Manon Lescaut

Manon Lescaut Abade Prévost




Resenhas - Manon Lescaut


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Ingrid_mayara 15/12/2017

Des Grieux era bobinho
Desde a primeira vez em que li Dom Casmurro, muito me interessou a maneira como a intertextualidade está presente em várias partes de sua narrativa. Machado provoca o (a) leitor (a) de seu livro a ter consciência e criticidade sobre o que lê, sempre sugerindo traços de caráter, tanto de Bentinho como de Capitu. Assunto digno de TCC, portanto falarei aqui somente de um caso intertextual tentando resumi-lo.

Em Dom Casmurro, especificamente no cap. XXXIII - O Penteado, após a narração do beijo e todas as sensações que esse ato havia provocado em Bentinho, há a seguinte passagem: "Não mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux (e mais era Des Grieux) não pensava ainda na diferença dos sexos.".

Um dia desses fui ao sebo e lá encontrei vários livros baratinhos e entre os quais me chamaram a atenção, havia um livro intitulado Manon Lescaut, POR APENAS UM REAL! Li atrás: "Manon Lescaut: o dramático romance entre Des Grieux - fervoroso jovem de boa família - e a bela Manon Lescaut, moça frívola e inescrupulosa que ama qualquer um que lhe garanta uma vida de luxo (...) Na época, o livro foi queimado pelas autoridades, que nele viram um atentado aos bons costumes.". Comprei.

Esse romance francês foi escrito por Abade Prévost e sua primeira edição foi publicada em 1731, sétimo volume da coletânea "Memórias e Aventuras de um Cavalheiro". Possui dois narradores: o primeiro é um homem que havia ido tratar de uma causa no parlamento e pelo caminho viu um grande tumulto, por curiosidade ele queria saber o que estava acontecendo. Após passar por um informante, o homem aproximou-se de um rapaz e este começou a lhe contar parte de sua desgraçada vida. Comovido com o ocorrido, e sabendo que os guardas não permitiam que o casal se aproximasse, o homem ajudou o rapaz a falar por um instante com sua amada. Após dois anos desse episódio, o homem deparou-se com o rapaz na rua. Vendo que ele ainda estava com péssima aparência, e como antes, percebia-se que era "gente de bem" (padrão burguês), convidou-o a ir até o local onde estava hospedado para conversarem.

Nessa conversa, troca-se o narrador. O rapaz que se chama Des Grieux conta sua história ao homem, que permanece comovido. Para explicar a mudança de narrador, o primeiro conta que transcreveu a história exatamente como o rapaz lhe disse.

Vamos então às principais características do casal:
- Des Grieux: tinha dezessete anos e havia terminado os estudos de filosofia, e sua família, que era um tanto quanto conservadora, o encaminharia à carreira eclesiástica; quando por acaso encontrou na rua a linda Manon, e foi amor à primeira vista. Ele era ingênuo e sua vida era bastante pacata até conhecê-la.

- Manon Lescaut: era um pouco mais nova que ele, e disse que sua família a encaminharia ao convento, então acabou fugindo com Des Grieux. Era uma das moças mais belas da região, e por onde passava, causava admiração. Ela tinha uma personalidade sedutora e gostava de viver luxuosamente, apesar de ser pobre.

Citações:
"Pareceu-me tão linda, tão encantadora, que eu, até então nunca tinha pensado na diferença dos sexos e muito menos olhado para uma mulher com mais atenção do que para qualquer outra criatura, eu, cuja inocência era por todos admirada, encontrei-me de repente inflamado até o arrebatamento."

"(...) não tenho forças para suportar provas tão vivas da tua afeição. Não estou acostumado a esses excessos de alegria. Meu Deus! nada mais vos peço: estou certo de possuir o coração de Manon; encontrei nele os afetos que desejava para ser feliz; não posso agora deixar de o ser; eis a minha felicidade realizada."

O livro é fininho, mas me arrebatou de tal modo que não tive forças para terminá-lo em um único dia. A leitura não é arrastada de modo algum, só que há tantas reviravoltas na história, que chega a cansar um pouco. A escrita não chega a ser de difícil compreensão, pelo contrário, achei até mais fácil do que Dom Casmurro.

De acordo com o que está escrito na contra-capa, essa história inspirou diversas artes, sendo elas: óperas, filmes e séries televisivas (ainda não os vi) e provavelmente outras obras além de Dom Casmurro. Recomendo a leitura principalmente às pessoas mais sensíveis que acreditam realmente no amor.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt

Carol Abrantes 15/12/2017minha estante
Eu tenho esse livro na minha estante, pq em "A dama das camélias" é dito pela personagem. Encontrei num troca troca e o adquiri, mas ainda não tive a oportunidade de ler...


