Raízes do Brasil

Raízes do Brasil Sérgio Buarque de Holanda




Resenhas - Raízes do Brasil


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Celyne.Viana 25/02/2020

Um livro de sua época
Raízes do Brasil é inegavelmente um dos mais importantes livros sobre a formação da sociedade brasileira, porém, como muitos de sua época, ele é somente sobre a elite brasileira e suas dificuldades em tornar o Brasil um país melhor.
Mostrando desde o início o quanto nossos colonizadores mantinham sua mentalidade no período feudal, o livro deixa bastante claro o quanto o conservadorismo da elite luta contra evoluções benéficas para os mais pobres, para os trabalhadores e claramente para os escravos, indígenas e africanos.
De certa forma o livro nós desafia hoje a contrapor todo o texto aos novos panoramas da Sociologia e da História. Não é possível ler sem outros textos para nortear os estudos, para não ficarmos com a sensação de que o convívio entre índios e bandeirantes tenha sido pacífica.
Tendo isso em vista, é sempre bom lembrar que em seu lançamento Raízes do Brasil já se tornou um clássico por sua relevância.
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Lucas 01/02/2020

Indispensável
Retrato incrível de nossa sociedade, podendo se ver seus reflexos até hoje. "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".
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Biblioteca Álvaro Guerra 10/01/2020

Uma das obras fundadoras da moderna historiografia e das ciências sociais brasileiras. O livro pontua, com fina sensibilidade, algumas das mazelas de nossa vida social, política e afetiva, entre elas a incapacidade secular para separar o espaço público do privado, tema dos mais candentes e que explica, em parte, a vitalidade das sucessivas reedições deste livro.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8571644489
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Filino 09/09/2019

Obra basilar para compreendermos esse tal de "brasileiro"
Trata-se de um dos livros indispensáveis para um estudo que se pretenda sério acerca da formação do Brasil e das características  (positivas e censuráveis) do seu povo. O autor demonstra o comportamento típico dos nossos colonizadores portugueses, marcado pela despreocupação com um maior planejamento na exploração e ocupação do nosso território (ao contrário dos espanhóis, promovendo-se aqui um didático contraste), bem como o tão falado 'homem cordial". As relações marcadas pela "amizade" que transborda para o âmbito público e se traduzem na inobservância das leis - e a naturalidade como isso ocorre entre os brasileiros - é digno de destaque.

É marcante ainda o quadro pintado por Sérgio Buarque de Holanda ao demonstrar como, no período colonial, a rotina brasileira girava em torno dos engenhos (e mesmo as cidades deles pareciam apêndices) e como isso vai se modificando, iniciando-se esse processo com a vinda da família real para estas plagas.

Digno ainda de registro a discrepância entre a cultura portuguesa e espanhola quando transplantada para as Américas: não há como não se surpreender com o fato de já no século XVI os espanhóis já terem criado uma instituição de ensino superior, enquanto no Brasil isso teria que esperar algumas centenas de anos.

É um livro que merece ser lido e refletido. Merece figurar nas melhores estantes.
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Vic 10/05/2019

Excelente livro
Explica muitos hábitos do brasileiro e mostra suas raizes históricas, como por exemplo a incapacidade de separarmos a vida pública da vida privada. :)
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João 05/03/2019

Um clássico da historiografia nacional
Embora seja de uma escrita um tanto quanto técnica, referente a uma época que a produção científica no Brasil dava seus primeiros passos consideráveis (década de 1930), Raízes do Brasil justifica ser considerado um clássico, pois é uma análise do perfil do brasileiro (e do Brasil) a partir da sua gênese.
Destaco aqui o capítulo "O homem cordial", definição de Holanda, para aquele sujeito, que em suas relações político-sociais, se apropria, mesmo sem saber, de todo um histórico ibérico-cristão-patriarcal-rural, que serviu, e serve, como pilar de toda nossa estrutura, seja no público ou no privado. É o chamado "Jeitinho brasileiro", visto muitas vezes com bons olhos, que remonta desde a época em que os primeiros portugueses "aventureiros e não ladrilhadores" colocaram seus pés em terras tupiniquins.
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@pricabral_br 13/02/2019

Muito necessário
Clássico da historiografia brasileira, esta obra nos confere elementos relevantes para a compreensão da formação da moral e da ética brasileira, que parte do setor privado e passa a dominar o espaço público.

