Aninha 17/07/2022
Autos e Farsas
???Gil Vicente (1465-1537) foi um escritor português do século XV-XVI que revolucionou/criou o teatro português com seus textos teatrais escritos. Suas obras eram divididas entre autos (religiosos, morais, cavaleirescos e profanos; temas humanos e divinos) e farsas (episódios cômicos de um personagem; como a sociedade na época era), sendo o maior representante do teatro popular. Gil Vicente pula de um lado para o outro em seus textos. Alguns são religiosos, moralistas, parecidos com a Idade Média, como se ele quisesse que o povo ainda fosse "decente" como "era" quando eram profundamente cristãos, outros são críticos, humanos e modernos, discordando da ações da Igreja e da Corte.
Nesse período, havia a transição das escolas literárias Trovadoristas para Classicistas, a transição conhecida por Humanismo. Nessa, que em Portugal iniciou em 1434 com Fernão Lopes, ocorreu uma forte valorização do homem, da ciência e racionalidade, da antiguidade clássica e dos ideais de perfeição. Na época, os gêneros mais feitos foram o teatro popular, a crônica histórica e as poesias palacianas.
A primeira obra do autor foi o Auto da Visitação (1502), também conhecido como Monólogo do Vaqueiro, que apresentou à corte portuguesa no nascimento do futuro D. João III. A rainha pediu que modificasse a peça para ser apresentada no Natal, assim, em vez do príncipe português, seria Jesus. Vicente foi aprovado pela nobreza e pelo povo, ficando conhecido e requerido a escrever diversas outras obras, em português, em espanhol ou mútuas. Seu talento era tamanho que alguns o acusaram de plágio. Para provar a autenticidade, o desafiaram a fazer uma peça com o ditado popular "Mais quero um asno que me carregue, que cavalo que me derrube" e, assim, nasce a Farsa de Inês Pereira.
Inês Pereira quer fugir de uma vida difícil e se casar com um homem rico e discreto, mas ela se arrepende quando descobre que ele é tão discreto que ela não pode sequer sair de casa. Quando ele morre nas Cruzadas, Inês se casa novamente, mas dessa vez com um camponês.
Em o Auto da Barca do Inferno, existem dois barcos que levam um ao céu e outro ao inferno. Cada personagem que chega na barca do Inferno tenta fugir do destino e subir na do Céu, mesmo que suas ações na terra não tenham sido boas. Poucos conseguem subir junto ao anjo.
No Auto da Alma, temos a alma como imortal e sendo o tempo todo tentada pelo diabo. Quando ela percebe isso, busca imediatamente a ajuda da Igreja e dos Santos a fim de buscar redenção para ir ao reino dos céus.
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