Resenhas - Uma Mulher

Leitura Aguçada 14/11/2024

Saudade...
Comecei a ler o livro, e confesso que achei a leitura fácil e dolorosa.
Nos conta como foi a dor de perder a sua mãe, e algumas situações que a mesma passou antes do Alzheimer lhe deixar acamada.
Ao final, ela nos conta de maneira dilacerante, a saudade e as lembranças, que a cada dia ela tem sua mãe.

"Perdi o último vínculo com o mundo do qual eu vim."

lu 31/10/2024

Adoro os livros da Annie Ernaux. Ela passeia de uma forma tão natural pela biografia, sociologia e história dos fatos que ela narra que parece até mesmo aqueles momentos em que a professora de história conta uma vivência própria para situar os alunos sobre o que de fato aconteceu numa determinada época. Queria que ela aprofundasse mais sobre o que ela sentia sobre a mãe dela em diferentes períodos da convivência delas, ela falou sobre mas queria que fosse mais explorado. Não achei UAU mas sei que essa não é a proposta, então adorei e a ernaux mostra que pode ter ouro na simplicidade, no cotidiano, na vida das pessoas simples.

Laura6358 27/10/2024

Puramente memorial.
Esse livro me tocou bastante, a escrita da Annie é muito boa. A forma que ela retratou a maternidade na perspectiva de filha (sendo também mãe) é muito verdadeira e linda.

Tori Rios 16/10/2024

Parabéns!
Perdi minha bisavó no final de agosto, ela morreu com uma idade semelhante a idade da mãe de Annie e eu estive com ela desde o dia em que nasci até o dia em que ela morreu e eu tive que escolher a cor do caixão, o tipo de flores no velório e tive que me despedir de seu corpo.

Eu achei tão incrível que sempre vejo a vida e as observações da Annie Eernaux (uma das minhas escritoras favoritas) com um tom de observação, como se ela vivesse uma vida que eu jamais seria capaz de viver, mas ai ela chega, me conta com detalhes sobre escolher a roupa da mãe para o velório e eu volto automaticamente ao dia 29 de agosto em que estava em uam sala fria sendo questionada sobre o design dos folhetos de convite do velório da mulher que me criou. E choro copiosamente pensamento no quanto é engraçado que perder alguém que a gente ama para a velhice é basicamente e naturalmente uma experiência coletiva.

Gabriella.Gardin 13/10/2024

Toda vez fico chocada com ela, parece que em algum lugar da memória toda a sua história é minha também. Sinto muito carinho por essa escritora, acho íntimo mas também global o jeito que ela inscreve suas palavras. Me emociono e sempre quero o próximo!
Sobre a mãe: parece que vivi o mesmo com a minha, mesmo sem ter vivido.

Camila.Felippio 12/10/2024

Uma mulher
Uma história curta e bem fácil de se envolver e entender. Muito justo o prêmio Nobel. Adorei a forma como ela escreve e se coloca na história. Muito bom!! Super vale a leitura!!

Flora.Lorena 02/09/2024

Nesse livro a autora escreve sobre a mãe, e também escreve sobre como escrever a respeito da mãe foi uma ferramenta importante para elaboração do luto.
A autora tem um estilo muito singular, esse é o segundo livro dela que leio, vou buscar conhecer os outros.

Aline 01/09/2024

A mãe
Annie Ernaux mantém, neste livro, seu estilo de escrita, mas a linguagem neutra, de quem vê de fora a história, aqui é permeada, de forma mais clara, por algumas emoções.
O sentimento e a ligação da autora com a mãe são marcantes e perpassam todo o texto. É um livro tocante, e, a meu ver, supera o anterior.
Assim como em ?O lugar?, ao longo do texto, a autora fala brevemente do seu processo de escrita, o que me deixou com ainda mais vontade de ler ?A escrita como faca e outros textos?.

Thais 21/08/2024

Lembrei da minha avó...
E chorei. Conforme foram se passando os acontecimentos e a autora ia descrevendo o que aconteceu com sua mãe, eu lembrei da minha avó.
A parte em que ela diz que a mãe se meteu no meio do mato e voltou cheia de amoras e com as pernas arranhadas, eu vi minha avó. E sorri.
Que boa lembrança!

litera.liza 11/08/2024

Maravilhoso
Esse é o 4º livro que leio da autora, e o 4º livro que avalio com 5 estrelas. Isso nunca me aconteceu antes. Eu estou, realmente, apaixonada por Annie Ernaux.