Embora tenha sido escrito na década de 1930, o livro não deixa de ser atual, visto que as ideias expostas pelo autor configuram-se até hoje em nossa sociedade e em nossa política com sua emblemática crise sistêmica.

A obra trata também dos ideais de justiça e ética que nasceram a partir de uma propriedade privada, levando-se em consideração que a política era totalmente dominada pelos senhores de engenhos e eram estes mesmos quem criavam e aplicavam as leis de acordo com seus interesses pessoais. Não houve, portanto, um princípio universal do que seja justiça e o particularismo venceu o universalismo. Isto significa dizer que a racionalidade é posta de lado e a legalidade não é exercida em virtude da recusa que se tem em obedecer critérios legalmente estabelecidos.

O capítulo intitulado "O homem cordial", fala exatamente do caráter sentimentalista do povo brasileiro que é uma herança da família rural e expõe a estrutura da família patriarcal, que não só se impõe cordialmente no espaço público, como também perpetua o seu poder de mando baseando-se nessa relação cordial. Vale ressaltar que esse caráter sentimentalista do homem cordial não está ligado somente às emoções positivas, mas também às emoções negativas. Ele pode ser extremamente agradável dentro do seu círculo familiar (familiar, em sentido amplo) , bem como pode ser extremamente agressivo para com aqueles que não estão dentro dele.

Outro tópico interessante é o que o historiador expõe no capítulo IV, que tem como tema " O semeador e o ladrilhador". Nesse tópico ele irá falar das características da colonização da América portuguesa bem como da América Espanhola, a maneira como se deu a expansão territorial em ambas, a formação populacional e a estrutura geográfica de cada uma delas.

É por essa razão que recomendo fortemente esse trabalho, que constitui-se como um importante pilar para a compreensão do percurso histórico feito pelo povo brasileiro e é ainda um reflexo do nosso cotidiano sobretudo nas relações pessoais.
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paulom 04/02/2019

Um clássico que deve ser lido
Esta obra é um clássico nacional que explora as origens e formação da personalidade do povo brasileiro, do nosso jeito de ser, da forma como encaramos a atividade política e as classes dirigentes do país, fazendo-o,a meu ver, sem ilusões ou parcialidade. Mais do que exaltar nossas qualidades Sérgio Buarque aponta nossas dificuldades. Embora o texto original da obra date da década de 30, suas ideias se apresentam extremamente originais. Impossível não pensar no Brasil de hoje ao ler suas afirmações que parecem definitivas sobre nossa personalidade como povo. E isso se deve, como o próprio autor fala a ?um mundo de essências mais íntimas que, esse, permanecerá sempre intato, irredutível e desdenhoso das invenções humanas". Entendo que a utilidade da leitura dessa obra vem do fato de ela ser indispensável ao nosso entendimento sobre nós mesmos, no sentido de vislumbrarmos soluções para nosso futuro como sociedade. Infere-se que o próprio autor não descarta a possibilidade de evoluirmos como povo, desde que conheçamos nossas limitações e enquadremos nossas qualidades, tão avessas a tudo que limite a liberdade individual.
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Vinícius 28/03/2018

Atemporal
Grande livro da historiografia brasileira, Raízes do Brasil está ao lado de Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre e Formação do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Júnior em matéria de importância para a compreensão da formação de nossa nação.