Carol Abrantes 15/12/2017minha estante
Gostei muito do que escreveu. Muito interessante.




Alan kleber 26/06/2022

Um homem completamente devoto a sua amada.
É a música Exagerado de Cazuza transformada em um livro. E a história contada no livro, é tão boa quanto a música.

Um rapaz com dons brilhantes e amáveis, que, arrastado pela ardente paixão que consagrava à mulher que lhe fascinou, prefere uma vida errante e libertina a todos os triunfos que seu talento e sua condição social podiam lhe proporcionar; um homem escravo do amor, que prevê as desgraças que a paixão irá trazer a sua vida, e msmo assim se afunda nela, desdenhando dos conselhos de seu fiel amigo e de seu amado pai.
O livro conta a história des Grieux e de sua amada Manon Lescault. Ele um rapaz cheio de vicíos e de virtudes, que pensa o correto e procede com o errado.
Já Manon conhece a virtude, aprecia-a mesmo, e no entanto não consegue abandonar seus vicios. Praticando indignas aç?es.
Des Grieux e Manon Lescault possuem todas as qualidades para serem pessoas notaveis no mundo, mas cegos a luz da razão, preferem de maneira espontanea e voluntária viverem a beira do abismo, vivendo os maiores infortúnios. E mesmo assim não deixamos de torcer por eles, tamanha a genialidade do autor, que consegue que tenhamos afeição por esses personagens.
É um livraço.
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@bea.lendo 16/01/2021

O amor na humilhação.
Nunca vi um personagem tão obcecado por uma mulher como Des Grieux é por Manon. Aqui, o amor doentio, a perda totalmente do respeito por si mesmo, e o abandono de qualquer virtude levam o Cavaleiro Des Grieux a jogar todos os seus desejos para perseguir o seu objetivo: ser amado reciprocamente por Manon. Insano como ele chega ao nível máximo da humilhação apenas para levar adiante um amor abusivo e insano.

A narrativa é envolvente e passei a semana contando os minutos para poder voltar a leitura!! Sinceramente, amo um amorzinho trágico - mas apenas nos livros, pelomordedeus!!
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chantili 14/08/2011

Esse é um livro muito marcante porque os sentimentos dos personagens são muito fortes e acabam contagiando o leitor. O amor ou a obsessão que o Chevalier sente pela Manon é algo extraordinário e em vez de sentir raiva por ele, por ser tão cego e tão submisso a ela, o leitor fica do lado dele e torce pra um final feliz.
Pedro Oliveira 14/08/2011minha estante
Ah discordo. Eu sentia muita raiva dele por ele ser tão 'babaca' e esperei por aquele final mesmo. hehe


chantili 14/08/2011minha estante
hehe é verdade, no começo dá uma raivinha mesmo, mas depois vc vê que o troço é tão absurdo q dá pena dele!




Sissy S2 25/09/2024

O livro é bom, mas que sofrimento meu Deus!!! Eu não teria a paciência que o cavaleiro teve com Manon, tenho minhas dúvidas se ela o amava mesmo, talvez no fim, quando viu q não encontraria ninguém no mundo que lutasse por ela assim. Achei que o autor tratou o amor como uma doença, de forma um pouco irreal, como se bastasse apenas tirar a pessoa por quem estamos apaixonados de perto de nós, que logo já nos ?curamos?, como se fosse simples, como quando o frio passa logo que colocamos um casaco. Também acho que o final ficou faltando fechar, ficou parecendo q a história continuaria, mas no geral gostei do livro.
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Deghety 02/03/2023

Manon Lescaut
Diz o ditado que o amor cega, mas nesse caso, além da cegueira veio acompanhado a estupidez sem escrúpulos.
Apesar de o livro se chamar Manon Lescaut, o protagonista é o jovem Chevalier des Grieux.
Des Griex é um jovem de família nobre que tinha como projeto viver uma vida eclesiástica. Mas vê sua vida acometida por sucessões de desgraças após se enamorar de Manon Lescaut.
Manon Lescaut é apresentada com a beleza como seu único atributo, despertando paixões por onde passa.
É sem dúvida uma personagem inteligente, mas inclinada ao luxo e avareza.
Dá a entender que ela realmente gosta de Des Grieux, mas gosta muito mais do luxo.
Geralmente gostamos ou somos empáticos com os protagonistas, mas aqui o leitor fica indignado com a forma a qual Des Grieux se desgraça por Manon.
A trajetória amorosa e trágica dos personagens desperta um misto de pena e repulsa.
Apesar de a narrativa ter uma linguagem rebuscada, a leitura é bem fluída. Não é à toa que a obra ganhou as telas, teatros e fogueiras.
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Janine.Oliveira 02/11/2019

