Lindsey 29/10/2024
Interessantíssimo
Esse livro ainda está quentinho, acabou de sair do forno (lançado dia 15 de outubro de 2024), e por ser único de sua espécie, prova o quanto o tema ainda é pouco debatido. Quando se fala em sociopata é comum imaginar alguém desprovido de sentimentos, de ética, que não se importa com ninguém, mas isso está errado. E esse livro existe exatamente para acabar com esse preconceito e também ser uma fonte de esperança para quem se encontra nessa realidade. A autora Patric Gagne (@patricgagne) é, além de sociopata, PHD em psicologia, tendo estudado muito sobre esse assunto. Desde muito pequena ela já se sentia diferente das outras pessoas. Se achava emocionalmente rasa, imune a culpa, sem interesse no que é moral, o que a levou a praticar "crimes de pequena escala", como entrar na casa dos vizinhos quando eles saíam, como uma forma de preencher o vazio que sentia e assim aliviar uma "pressão" que não sabia explicar. Achava que se não aliviasse essa "pressão", seria capaz de "explodir" e cometer atos impulsivos realmente destrutivos. Ela compara sua apatia com estar ao lado de uma montanha-russa, onde ela vê e escuta as pessoas brincando, o aumento da adrenalina e os gritos, mas não é ela quem sente. E com esse "observar" as outras pessoas ela entendeu ao longo dos anos que sentimentos também podem ser aprendidos, que existia uma luz no fim do túnel. Aprendeu também que é possível administrar os sintomas mediante disciplina, em um ato contínuo para equilibrar luz e sombra. Assim como diversos transtornos mentais, terapias cognitivo-comportamentais (TCC) podem ajudar muito quem é sociopata a reduzir a ansiedade sociopática. Através de sua história, Patric acaba com o estigma do sociopata ser mau e nos lembra que as coisas não são 8 ou 80, bom ou ruim, que a área cinzenta é um enorme espectro, que deve ser entendido, respeitado e quando necessário, tratado.
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