Por mais que seja um livro de meados do século passado, muito daquilo que se diz a respeito da gênese cultural do brasileiro é relevante e pertinente ainda hoje. Fundamental para compreensão de nossa sociedade, a obra de Sérgio Buarque de Holanda continua atual. Destaque para o capítulo "O Homem Cordial", tese importantíssima do autor.
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Pudima 12/03/2018

Daqueles livros que são uma provação.
Eu não gosto de história. E sim, li esse livro até o fim.
Foi desafiador. Foi para testar minha determinação em nunca abandonar um livro. Foi para testar minha crença de que não existe livro ruim. E foi proveitoso.
É um livro que fala de história e política. Uma matéria que eu não gosto, a outra que não entendo. Então ou me senti entediada, ou perdida ao longo de toda a história.
Mas, porém, contudo e entretanto: esse livro foi um professor incrível.
Me fez pesquisar, usar dicionários, redes sociais, ferramentas de pesquisa, ler artigos, pesquisar sobre política e sobre a história da colonização... Foi uma verdadeira "mão na roda".
Desafio concluído, e na esperança que tenha sido o livro mais chato que já li em 2018. Porque se for, eu estou é no lucro.
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Fenix.Pires 13/02/2018

Nossa História
E imperativo para qualquer um que desejar conhecer nossa origem, ler em primeira mão esse clássico. Em Raízes do Brasil temos uma síntese de porque somos o que somos. É uma análise analisada de quem passou boa parte da vida estudando a sociedade brasileiro e latino americana.
Uma excelente leitura.
Mara.Sousa 07/03/2018minha estante
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vicareno 09/10/2017

Dever de ler.
É engraçado constatar como nosso comportamento pode deitar raízes em fatos prosaicos como a nossa colonização portuguesa. Daí pra conceitos como o de iberismo e suas características marcantes em nossa sociedade, é um pulo: mas no parabólico trajeto do pulo, o Autor traz o conteúdo de sua pesquisa e os fatos que tornam nos tornam, povo, o povo brasileiro.
Reconheço a importância da obra, que faz boa companhia a outras tidas como indispensáveis para se começar a entender os porquês dessa nação peculiar, a exemplo de
"Carnavais, malandros e heróis", "Coronelismo, enxada e voto", "Os donos do Poder", Casa Grande & Senzala" e por aí vai.
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Gabê 16/03/2017

Um tanto ultrapassado e muito atual
Apesar de alguns pontos de sua tese já terem sido debatidos e, pode-se dizer, superados (como é exemplo a tese do homem cordial), outros ainda permanecem muito atuais. A maneira como o autor analisa a sociedade brasileira de uma perspectiva cultural, política e histórica é extraordinária! Este é um livro extremamente interdisciplinar dentro dos campos das ciências humanas.
Gostaria de salientar que a análise feita nos últimos capítulos sobre as nossas formas de organização política e como concebemos o estado liberal (a República) é muito atual. Muitas das questões levantadas por ele nos momentos finais do livro constituem material rica para uma análise de nosso momento político atual.

É com certeza um livro que qualquer um que se interesse pela história do Brasil deveria ler, mesmo que seja para criticar várias de suas ideias. Sem dúvida alguma é um clássico de nossa historiografia.
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Cardoso 11/02/2017

Evaldo Cabral de Mello, no posfácio da edição de 1997 da Companhia das Letras, diz que Raízes do Brasil, escrito como ensaio sociológico na "moda no bom sentido" dos anos 30, junto de Evolução Política do Brasil Prado Júnior Casa grande & senzala de Freyre, o motor da obra é, antes, buscar um conceito, uma teoria sociológica a fatos propriamente históricos -- daí algumas coisas observações assustadoras para os nossos dias, como a análise do racismo.

Acontece que isso não é desculpa alguma: uma teoria sociológica que, ao invés de se adaptar à realidade, a adapta é, ora essa, defeituosa. No limite, transformamos as narrativas pós-modernas e pós-estruturalistas em apologia de um trabalho ruim (que seria superado pelo trabalho de Holanda como historiador). Esse processo de "errar a mão" com um método sociológico pode acontecer, claro, com grandes teorias sociológicas: por exemplo, a aplicação do marxismo, que adiro, desenvolvido originalmente para o estudo do capitalismo, de forma acrítica na realidade brasileira gerou uma série de problemas de ordem científica e política... Acontece que este erro foi corrigido, notadamente, aliás, por nomes como Prado Júnior (que estava junto de Sérgio no "começo de nossa sociologia", por mais que essa visão seja simplificadora).