Comprei por causa da Dama das Camélias
o livro é citado na obra de Alexandre Dumas Filho, mas confesso que gostei mas de A dama das camélias
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Joana Vivi 05/07/2021

Mais um livro para fazer eu gritar, chorar, rir e AAAAAAAAAA
Que casal! Eu fiquei o tempo inteiro torcendo por esses dois! São reviravoltas atrás de reviravoltas!
A linguagem é um pouco complicada, mas nada de tão absurdo.
Não é um livro perfeito, obviamente por ser mais antigo, algumas passagens são um tanto preconceituosas.

Sobre os personagens:

Protagonista: Muito apaixonado pela Manon, ao ponto de abandonar a própria família. Ele pode ter seus defeitos, mas está cego de amor. Ciumento em muitos momentos, o que me dá raiva e ranço ;-;

Manon: Um tanto indecisa e ambiciosa, mas me parece ser forte. Uma boa pessoa.

Tiberge: Um amigo tão leal! Sempre está lá quando o protagonista precisa.

O véio rico e chato: Ranço dele, ódio dele, raiva dele. Eu queria poder dar um murro na cara dele!

Filho do véio rico e chato: Babaquinha.

Lescaut: Um bom irmão e amigo. Uma pena o que aconteceu.

Enfim, muitos personagens bons e outros nem tanto.


Trechos que eu, sinceramente, adorei:

"Nada há tão belo, nada faz mais honra à virtude do que a confiança com que nos dirigimos às pessoas, cuja probidade é geralmente reconhecida. Sente-se que não há risco a correr: e se nem sempre as achamos em circunstâncias de nos prestarem auxílio, temos a convicção de que ao menos encontraremos a bondade e a compaixão."

"Respondeu-me, no tom mais terno e amável, que nada seria capaz de o fazer renunciar a esta qualidade; que as minhas próprias desventuras e, se eu lho permitia as minhas faltas e erros, tinham duplicado a sua ternura para comigo, mas ternura amargurada pelo mais profundo pesar precisamente como se deve sentir por quem nos é caro e que vemos correr à sua perda sem lhe podermos prestar socorro."

"É preciso avaliarmos a nossa riqueza pelos meios que temos de satisfazer os nossos desejos; e eu não tinha mais do que um"

"? Vamos, senhor, ? disse ela ? veja-se bem e faça-me justiça. Pede-me amor. Eis aqui o homem que eu amo e que jurei amar toda a minha vida. Faça o senhor mesmo a comparação. Se julga poder-lhe disputar a posse do meu coração, diga-me em que se funda, pois declaro-lhe que aos olhos desta sua humilde serva (Não gostei dela se chamar de serva, mas...) todos os príncipes da Itália reunidos não valem nem um só dos cabelos que tenho na mão."
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Angelo 19/04/2011

Em resumo, o argumento do livro gira em torno de um rapaz de posses e de família razoavelmente bem estruturada que se apaixona por uma mulher "perdida" e se vê afundando-se em uma espiral de desgraças e aviltamento. Lembra razoavelmente A Dama das Camélias, mas as privações por quais vai passando o protagonista são mais profundas.

O livro foi proibido e perseguido quando de sua publicação original, o que não impediu contudo a expansão de sua popularidade, através de uma série de edições piratas.

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Simone 09/02/2013

Personagens marcantes
A história é sobre o amor romântico que leva à perdição, mas os personagens são bastante marcantes.
A narrativa é interessante, inclusive por ter um eu narrativo que é, ao mesmo tempo, pessoal e onisciente.
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Francisco 18/09/2020

Razoável...
O texto é simples e creio até que inspirou "A Dama das Camélias", de Dumas Filho. Contudo, o protagonista é muito "bobo" em se deixar enganar por Manon. O final não poderia ser outro.
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Dominique.Auler 23/03/2021

O retrato de um amor completamente obsessivo
O protagonista Chevalier Des Grieux relata suas desventuras na eterna perseguição de sua idolatrada Manon Lescaut.
Os absurdos crimes cometidos por Des Grieux são abordados como nada além de frutos do seu amor. O livro parece desculpar todos seus atos e ainda usa todas as oportunidades para ressaltar as virtudes e caráter de um aristocrata que nada fez por merecer.

Nada faz perceber a hipocrisia dos aristocratas cómo suas próprias obras, onde se percebe como se julgam justos na forma como tratam os outros.
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