Virgínia mordida

Virgínia mordida Jeovanna Vieira




Resenhas - Virgínia mordida


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anajú 26/06/2024

Eu precisava disso.
Os livros que eu mais tenho dificuldade de falar aqui são aqueles que me vejo refletids de alguma forma. Ler um livro e ver um reflexo de mim, é uma sensação que ao mesmo tempo me conforta e me desconforta. Falar desses livros é compartilhar um pouco mais de mim e isso me assusta ainda, mas eu quero falar sobre ?Virginia Mordida? porque eu sinto que ele me curou um pouco. Apesar das diferenças óbvias entre mim e a protagonista - tanto etária, quanto racial - a gente compartilha uma violência parecida, por parte de alguém que nós escolhemos colocar na nossa vida. É engraçado ver como esses abusos são semelhantes. Como os abusadores seguem um Modus Operandi muito parecido, como se da essa manipulação e como a gente reage a ela também. Nisso, a gente viveu a mesma história. Acho que se eu tivesse lido a sinopse antes, eu não teria enfrentado o livro, eu imaginaria que ainda não tô pronta pra ler e pensar sobre o assunto, mas eu li e conforme eu fui entendendo pra onde a história ia, eu revivi essas dores e, mesmo assim, quis continuar. Me questiono o porquê. Muito por querer saber como a Virginia sairia dessa, talvez. O fato é que eu li, fui lida também, me encantei com a história, a construção da protagonista, dessa base sólida que ela tem na religião, na família, nas amizades. E eu não consegui largar, agora que acabei, também não consigo calar meus pensamentos que ficam voltando a Ana Júlia de 15 anos e me dói pensar nisso, em coisas que eu tentei tanto não pensar. Pra muito além da minha experiência pessoal, esse livro é formidável, uma preciosidade, um presente a literatura nacional contemporânea. Leiam e se encantem.
RANYY. 26/06/2024minha estante
Nossa, me interessei. Acho que vou colocar como minha 1ª opção. Obrigada por este relato. ??


sophibbm 27/06/2024minha estante
Já tá na minha lista :) fui convencida pelo seu vídeo falando sobre ?


C Paula 23/07/2024minha estante
Estou em 20% do livro e não sei onde vai me levar. A cada capítulo tenho medo de me identificar com a personagem. Ótima resenha.




kle.book 14/10/2024

Leitura forte e dolorosa
Resenha completa no meu IG literário: @kle.book

Esse é um daqueles livros que logo no primeiro contato já me deixou muito curioso pelo título e por essa capa incrível, e ao ler o conteúdo me surpreendi ainda mais. Que livro bem escrito! To de bobeira!

Na trama vamos acompanhar a vida de Virgínia, uma mulher negra de raizes quilombolas, com uma carreira brilhante, bem sucedida e que tem amigos e familiares que a amam. Mas não se engane... nada são flores nessa história.

Um certo dia ela conhece Henri, um argentino branco com quem ela começa a se envolver e toda essa paz e tranquilidade em sua vida começa a mudar.

Através de um drama impactante e direto ao ponto a autora nos apresenta aqui uma história de relacionamento abusivo e escancara todas a etapas desse tipo de relacionamento de uma forma bem intensa e dolorosa.

Todos os limites de violência nessa história são ultrapassados, por isso fica aqui o meu alerta de gatilhos que possam existir durante a leitura.

São assuntos que espelham situações reais vividas por muitas garotas por aí e a autora trabalha de uma forma que traz um total entendimento desses assuntos para quem está lendo.

A autora nos apresenta também de forma muito inteligente questões de ancestralidade e religiosidade da personagem, a sua negritude, a forma física que se expande desde o cabelo crespo até o corpo da mulher negra que de certa forma é objetificado através do racismo.

O livro toca na ferida real de um sistema podre que é enraizado na sociedade e serve como alerta para meninas que estejam passando por situações parecidas.


