Amanda - @entrelinhas.literario 06/04/2018"Olhei em volta mais profundamente e vi um velho jatobá frondoso, esverdeando nas fôlhas brilhantes um resto da chuva que tinha sido grande. Era êle, tinha razão. Era êle. Daí em diante nunca matei bicho nenhum, doutor. [...] Com o tempo fui começando a entender a língua das coisas. Mas é das árvores que eu entendo mais..." ⠀
Através das águas do Rio Araguaia, Zé Orocó e Rosinha protagonizam esse romance lindo e cheio de ternura. Apesar da vida difícil, sempre tem espaço para gentileza no coração desse homem que tanto conversa com sua canoa.
Amigo dos índios, bem conhecido pelos vizinhos, Zé Orocó é reservado e o que mais se comenta dele é sobre essas conversas com Rosinha. A canoa, em contrapartida, conta histórias e sabe se mover pelo rio só de Zé Orocó dizer para onde quer ir. Tudo ia bem, com muitas noites ao ar livre e banhos de rio, apesar de Rosinha já estar se desgastando e no fim de seus dias. Até que chega um doutor que, ao descobrir que o homem falava com sua canoa, com as árvores, passarinhos e o que mais estivesse por perto, decidiu que deveria levá-lo para ser tratado na cidade.
A passagem de Zé Orocó pelo sanatório, onde foi cadastrado como Zé Augusto, é angustiante e causa revolta, pois como pode uma pessoa tão boa e tão gentil ser tratada de maneira tão desumana?
Em meio a história de Nininha, contada pela Rosinha, e as histórias de Calamantã e Urupianga que a própria força da natureza vai narrando, vamos acompanhando o passar dos anos para Zé Orocó e torcendo para que ele volte a reencontrar Rosinha.
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