62. Modelo para armar

62. Modelo para armar Julio Cortázar




Resenhas - 62 Modelo para Armar


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Leitor Subversivo 09/05/2024

Difícil descrever a experiência aqui, fazia um bom tempo que não lia Cortázar uns bons anos de verdade, então pegar esse foi quase como ser um iniciante em Cortázar e ter que me acostumar novamente com o estilo do autor, é com o jogo da amarelinha que este livro tem uma vaga ligação (é não tanto uma continuação do capítulo 62 como está na propaganda do livro, mas é um livro anunciando por um dos personagens no jogo da amarelinha, é como se ele tivesse dois autores), aqui são vários triângulos e quadriláteros amorosos (e numa dinâmica que pode ter até mais e a gente não consiga contar pq vai ser tornando muito sutil a coisa) o livro conta a história de um grupo de amigos quase todos argentinos na Europa entre Paris e Inglaterra e transitando, se desencontrando alguns (no caso do triângulo quadrilátero amoroso principal de Juan, Tell, Helene, Célia e contando), de artistas, intelectuais em resumo uma classe média de buenos Aires provavelmente em exílio, a história não tem foco fixo em uma personagem (nem a uma voz de narrador fixo, as vezes parece que um personagem ou outro se tornou o narrador de repente, sem contar do recurso ao paredro que funciona como uma outra persona de cada personagem e que é evocado por quase todos os personagens) os únicos personagens que não parecem forma pares amoros e talvez funcionem como alívio cômico são Polaco e Calac que são responsáveis pelos neologismos e palavras iventadas como petiforro, que servem como quase insultos adjetivantes, a ainda uma história de mistério que se confunde com a narrativa principal, a história possuí uma estrutura que vou definir como empilhada, amontada e em novelo, Cortázar foi tipo as danaides, três em um, foi como se três pessoas estivessem escrevendo um único livro descrevendo múltiplos destinos, aprendi bastante sobre arte moderna algumas curiosidades históricas, jazz e crítica literária que aparecem durante o livro todo, enfim é um livro que é até mesmo caótico e que não indico de forma alguma como porta de entrada para ler Júlio Cortázar, pois é difícil, o texto é truncado e em algumas partes ele troca de idioma de repente indo para o francês, inglês alemão e não possui uma narrativa linear, ele tentou realizar aqui as experimentações de uma anti novela, sugiro começar pelos contos e pelos romances anteriores como Os prêmios e o Bestiario para começar a se acostumar com o estilo do autor, em resumo eu gostei muito é um livro que me desafiou e foi divertido realmente é um jogo.
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MachadiAninha 25/10/2022

Uma extensão complexa de O Jogo da Amarelinha
Me interessei por essa leitura devido à sua ligação com O Jogo da Amarelinha, do mesmo autor. 62 Modelo para Armar é, justamente, a continuação do capítulo 62 de Amarelinha. Este, um tanto quanto desgarrado do resto do romance, descreve como seria se um dos personagens de Cortázar escrevesse um livro sobre a psiquê e várias outras questões referentes ao comportamento humano.

A primeira frase desse livro, "Quisiera un castillo sangriento", había dicho el comensal gordo", pra mim, está dentro dos melhores inícios de romances.

Porém, assim como em O Jogo da Amarelinha, é preciso estar muito atento à leitura para acabar não se perdendo na quantidad excessiva de devaneios de Cortázar. Ainda por cima, o livro intensifica a complexidade ao, o tempo todo, trocar as vozes dos personagens e tipos de narrador sem aviso prévio.

Logo percebe-se que, apesar do enredo: um grupo de artistas amigos e suas relações entre si (bem como em O Jogo), não é esse o foco principal do romance. Trata-se muito mais, como o próprio capítulo 62 pontua, das reflexões feitas a partir dessas relações, dos estudos, as elocubrações... Enfim.

O livro me fez ficar perdida em alguns momentos e com certeza, para mim, precisará ser relido, a fim de que eu o entenda melhor. Apesar de cansativo, foi uma experiência interessante.
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Cheiro de Livro 20/04/2016

62: MODELO PARA ARMAR
Júlio Cortázar é desses autores que sempre estiveram na minha listas de autores obrigatórios e que ia adiando o meu encontro com ele. O adiamento era proposital, não tenho qualquer afinidade com prosas poéticas ou realismos fantásticos, os entendo e os admiro só cheguei a conclusão, como leitora, que eles e eu não dialogamos. Tendo em vista esse pequeno preâmbulo peguei 62: Modelo para Armar (tradução de Glória Rodríguez) para ler, foi a péssima escolha da péssima escolha.
O 62 do título aqui é referencia a um capitulo do livro mais famoso de Cortázar, O Jogo da Amarelinha. Modelo para Armar seria uma espécie de aprofundamento do que é desenvolvido no capitulo que o inspirou. É aí que o problema começou para mim, foi como se estivesse entrado no meio de uma historia, não que esse livro seja uma continuação, mas tive sempre a sensação que estava pegando a conversa no meio e que me faltava algo para um compreensão melhor do que estava nas páginas.
Cortazar tinha poucas chances comigo desde o inicio, não é o meu tipo de leitura e eu sabia disso, mas fui caminhando vagarosamente pelas páginas, quase o coloquei de lado muito mais vezes do que gostaria de admitir. Nada ali conversa muito comigo e a estratégia narrativa de soltar nomes e situações a esmo, numa primeira leitura é assim que parece, que só se encaixam mais adiante. É uma estrutura ótima, uma técnica instigante, meu problema foi conseguir chegar até o momento em que elas se encaixam.
Não foi uma leitura prazerosa muito por culpa da leitora aqui muito mais do que do autor. Não sou dessas que desiste com facilidade, pegarei O Jogo da Amarelinha para ler em um futuro próximo. Talvez com ele as coisas façam mais sentido ou eu tenha que me conformar com o fato que um grande nome da literatura não dialoga comigo mesmo, uma conclusão que já tive com o maravilhoso Mia Couto, tudo o que ele escreve é lindo e poético, só não fala comigo e não falar comigo é um problema única e exclusivamente meu e não do talento de quem coloca palavras nas paginas.

site: http://cheirodelivro.com/62-modelo-para-armar/
Renato.Martini 02/07/2016minha estante
Cortázar é um dos autores que mais li, mas passei por situação parecida, com esse livro. Acabei de abandonar sua leitura, exatamente por parecer ter pegado um assunto pela metade, e ficar sem saber como concatenar as personagens e situações, por longas trinta páginas. Vou voltar a ele numa outra oportunidade, talvez quando eu estiver em outro nível de leitura.




Luisa1068 23/11/2009

O livro é ótimo. Mas por algum motivo não consigo terminar ele. Comecei a ler ele de novo, mas parei na mesma parte. Não consigo, não sei, talvez eu não esteja pronta para o final.
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