É esta obra o berço do paternalismo, notadamente pela figura do "homem cordial", que depois se popularizaria grandemente em outros nomes, como o de Raymundo Faoro em Os donos do poder. Nada de outro mundo: o brasileiro, herdeiro da cultura ibérica e colonizadora, não consegue estabelecer relações racionais próprias ao sistema político moderno de Estado; dominado de emotividade quase medieval, traria ao público suas relações privadas. Ao fim e ao cabo, nosso Estado é corrupto, violento e até anti-democrático por nosso "sangue", nossa "mentalidade"

Em que ponto, entretanto, essa leitura culturalista não nos impede de localizar os problemas reais do Brasil? A leitura da obra pradiana nos ajuda, nesse sentido, muito mais que este volume de Holanda: em Formação do Brasil Contemporâneo, de 1942, observa que o verdadeiro impeditivo de nosso "desenvolvimento" para uma democracia e economia ao nível de países centrais do capitalismo está no sentido de nossa colonização, feita, ainda que tardiamente, como forma de extrair matéria-prima e mais-valor absurdos pelo trabalho escravo e por terras "sem dono", dentro do contexto da expansão marítima portuguesa em busca dos mercados. O nosso desenvolvimento, atendeu aos interesses da metrópole portuguesa quase sempre ignorando nossas necessidades. "Se vamos à essência de nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes, depois algodão e, em seguida, café para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção que não fosse o interesse daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileiras (...)". (PRADO JÚNIOR, Formação do Brasil Contemporâneo) Nossa sociedade, então, não foi construída nem para nós, nem por nós. Ela foi nos entregue assim, à nossas classes dominantes entreguistas dentro do contexto do capitalismo dependente, tão bem analisadas por Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e Ruy Mauro Marini.

Desassociando os erros do sistema capitalista e transferindo-os para uma distante mentalidade de um distante povo de outro continente, com validade de mais de 500 anos, transferidos ao nosso comportamento, difícil de mudar, buscamos um governo igual à grande e justa democracia estadunidense, normalmente, tão bem vista. Às vezes vemos coisas como Watergate ou a Invasão do Irã, mas o paternalismo parece não vê-los. Mirando na administração, por exemplo, prática e funcional de bancos, esquecemos dos escândalos de Wall Street tão bem demonstrado, por exemplo, pelo documentário Inside Job (dir. Charles H. Ferguson, 2010).

Podemos pensar, então, que, se o problema do Estado brasileiro foi e é nossa mentalidade, a diminuição dos meios da população acessá-lo pela democracia nos salvaria de nós mesmos... Mas eis que vemos que, na época colonial, o governo era o Português; posteriormente, endividado até o pescoço com a Inglaterra, passamos a trabalhar massivamente para o desenvolvimento do capitalismo inglês (tão bem estudado por Eric Williams em seu Capitalismo e escravidão; ainda que seu estudo seja sobre Trinidade e Tobago, pode ser aplicado em toda a América Latina); na República, as burguesias agrárias, que disputavam o pódio isoladas por bastante tempo, com o passar da Era Vargas, foi perdendo espaço para a industrial, ao mesmo tempo em que nosso capital se vertia aos EUA (principalmente com o golpe empresarial-militar que nos levaria à ditadura de 1964). O poder político, aparentemente, nunca esteve nas mãos do povo brasileiro, mas foi ocasionalmente gerido por ele a mando de terceiros: estando nossa economia tão bem vinculada à economias centrais, como poderíamos dizer que o problema de nosso Estado é nossa mentalidade e não o sistema econômico capitalista das democracias que o paternalismo tanto admira e vê como ideais?

O interesse de Raízes do Brasil, hoje, está em ser um documento influente que gerou uma ideologia pouco científica, admitida pelo próprio Sérgio historiador, que se incomodava com o pouco afinco histórico da obra, que deve ser combatido.
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