Davi.Paiva 28/01/2024
Médio, mas com todo o respeito.
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Mais um livro que li na academia (durante 20 minutos diários de bicicleta, para ser mais exato).
Eu gosto de MMA. E também gosto tanto das lutas do Lyoto Machida quanto da pessoa dele, por levar o karatê ao UFC (geralmente os lutadores preferem kickboxing ou muay thai) e acabar ficando diferenciado nos golpes e na postura perante quem ele derrota. E somando com a minha paixão por leitura, foi bem legal saber que ele tem um livro de autoajuda (que é um tema bem fácil de ler. Ainda mais em uma academia).
O livro acaba virando um "3 em 1" porque tem um pouco da vida de Lyoto (biografia), autoajuda e também a filosofia japonesa no que tange o código samurai do bushido. Porém, neste último item citado, temos um diferencial porque o próprio Lyoto reescreve o código para o que ele aplica em sua vida.
O bushido original trabalha sete virtudes: integridade, respeito, coragem, honra, compaixão, sinceridade e lealdade. Já Lyoto prefere manter a quantidade, mas colocar outros sete princípios: autorresponsabilidade, simplicidade, determinação, disciplina, resiliência, respeito e humildade.
Isso gera impacto na obra?
Sim e não.
Primeiro porque é interessante ver como Lyoto realmente vive o que prega, pois no capítulo 4 (sobre disciplina) ele ensina o princípio Shu-Ha-Ri, que significa "manter-romper-sair" em uma tradução não tão literal. Em tal princípio devemos absorver o conteúdo que nos é passado (manter), quebrar as suas formas (romper) e sair dos paradigmas com uma nova abordagem daquilo que nos foi passado sem perder a sua essência (sair).
E segundo porque embora todos os capítulos sejam fáceis de entender e concordar, acho que ele derrapou no último, sobre humildade. Aturar humilhações de pessoas arrogantes para responder somente em espaços de disputa (o famoso "responder jogando") não muda as estruturas que faz estas pessoas ainda terem o poder de oprimir os outros. Aliás, considerei este capítulo como um todo ruim.
Por isso considero que "O Código do Dragão" seja um livro médio, mas com todo o respeito.
Recomendo!
Nota: no final na introdução o autor comenta que um dia cada leitor possa criar o seu próprio código de sucesso. Eu não sei se um dia eu poderia fazer o meu próprio bushido, mas eu sei que uma das virtudes nele com certeza será o Ubuntu.