Vida à venda

Vida à venda Yukio Mishima




Resenhas - Vida à Venda


75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Nandara.Secco 26/03/2021

Você é apegado à vida?
Meu primeiro contato com a literatura japonesa, e como comecei bem, não é à toa que Mishima já foi considerado a ganhar o Nobel, que mestre, ou melhor... Um samurai, já que o autor era um grande admirador das tradições milenares da cultura japonesa, especialmente da conduta de honra desses guerreiros, o Bushidô, nada mais justo do que dizer que, tal como uma espada afiada, suas palavras nos dilaceram, cindem, separam-nos do que éramos antes de lê-lo e depois.

Em Vida à venda, fazemos uma viagem ácida e divertida sobre o valor da vida e da morte, mas, longe de ser um livro enfadonho e pesado, causa-nos um fascino, prende-nos com bons ganchos, reviravoltas, personagens fantásticos, tudo com a grande capacidade de nos causar reflexões sobre as escolhas que fazemos para garantir que continuemos vivos. Por que damos valor à vida? Quais são os sentimentos que nos prendem em situações que, por vezes, são incompatíveis com a vida?

Esse livro não vai te fazer entender o sentido da vida, mas, com certeza, te fará compreender o medo da morte e, principalmente, chegar a angustiante verdade: não temos controle de nada, por vezes, nem de nossa própria vida.
comentários(0)comente



Paulo 26/04/2021

Entre o comércio e a loucura
Mishima trabalha no limiar da sanidade. Quando o protagonista resolve por a própria vida à venda, acaba abrindo portas para uma série de situações que beiram a realidade. Pessoas que compram sua vida com o ensejo de realizar desejos escusos que naturalmente os levariam a sua morte. Mas acontece que ele vive. E continua a viver. E é obrigado a conviver com a escolha de fazer da própria vida um comércio. É obrigado, enfim, a entender quão pouco controle temos sobre nós mesmos. Gostei demais!
comentários(0)comente



Rebecca.Valenca 08/08/2021

Original e criativo. A escolha do tema e o desenvolvimento do livro, surpreende. Acompanhamos as aventuras do personagem principal, que, literalmente vende sua vida para pessoas totalmente estranhas.
comentários(0)comente



Cássia 19/08/2020

"Vendo minha vida", assim foi o anúncio que Hanio pôs em um jornal, tendo que a existência, para para ele, nada tinha significado. Alguns interessados logo apareceram: um marido, bem mais novo que a esposa, que procurava vingança, uma mulher que procurava colocar à prova um experimento de um livro que contrabandeara, uma vampira que queria seu sangue... a vida ou a morte como objeto de mercado.
O livro possui uma narrativa dinâmica, quase uma novela, que não nos deixa desligar da leitura.
Depois de conhecer a biografia do escritor, veio a curiosidade sobre os demais livros por ele escritos, que o farei em breve,assim espero, caso não comprem minha própria vida. Afinal,quase não a pomos à venda todos os dias?
comentários(0)comente



Lusia.Nicolino 30/12/2020

Você pode vender o que é seu. Defina seu.
Vida à venda foi publicado originalmente na revista Weekly Playboy do Japão entre maio e outubro de 1968. E, nosso personagem, Hanio Yamada, é um publicitário de 27 anos, entediado e que, após ler o jornal e ver nele mais do que letras, decide se matar.
Organiza suas últimas horas: compra sedativos, vai a uma longa sessão de cinema, vai a um bar, onde chega até a confessar suas intenções, o que só provoca risos e, então, toma o último trem, no qual pretende chegar morto ao final da linha. Mas, não dá nada certo e ele muda a sua estratégia: faz um anúncio pondo sua vida à venda. A partir daí, viverá situações inusitadas, encontrará personagens diferentes e misteriosos. Quanto cada um pode pagar e porque ele consegue vender sua vida tantas vezes? O que é volúvel, o que é sublime, o que é capricho, o que é verdade? Como os animais cruzam as linhas dessa narrativa? Em que ponto dessa jornada o seu caminho poderia encontrar-se com o caminho de Hanio?

