RayLima 13/10/2023
Das riquezas que não cabem nos cofres
Mulherzinhas é um clássico que vem atravessando gerações e cativando leitores desde que foi lançado, em 1868. O livro, que é dividido em dois atos, conta a história da família March, focando principalmente nas 4 irmãs: Meg, Jo, Beth e Amy.
O primeiro ato acompanha as irmãs ainda em seus dramas infantis (apesar de Meg e Jo já estarem na adolescência elas ainda tem a inocência das crianças), tem um tom mais lúdico, com brincadeiras e travessuras, mas sem perder o toque de realidade das dificuldades da vida, da guerra e da pobreza. Termina exatamente quando a primogênita aceita um pedido de casamento, um símbolo de amadurecimento.
O segundo ato traz as irmãs um pouco mais velhas e vai abordar questões relacionadas a vida de casal, trabalho, paixões, desilusões amorosas e a morte. Falando de forma leve, mas eficaz, sobre valores morais imprescindíveis para a formação de caráter de qualquer ser humano, além de fazer críticas incisivas às vaidades, egoísmos e mordomias da burguesia.
O trabalho de Louisa May Alcott dá voz aos sentimentos que as crianças ? um grupo muitas vezes tão neglicenciado ? não sabem sequer nomear, quanto mais expressar. A autora foi e continua sendo uma grande referência para as mulheres, por suas personagens fortes e independentes. Apesar de inicialmente ter sido escrito e pensado para o público infanto-juvenil, o livro traz reflexões, valores e lições importantes para todas as idades. Pois assim como essas 4 irmãs, nós leitores, temos personalidades, sonhos e idades diferentes, mas sempre podemos aprender através da generosidade, bondade, paciência e educação.
Mesmo tendo sido escrito numa época e realidade totalmente diferente da atualidade, não é difícil entender porque Mulherzinhas consegue se manter presente nas listas de favoritos de tantos leitores ao redor do mundo.