Sem dúvidas é um livraço, que apesar de ser curto em números de páginas é imenso em profundidade e entrega de conhecimentos.
Só leiam esse livro!
Para registrar violências contra mulheres basta ligar : ?? 180
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Gabriela Costa | @leia_preta 12/08/2024

Difícil realidade!
Que angustiante é ler a história de Virgínia, ao mesmo tempo que a escrita de Jeovanna é mágica. Aqui nos deparamos com o cotidiano de um relacionamento abusivo, através de capítulos curtos esse romance apresenta nuances psicológicas da violência, da manipulação e da dor. De início não esperava que essa história seria tão intensa, mas Jeovanna retrata tudo de forma tão profunda que me ganhou demais.

Em cada página conhecemos a força da amizade entre Doris, Penélope e Virgínia. A importância de uma família que reconhece sua própria identidade, através da figura de sua mãe. Os desafios de um relacionamento interracial com um estrangeiro e, mais ainda, a complexidade das amarras que envolvem um relacionamento abusivo.

Uma das estreias mais bonitas que já li, estou com coração partido por saber que existem tantas Virginias no país. Mas encantada com tudo que essa história me fez sentir. Ao final do livro eu escrevi ?Virgínia merecia mais, todas nós merecemos!?
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Caroline.Jacoud 24/07/2024

Anatomia do abuso
O retrato mais original da violência doméstica que já li na ficção. Jeovanna traçou com maestria a anatomia do abuso, ao ilustrar a sutileza com a qual a teia da violência é formada, minando, gradualmente, as forças da mulher.

narrado em primeira pessoa pela própria vítima, Virgínia, eu poderia discorrer aqui sobre a sutileza com qual esses abusos se estabelecem e como vão, pouco a pouco, limitando as forças da mulher e minando sua capacidade de sair dessa dinâmica relacional.

entretanto, acho mais importante ressaltar a construção perfeita que a autora, Jeovanna, fez da personagem de Henrí, o abusador. um homem qualquer, sem grandes habilidades admiráveis, que usa de muleta sua triste história de vida para justificar sua insignificância e falta de zelo com o outro. um homem desonesto, que faz do seu ganha-pão clandestino apenas um passatempo, enquanto monopoliza e usufrui dos bens de sua companheira.

um homem que é gentil, paciente e carinhoso, mas só até conseguir envolver e ganhar a confiança da parceira, para depois controlar os passos dela, manipular suas percepções e afastá-la gradualmente das pessoas que a amam e podem alertá-la sobre a realidade.

assim, Virgínia vai perdendo sua autonomia e renunciando quem é por medo, vergonha, por acreditar que a ideia de desamparo é pior do que as migalhas que recebe. vai aprendendo a isolar seus sentimentos e calar seus pensamentos, pois o abuso faz do silêncio sua segurança, sua proteção.

também quero pontuar a linda rede de mulheres que ampara Virgínia a todo momento, sem invadir seu espaço, mas à espreita de qualquer risco iminente. são as mulheres que persistem na tentativa de abrir os olhos de Virgínia no início, meio e fim. são elas que estão lá quando tudo desmorona. são elas.

a gente sabe onde dói.

Que obra incrível!
Míriam Morselli 24/07/2024minha estante
Colocando na lista dos "quero ler". Obrigada.


Caroline.Jacoud 04/08/2024minha estante
Feliz em ler isso! Desejo uma ótima leitura!




Sofia437 01/08/2024

Entregou oq prometeu
Definitivamente a Virgínia existe, vc pode n ser ela, mas conhece ela.
A forma como as angustias dela são transmitidas, e como eu senti cada dor, cada dúvida, cada crise... a autora fez um trabalho mais que excelente.
O livro é uma carta de apoio a todas as pessoas que estão ou estiveram em um relacionamento abusivo.
Terminei destruida e reconstruida ao mesmo tempo.
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Eloiza57 06/10/2024

Cirúrgico.
Li esse livro acho que em duas semanas, o que é um pouco incomum, ja que o livro é considerado pequeno. Tive que ler e fazer pausas, tinha cenas que eu lia e ficava ( °o°) kkk. Em minha opinião, toda mulher deveria ler, pois retrata o relacionamento abusivo com uma clareza que quando passamos pela situação, não percebemos (ou ignoramos). É muito bem divido, não me senti confusa pelo fato de não seguir uma ordem cronológica muito bem delimitada. A parte racial desse livro também foi muito bem detalhada e maravilhosamente retratada na realidade, saindo por vezes da literatura. Recomendo, como disse, à todas mulheres, em específico, as que sofrem e/ou sofreram relacionamentos abusivos (acho que boa parte das mulheres msmkk)
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Mariana 24/05/2024

Foi duro ver a Virgínia entrando num buraco sem fim por ?amor?. Uma pessoa boa, bem sucedida, com uma ótima rede de apoio que se cegou e se amarrou a um cara tóxico porque ele ?a amava demais?. Acho que o mais duro de tudo é saber o quão real essa história é , infelizmente.