Quote: “A sensibilidade usual de Hanio retornava aos poucos – aquela posterior à tentativa de suicídio que o levara a ver irrealidade e mentira em tudo. Quando se vive em um mundo como este, tristeza ou alegria deixam de existir. Tudo é envolvido por um contorno difuso, e a ‘incoerência’ incide noite e dia sobre a vida com a brandura de uma iluminação indireta.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
comentários(0)comente



Andieplacido 17/10/2021

A vida tem algum valor?
Acredito que essa é a pergunta que o livro nos faz constantemente. O que torna a vida valiosa e o por quê dela ser dita como tal. Hanio é um bom protagonista, ele entrega tudo o que um bom prota percisa. A sua evolução de mentalidade, e como ele, aos poucos, vai mudando, é o que vale a pena na leitura. Porém, não acho que seja um livro para qualquer pessoa. Não é um livro simpático e que possui muito sentido. Muita coisa acontece, e isso ocorre de uma forma muito nada haver. As opiniões do autor se tornam fortes nessa obra, o leitor consegue entender o seu desprezo muito bem, o que também é interessante. Dei 3 estrelas pela diversão que o livro me trouxe que alguns momentos, é aquele humor bizarro.
comentários(0)comente



Toni 26/05/2022

Leituras de 2022

Vida à venda [1968]
Yukio Mishima (Japão, 1925-1970)
Estação Liberdade, 2020, 256 pág.
Trad. Shintaro Hayashi

Sendo esta a sexta obra que leio do Mishima, muito me surpreende que nunca me tivesse passado pela cabeça que ele fosse capaz de escrever um romance noir. Após “Vida à venda”, no entanto, parece-me não só evidente como inescapável que o autor de “Confissões de uma máscara”, “Cores proibidas” e “O pavilhão dourado” conseguisse, em algum momento, reunir neuroses, depressão, crítica social e zeitgeist em uma espécie de thriller estapafúrdio (mas convincente) que seduz e nos faz virar as páginas com avidez.

Neste romance somos apresentados a Hanio Yamada, um jovem publicitário desencantado com a falta de sentido no mundo em que vive e que decide colocar a própria vida à venda após uma tentativa malograda de suicídio. Certo dia, escreve num classificado: “Vendo minha vida. Use-a como quiser.” O anúncio logo atrai à sua porta uma galeria de personagens estranhas, com suas próprias histórias bizarras que mais parecem tentativas de fuga de existências mesquinhas, enfadonhas ou desencantadas. Em contraste com o ritmo seguro da narrativa, Mishima compõe personagens de maneira quase abstrata, com contornos bem definidos mas pouca clareza, movimentando-se no claro-escuro de cenas que ora lembram sonhos, ora assemelham-se a pesadelos, mas sempre flertando com o nonsense.

O risco narrativo de “Vida à venda” trata ironicamente da passagem de uma pulsão de morte para o instinto mais arraigado de sobrevivência. No entanto, reduzir o romance a isso seria bobagem. À medida que parece descrever uma sociedade exaurida pela superficialidade de todas as coisas, e escancara nosso adoecimento moral pelo trabalho e pela facilidade com que somos substituídos como peças de um maquinário, o romance também é crítico da postura desapaixonada e indiferente de Hanio. Como bom romancista que é, Mishima não mostra como desatar esses nós, mas nos faz ver onde eles apertam mais.

#yukiomishima #vidaavenda #estaçãoliberdade #romance #literaturajaponesa
comentários(0)comente



leilakelly 12/01/2022

uma grata surpresa
um cara que decide vender a própria vida depois de uma tentativa de suicídio mal sucedida. essa sinopse parece promissora? pra mim pareceu.

o livro tem um enredo super amarrado. a gente cria vínculo com todos os personagens, não só com o principal.

um livro muito doido. sem sentido. divertido. assustador. filosófico. igual a vida que eu não quero vender. recomendo
comentários(0)comente



Carolina 03/10/2023

Eu esperava um pouco mais.
"Vida à Venda" foi um dos últimos romances de Yukio Mishima e a obra retrata a vida de Hanio Yamada, um publicitário que, acometido por um tédio mordaz, decide se matar. A tentativa de suicídio é malsucedida, mas Hanio não consegue se libertar do vazio e do desprezo que sente pela vida. É então que ele decide anunciá-la em um jornal: "Vendo minha vida. Use-a como quiser."