Em "Uma mulher", ela nos traz mais de sua relação com sua mãe. Uma mulher que, segundo ela mesma, foi a única que realmente importou para ela.

Um relato cru, honesto e muito potente, como é característico de Annie Ernaux.

Uma obra que explora a vida e a identidade feminina com uma profundidade e clareza notáveis. Publicado em 1987, o livro é uma autobiografia fragmentada e reflexiva, onde Ernaux revisita a vida de sua mãe, uma mulher comum que viveu uma vida marcada por limitações e expectativas sociais.

Através de uma linguagem direta e observadora, Ernaux analisa o papel da sua mãe na sociedade francesa e as tensões entre as expectativas sociais e a realidade pessoal. A obra destaca as disparidades entre a vida da mãe e a da própria autora, refletindo sobre as mudanças sociais e culturais que moldaram suas vidas.

"Uma Mulher" é um livro que não apenas retrata a vida de uma mulher, mas também questiona as estruturas de poder e gênero, oferecendo uma visão crítica sobre as experiências femininas e a evolução da identidade ao longo das gerações. A escrita de Ernaux é ao mesmo tempo pessoal e universal, proporcionando uma leitura rica e evocativa que ressoa com muitas experiências femininas ao redor do mundo.

livi123 09/08/2024

Meu primeiro contato com a autora e devo dizer: Fenomenal.
A forma como ela retrata a relação de mãe e filha, seus altos e baixos, consegue em certos momentos fazer com que nós nos vemos ali em situações cotidianas, mesmo levando uma vida diferente e em outra época.
Dá para de certa forma sentir esse luto que ela está vivendo a cada página, a dor da perda desse vínculo dela com a pessoa que a trouxe ao mundo, a confusão de sentimentos da relação conflituosa que sempre tiveram.
Faz pensar muito sobre o envelhecimento de nossos pais, o sentimento de "vão sempre estar ali" e de repente não estão mais é latente.

Sun 01/08/2024

???????
Obcecada que estou este ano por explorar os livros da Annie Ernaux, "Uma mulher" foi a minha leitura mais recente.

Neste livro, a autora narra (sem perder o seu jeito crítico particular de contar a sua própria história) aquilo que surge a partir do falecimento de sua mãe. Assim como em "O Lugar", neste livro acompanhamos um pouco do que foi a sua relação com a outra parte fundamental de sua criação - a sua mãe.

Esta leitura foi intensa. Por vezes a angústia forçava uma pausa... Mas cheguei ao fim querendo mais. Querendo acompanhar mais essas histórias que a autora não apenas se dispõe a contar, mas é convocada a fazê-lo, porque a escrita ocupa esse papel de elaboração e humanização daquilo que experienciamos.

Recomendo demais.

Drika.Zimmermann 31/07/2024

Escrever para não esquecer ?????
"Perdi o último vínculo com o mundo do qual vim."

Escrever para não esquecer. É a sensação que tenho nas escritas de Ernaux. Assim como em O lugar, em que ela escreveu sobre o pai, em Uma mulher Annie traça a vida da mãe, logo após a sua morte.

Já falei mil vezes o quanto sou apaixonada pela escrita de Ernaux e o quanto seus livros me tocam, mas esse em especial foi forte. Em muitos momentos me senti muito próxima da narrativa, a relação dela com a mãe espelhou muito a relação com a minha. Quando finalizei o livro tive uma crise de choro difícil de parar.

A leitura é muito rápida, mas profunda. Afinal falar sobre sentimentos nunca é raso.

Com o combo luta de classes na França!

Mais uma leitura que recomendo MUITO! LEIAM Annie Ernaux, a mulher ganhou o prêmio Novel de literatura pelo conjunto de sua obra, vale muito a pena!

Wadlia 26/07/2024

Uma leitura rápida mas perceptivelmente dolorida. Além do luto, reflexões sobre maternidade, motivação para escrita literária e ancestralidade.

Jess 22/07/2024

Reler (agora em português) depois de ter perdido a minha avó e de perceber o envelhecimento da minha mãe me virou do avesso de chorar até cair em um sono agitado, ernaux descreve a vida (e seu fim) do jeito cru e bonito para não deixar ninguém impune. eu agradeço mesmo com dor