que habitem mundos díspares e Lenu seja a narradora, Lila se faz presente o tempo todo dentro dessa que conta a história. Ela permeia e influencia a vida de Lenu através de suas decisões intempestivas, inclusive quando estão afastadas.
Fui tomada por um misto de sentimentos. Sem revelar muito, o segundo volume é de evolução pessoal imensa para ambas. Lenu pelo estudo, Lila pelo casamento.
Se você já sofreu com episódios de violência doméstica, não recomendo.

O fim só me deixou muito irritada pois agora não vejo a hora de iniciar o próximo :p

ossodeborboleta 18/10/2024

História do Novo Sobrenome me prendeu pela forma como Ferrante explora a amizade entre Lila e Elena de maneira tão intensa e real. As escolhas das duas e as consequências dessas decisões são apresentadas de forma crua, sem glamourizar ou suavizar os conflitos. A escrita da Ferrante é brutal e emocional, o que torna impossível não se envolver nos dilemas e frustrações das personagens. Para mim, é um livro que vai muito além de uma história de amizade, mergulhando fundo nas complexidades da vida feminina e das relações humanas.

Campa0 29/09/2024

Ela conhece muito sobre a rivalidade feminina
Eu amo a escrita da Elena...a continuação de a Amiga Genial toma um ritmo que deixa o livro impossível de largar. A continuação da saga da amizade cheia de inveja e concorrência, me deixou boquiaberta de como a autora sabe descrever bem esse universo competitivo. Um novo favorito, com certeza!

Léia 28/09/2024

O Novo Sobrenome" de Elena Ferrante continua a história de Lila e Elena, explorando a complexidade da amizade feminina e as pressões sociais em Nápoles. O livro mergulha nas transformações pessoais e nas dinâmicas familiares, enquanto Lila busca sua identidade e Elena tenta se formar. A narrativa revela as lutas e conquistas das personagens em um contexto de desigualdade, fazendo refletir sobre os laços que nos definem e a busca por liberdade.

Amanda 10/08/2024

Eu amei que terminei A Amiga Genial querendo ter um pouco da perspectiva de Lila e nesse livro tive isso. Inclusive, nas partes em que a Lenu está descrevendo os sentimentos de Lila (através do que leu nos cadernos) se percebe reflexões mais complexas e conflitos muito específicos de uma mente perturbada, ao passo que Lenu tende a ser mais prática e age sempre em reação a uma competitividade que nessa fase só existe nela. Achei a escrita de Ferrante ainda mais genial nesse segundo livro.

?Como é fácil falar de mim sem Lila: o tempo se aquieta, e os fatos salientes correm pelo fio dos anos como bagagens na esteira de um aeroporto; você os apanha, os coloca na página, e está feito. Mais complicado é dizer o que naqueles mesmos anos aconteceu com ela. Nesse caso a esteira retarda, acelera, faz uma cura brusca, sai da rota. As malas caem, se abrem, seu conteúdo se espalha aqui e ali. Objetos dela vão parar entre os meus, sou forçada, para acolhê-los, a retornar ao relato que me diz respeito?

buttercup 25/07/2024

História do novo sobrenome
Esse livro e todas as mudanças nele envolvidas da infância do outro até a adolescente/vida adulta desse é genial, sinto que a lenu está tentando bastante de desvencilhar da lila, desse poder que ela sempre exerceu sobre ela, mas sinto que a lenu é tão perfeccionista que ela fecha portas para a amizade de fato entre as duas, e só fica essa questão de competição (na cabeça só dela) porque a lila nessa livro tem tantas coisas acontecendo que pra ela essa competição acabou lá antes dela casar, mas a lenu vive nesse constante mundo de: tenho que ser melhor que todos, então todas as falas, atitudes são ensaiadas, pensadas, igual com o nino, ela fazendo de tudo para se mostrar inteligente que no final ele se apaixonou pela lila que não tinha nem acabado a escola.

sinto que a lenu vive uma vida pesada, cheia de comparações, até com os namorados (por isso mesmo deve sobrar pouco espaço para espontaneidade que é a paixão), mas no final do livro coube aquela frase que não tem como comparar mundos diferentes, então vamos ver no próximo livro.

Beatriz 04/07/2024

Até melhor que o primeiro
A Elena Ferrante realmente é genial. O livro é muito viciante, a história te prende e te surpreende. Sigo encantada com a sinceridade e a honestidade que ela coloca ali nos sentimentos dos personagens, especialmente da Lenu e nessa obsessão recíproca entre ela e Lina.

