spoiler visualizarannikav.a 27/05/2023
Tintim e Milu partem para mais uma aventura, quando deveriam estar de férias. Nesse caso, o problema simplesmente tropeçar nele é escusável. A busca pelo túmulo perdido do faraó Ki-Oskh envolve na verdade o tráfico internacional de ópio e muito esforço para se livrar de seus agentes (velejar de sarcófago, andar o deserto a pé, pilotar um avião e aprender elefantês) que obviamente não querem um repórter se intrometendo em seus assuntos. O quadrinho, como era de se esperar de um autor branco belga da década de 30, está repleto de orientalismos do começo ao fim, e entristece ver como pouca coisa mudou: ainda se pensam os países do dito "Oriente Médio" e demais países islâmicos como barbáricos, perigosos e atrasados, por mais que os problemas sejam, antes de tudo, coloniais (é claro e evidente que Hergé não reconhece e muito menos reflete sobre isso). No mais, um dos mocinhos da edição, o marajá de Rawajpoutalah, é uma figura interessante, pois traz um histórico geracional de " luta contra a plantação do ópio" (que é na verdade uma luta anticolonial, mas isso não se diz).