Diego 22/12/2012Bergerac, um livre pensadorComprei o livro curioso para saber quem era Cyrano de Bergerac. O conhecia somente através de uma obra romântica do século XIX, no qual o narigudo em questão, ajudava um amigo a conquistar sua prima.
Me deparei com uma obra leve, com um estilo ferino tão bom quanto o do Swift.
O livro pode ser dividido em 3 partes.
A primeira é a obra Viagem à Lua propriamente dita, na qual através de uma viagem à lua empreendida pelo autor, ele conhece a cultura dos selenitas, onde ḿuitas coisas são o contrário da terra, causando espanto e sendo utilizadas para por a nu alguns hábitos europeus que o autor discordava. Em sua viagem ele sai de Paris, se eleva até os céus, mas acaba caindo em Quebec horas depois, demonstrando que a Terra gira. Depois, ao conseguir chegar à Lua, cai no Jardim do Éden, onde tem interessantes conversas teológicas até ser expulso do paraíso. Na terra dos homens da lua ele é tratado como um animal de circo, acaba parando no palácio do rei e tem diversas conversas filosóficas que servem para divulgar ideias científicas que o autor concordava, questões que levaram muita gente para fogueira, tal como o atomismo, o heliocentrismo, o universo infinito, etc.;
A segunda são cartas com as quais o autor ataca seus opositores, floreia sobre as 4 estações, expõe seus pontos de vista sobre a feitiçaria e a superstição da igreja, etc. São cartas muito interessantes, que dão a conhecer um pouco melhor as ideias do autor;
E a terceira parte é um ensaio sobre a Viagem à Lua, relacionando-a com uma obra de Luciano, um autor do século II.