Muito interessante acompanhar essa transição pra vida adulta, a maturidade delas sendo construída em cima de tanta violência é triste de acompanhar, mas o trabalho da Ferrante é um espetáculo. As descrições das cenas de violência me deram um nó no estômago.

Ansiosa pelo próximo já.

Giacomet1 03/07/2024

Segundo volume da tetralogia
A continuação da história de Lila e Lenu trata do período do fim da adolescência até a idade adulta mais jovem, e passa por diversos momentos de tensão entre elas e Nino, Stéfano, Antônio e as demais personagens. É incrível o poder de captura do leitor que Ferrante tem. Sensacional!

Raquel 03/07/2024

O mais babadeiro da série
No segundo livro, a história se desenrola em volta das relações amorosas e conjugais de Lenu e Lila. Enquanto Elena tenta conciliar essas relações com seus estudos, Lila tenta conciliá-las com as expectativas de sua família e de todo o bairro. Este segundo livro foi o mais babadeiro, cheio de acontecimentos movidos pela juventude dos personagens, afoitos em viver, perseguir seus sonhos e errar o tempo todo. Justamente por isso, essa unidade carrega uma tensão difícil de explicar. Aquela da classe trabalhadora, das pessoas que vieram do nada, de que qualquer passo dado em falso poderia significar a completa perdição das personagens. Elas não tem direito a uma segunda chance.

Aqui, você começa a conhecer tão bem as personagens, seus medos e sonhos, que, durante todos os outros livros, por mais inesperado que seja um acontecimento, uma tomada de decisão, você percebe o embasamento daquela escolha. A forma de agir de Lenu e Lila nunca é aleatória. Ao final, você já está soltando mentalmente frases como "típico da Lila agir assim".

viniduma 21/04/2024

Seres humanos e sentimentos
É sempre atraente uma produção literária que se propõe a ser humana. Expor e apresentar fatos cotidianos com o peso da vida humana em sua crueza total. É um livro que é muito honesto por expor, a partir de uma escrita sem artifícios, as possibilidades de ser humano. Elena Ferrante consegue capturar na sua escrita o movimento amoral da vida humana ao expor a nós a complexidade da formação individual de duas personagens principais tão intensas. E, exatamente por isso, livros de formação sempre são curiosos e complexos.

Esse livro conta dois possíveis caminhos da formação feminina, o da formação intelectual e de todas as suas dificuldades. E o da transformação em esposa num relacionamento patriarcal com todas as suas violências.

O mais literário desse livro é que todos os personagens são humanos, então eles são personagens que também são falhos e também cometem atitudes que nós não entendemos e reprovamos. Ou seja, não são heróis, porque a vida humana não é o local dos heróis. Eles são exceções que admiramos, mas não devemos dedicar profunda atenção. O mais profundo desse livro é o quanto a nossa atenção é atraída para uma obra que, no fundo, não fala nada demais. Conta a história de duas pessoas quaisquer que poderiam ser iguais a alguns vizinhos nossos. Contudo, estamos lendo mais e mais páginas desse mundo incrível de duas moradoras de um bairro marginalizado de Nápoles. É impossível ler essa obra sem que nossos sentimentos sejam aflorados a cada momento, pois a vida humana - nossa vida - está a cada minuto em jogo nessas páginas. É uma obra de uma potência artística imensa. É a exposição mais profunda do poder da literatura.

ajulialacerda 08/03/2024

Fascinante, assim como tudo escrito por elena ferrante
Fechei a última página sem fôlego. atordoada de fascínio por uma escrita gostosa feito sorvete de pistache.

a escrita de ferrante é, como sabemos, complexa, rica, fina, colorida, divertida, cheia? os personagens trazem a complexidade humana de não serem vilões nem mocinhos, mas serem os dois. carregados de amor, ódio, paixão, fúria, gentileza e inveja, acompanhamos o início da vida adulta de lenuccia e lila que, apesar de caminharem a lugares distintos, ainda mantém passos acompanhados.

estou ansiosíssima pra começar o livro seguinte, ao passo que estou triste que será a única primeira vez que lerei e ficarei sem fôlego com a tetralogia napolitana.

Gabriel.Milli 18/02/2024

Muito Bom
Nesse livro se desenvolve através das escolhas e suas consequências desencadeando frustrações, insatisfações e acontecimentos bem reais. A dinâmica do livro foi bem mais fluida, gostei bem mais.
Recomendo.

evergreenis 29/01/2024

Melhor do que o primeiro
Um livro excepcionalmente bem escrito, que me prendeu ainda mais do que o primeiro da tetralogia, apesar de ser mais longo. É impressionante o quão viva é a literatura de Elena Ferrante.