Um verdadeiro picolé de limão.
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Ana Caroline 08/11/2024

Não gostei. Nada. Nem um pouco.
Virgínia quer ser a mulher negra empoderada mas falha em tudo. Em um momento da história ela começa a dormir com vários caras, perde o trabalho por conta disso aí já vemos que faz tempo que ela precisaria de terapia.
O Henri é só a cereja do bolo pq ela já estava em uma fase de auto destruição. Ele é péssimo, as amigas são péssimas a única que salva é a mãe da Virgínia, dona Beatriz.
Tem tantas coisas de errado nesse livro que a autora só largou ali, por exemplo a maternidade, ela mostra que é terrível e que ser mãe e ser trabalhadora não é possível, ou uma coisa ou outra acho que a amiga d a Virgínia nunca ouviu falar de creche.
A nota um é pela Beatriz mesmo, que ela sim é nota 10.
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jessicalimao 08/11/2024

Olha...
Pelo menos a escrita é fluída, aí se lê bem rápido, mas achei esse livro tão aflitivo, me senti mal demais para gostar desse livro
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Luciana 09/11/2024

O tema central é importante e real, sabemos que acontece. A ancestralidade é algo lindo, pena ter pouco espaço no livro.

Agora o desenvolvimento não curti, personagens com postura de adolescentes. Todas as mulheres tem relações insatisfatórias, maternidade é colocada como se acabasse com a vida das mulheres e nenhum dos homens prestam, ok a maioria não mesmo, só acho que generalizar assuntos e pessoas é complicado.
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maria.e.sousa.7 10/05/2024

Vertiginoso, de fato!
Vertiginoso é um adjetivo geralmente associado ao livro de Jeovanna Vieira e sim, ela cria uma narrativa vertiginosa de ler e para ler, porque começamos e não queremos mais largar essa estória, até chegar ao seu final.

Com capítulos curtos e ligeiros, imprime um ritmo dinâmico, ágil e intenso à leitura. No desenrolar da estória, ela vai e vem na linha do tempo, rememora, reconta... tece, costura e mescla as lembranças com o que está vivendo no momento presente, imprimindo fluidez e dinamismo ao que é contado.

Um livro difícil, doloroso, desconfortável, mas ultra necessário, que descreve uma relação interracial com um indivíduo narcisista: Virgínia é uma mulher negra bem-amada pela família (embora tenha crescido com pai ausente/desconhecido), inteligente, e muitíssimo bem-sucedida profissional e financeiramente. Mas cai na teia insidiosa de um ator estrangeiro, um Narcisista Vulnerável, que usa sua história de vida com a mãe abusiva como cartão de visitas. O sujeito está no ponto cego mais obscuro de Virgínia, que fica completamente fascinada e hipnotizada por ele.

Conforme acompanhamos o desenrolar desse romance abusivo, a angústia se acumula, porque é uma história conhecida demais, comum demais e percebemos que muitas de nós já estiveram lá nesse lugar tenebroso, sujeitadas pela paixão ao fascínio por essa serpente sedutora do narcisista/manipulador. Pode acontecer com qualquer uma de nós; qualquer pessoa – mais notadamente com mulheres – que não tenha uma autoestima saudável, uma estruturação emocional forte e equilibrada. E mesmo uma mulher/pessoa emocionalmente saudável não está isenta de cair na teia de um parceiro narcisista, pois todos temos nossos pontos cegos. O resultado pode ser aniquilamento psicológico, do qual é muito difícil se recuperar depois. Em casos mais trágicos até mesmo morte – vide os altos e nefastos índices de feminicídio no Brasil e no mundo.