A escrita do Yukio é bastante fluida e foi bom de acompanhar, no sentido de ler e sentir os capítulos, acabou passando de uma forma bem leve. Mas a história em si não me prendeu. Em alguns pontos eu fui ficando um pouco entediada, assim como Hanio em relação a sua vida. Consegui pegar as referências, entendi todos questionamentos sobre a vida e a morte, desde o significado da mesma. Mas pra mim, pelo menos agora, não funcionou muito bem.
comentários(0)comente



Jéssica Nogueira 27/12/2023

Gostei e me diverti
Tenho a percepção de que livros do leste asiático são sempre diretos, uma escrita crua e sem floreios e que impacta de maneira diferente.
Vida à Venda fala sobre uma rapaz que após tentar e fracassar se suicidar decide colocar sua vida a venda, pois nada mais importa. Contudo no decorrer da leitura vemos um mudança de perspectiva através dos trabalhos aos quais participa.
O fato do autor ter cometido suicídio ( como parte de uma tradição japonesa) mostra que esse livro já era uma demonstração de suas emoções 2 anos antes.
Recomendo mas com cuidado.
comentários(0)comente



Diego Rodrigues 09/12/2022

"Vendo minha vida. Use-a como quiser."
Nascido em Tóquio, em 1925, Yukio Mishima é um dos principais nomes da literatura japonesa do século XX. Além de romancista, atuou também como poeta, crítico, ensaísta, dramaturgo e ator. Sua obra explora temas como a sexualidade, a morte e a solidão, além de tecer diversas críticas a sociedade japonesa. Concorreu ao Nobel de Literatura e travou amizade com Yasunari Kawabata (há até um livro que reúne a troca de correspondência entre os dois escritores). Opositor fervoroso da ocidentalização do Japão no pós-guerra, tentou incitar um golpe militar a favor do Imperador em 1970, quando invadiu um quartel com seu grupo paramilitar Tatenokai. Sem apoio, acabou cometendo o seppuku, tradicional ritual suicida dos samurais.

Publicado originalmente em 1968, "Vida à Venda" foi um de seus últimos romances. A obra retrata a vida (ou a não vida) de Hanio Yamada, um publicitário que, acometido por um tédio mordaz, decide se matar. A tentativa de suicídio é malsucedida, mas Hanio não consegue se libertar do vazio e do desprezo que sente pela vida. É então que ele decide anunciá-la em um jornal: "Vendo minha vida. Use-a como quiser." E esse estranho "comércio" acaba atraindo uma pá de personagens peculiares: o marido que quer se livrar da esposa infiel, uma bibliotecária na posse de um livro misterioso, um estudante em busca de ajuda para a mãe enferma e por aí vai...

Ao contrário do que se imagina, a obra não é de toda sufocante e nem desprovida de humor, embora tenha um tom fatalista. Através das andanças do nosso protagonista, o autor investiga as complexidades da vida e traz à tona a seguinte questão: qual é o sentido da vida? O conflito "indivíduo vs sociedade" também entra em cena com o nosso protagonista sofrendo da mais completa inadequação. Não sei até que ponto foi uma influência direta, mas é possível encontrar alguns traços da chamada "literatura do absurdo", com o personagem passando a maior parte do romance preso a uma espécie de labirinto psicológico (Kafka) e demonstrando uma total indiferença a tudo e a todos (Camus).

Que os japoneses são donos de uma sensibilidade ímpar, isso não é novidade pra ninguém. Mas Mishima, sem dúvida, está entre os mais sensíveis que já li. A melancolia vira arte em suas mãos e como resultado temos aqui uma obra poética, irônica, com um leve toque de realismo mágico e que mergulha no âmago da condição humana. Sim, é um livro triste e pessimista (obviamente, possui gatilhos), mas é também uma obra de arte!

site: https://discolivro.blogspot.com/
@quixotandocomadani 12/12/2022minha estante
Acredito que a grande parte da graça do livro esteja nesses personagens peculiares. Que somos nós... No nosso dia a dia né... Maravilhosa a resenha e os temas a abordados, interessantíssimos!.


Diego Rodrigues 12/12/2022minha estante
Os japoneses têm uma visão muito diferenciada do cotidiano, parece que prestam a atenção naquilo que está bem diante dos nossos olhos mas que poucos percebem.. E eu adoro isso neles!




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Alan360 29/09/2021

Poderia ser um filme dos irmãos coen
Um livro divertido, com cenas sensuais, violência, máfia,...
Li o livro imaginando ser um filme dos irmãos coen.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR