Bruna Fernández 21/05/2013Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brQuem leu a minha resenha do primeiro livro da série sabe que, apesar de ser muito fã de livros policiais, a escrita da Patricia não se destacou muito para mim por ser muito óbvia em certos momentos. Mas vejam: fui surpreendida com o segundo volume, Corpo de delito.
O que me prende na literatura policial é o mistério, e isso é o que não falta nesse segundo volume. A história é focada na jovem autora de romances históricos, Beryl Madison, que é cruelmente assassinada em sua casa, logo após voltar de viagem. De acordo com registros da polícia e investigações da Dra. Kay Scarpetta, Beryl vinha recebendo ameaças por telefone e inclusive teve a pintura de seu carro danificada. Um dos principais suspeitos é Cary Harper, escritor famoso e pai adotivo de Beryl, já que ambos brigaram pois a enteada estava escrevendo uma autobiografia que comprometia muitas pessoas. O único problema é que Cary Harper também é assassinado, forçando Scarpetta e Marino a tomarem novos rumos na investigação.
Então começam as mil perguntas em volta do caso: quem é o assassino? Quais as motivações desses assassinatos?
Pete Marino, o policial desbocado, extremamente sincero e, por muitas vezes, grosso, é de longe um dos melhores personagens da série. A autora utiliza ele como escape cômico e as cenas em que ele aparece sempre funcionam muito bem, dando sempre uma aliviada na tensão (ou aumentando ela, em algumas parter necessárias). Um personagem novo e interessante que aparece nesse volume é Mark James, um antigo namorado de Kay, que ressurge do nada em sua vida. Apesar de ser super charmoso e demonstrar muito carinho pela protagonista, a autora faz a gente ficar com um pé atrás em relação a ele. Quais serão as verdadeiras intenções dele? Ele surgiu nesse momento na vida de Kay por pura coincidência ou não?
Muitos podem reclamar da falta de ação, mas para os fãs de thrillers mais voltados ao lado psicológico, esse livro é um prato cheio. Assim como no primeiro livro, a Dra. Scarpetta acaba se envolvendo demais no caso e acaba recebendo telefonemas ameaçadores. Ela precisa até se afastar do hospital onde trabalha para não sujar seu nome e o de sua equipe.
“Kay, já percebeu que costuma se envolver bem mais nos casos do que seus antecessores?” p. 146
Por Kay ser uma médica legista o livro tem um alto nível técnico em alguns momentos. Termos médicos são regularmente usados, mas não é algo que chegue a atrapalhar o leitor, até mesmo porque temos Marino para pedir a “tradução” de alguns termos por nós.
Com um desfecho bem inesperado, o livro me surpreendeu. A autora é bem detalhista e consegue juntar todas as pontas do caso sem deixar dúvidas para o leitor. Achei que a qualidade aumentou bastante do primeiro livro para esse e a série acabou me conquistando. Não vejo a hora de ler o terceiro livro que já foi relançado pela Paralela.