Com a sua narrativa intensa e brutalmente honesta, Jeovanna nos presta um grandissíssimo serviço de observação e reconhecimento dos sinais que esse tipo de relação tóxica e abusiva vai mostrando ao se construir. E assim ela nos ajuda a ficar atentas e observar tais sinais, para podermos pular fora antes que seja tarde demais - Destaque para o "Violenciômetro" que ela traz ao final: uma verdadeira pérola a se observar!

De brinde, ainda ganhamos a ambientação nas cidades maravilhosas de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, além da homenagem à cultura afro através das festas, celebrações e costumes descritos em algumas passagens.

Que estreia formidável, Jeovanna! Que seja somente o primeiro de muitos!
Parabéns e muito obrigada!

Ganhei da NetGalley/Companhia das Letras! Muito obrigada!
4/5 - Excelente!
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@letravermelha 24/06/2024

Uma grande perda de tempo!
"O dia que perdi um prazo importante no trabalho por estar correndo atrás de homem" 

Em Capítulos curtos Jeovanna forma um breve preâmbulo preparando você para compreender o relacionamento atual de Virgínia. Ela com quase 38 anos, antes casada e num relacionamento estável, tranquilo e sem brigas, se considera num casamento calmo em excesso.

"Para viver eu precisava de drogas mais pesadas" pois sua vida era tranquila demais. E a gente sabe como acaba uma pessoa que não quer nem paz nem tranquilidade numa relação. 

Quando conhece Henrí a atração é inegável, mas o perido também. "Vi um perigo ali e desejei" 

O enredo dá algumas voltas até chegar no ponto onde realmente vemos o relacionamento atual de Virgínia e a visão que temos não é agradável. Pois ela é uma mulher financeiramente independente, com uma carreira em ascensão, mas a aérea emocional é o completo oposto. 

Fica claro a necessidade de Vi. de estar em relações complicadas. "Ficar sozinha não era uma opção"

O Ponto está no retrato de mulheres que se permitem manipular em troca de afeto. Mulheres que ignoram alertas de perigo, até de si mesmas, para viver na ilusão de um amor pueril, mas que suprirá suas necessidades momentâneas. É sobre homens abusadores, manipuladores e enganadores que se aproveitam de mulheres emocionalmente dependentes que só percebem a grande armadilha quando já é tarde demais. 

Pude ver claramente diversos conhecidos nessa personagem, pois é uma história que aborda a triste vida de inúmeras mulheres a nossa volta. Você pode até não saber, mas essas relações estão por toda a parte e nunca acaba bem para essas mulheres, afinal, quando esses sanguessugas emocionais se vão, deixam um rastro de desgraças e traumas sem fim. 

Embora toda essa mensagem seja bonita e real, não me agradou a construção de texto e de personagem. É uma leitura que num todo eu não gostei por diversos motivos. 

São eles:
Ela se permitiu dominar por um homem manipulador, arrumando desculpas para não resolver as questões no presente deixando a responsabilidade para "a Virgínia do futuro resolver" mas é descrita como uma mulher forte e empoderada.

Uma mulher de 38 anos que fala como se tivesse 20. O marido igualmente. A história é cheia de contradições como essa.

Sinto uma contradição na linguagem que ora me parece cult, ora ripe, ora um cracudo do centro, sem um padrão definido. um retalho de diversos estilos.

Não me agradou a intenção forçada de fazer, Virgínia e as amigas, parecerem lendas que fazem até os patrões de trouxa. A intenção era criar uma personagem forte, mas forçou demais parecendo pouco crível.

Não gostei, mas já vi a maioria das pessoas gostando.
Carol 01/08/2024minha estante
Finalmente alguém que compartilha da minha impressão do livro ?




Camilla.Coelho 23/07/2024

Muito meu favoritado!!!!!!! Que livro, gente! Exatamente como eu gosto em questão de estrutura, escrita, desenvolvimento dos personagens? relacionamento abusivo na sua visão mais crua e realista. É um livro completo, profundo, sensível, inteligente. Nossa, falaria por horas sobre a beleza e a grandeza dessa história. ????????
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