Senhor das moscas

Senhor das moscas William Golding




Resenhas - O Senhor das Moscas


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LER ETERNO PRAZER 22/03/2021minha estante
Ótimo!!


Lolla 22/03/2021minha estante
aff eu queria ler mas nunca consigo avançar na história


LER ETERNO PRAZER 22/03/2021minha estante
Um enredo que mostra o quão o ser humano é capaz com o poder nas mãos e o mais incrível no caso desss livro temos crianças como nossos personagens!!




Deise 07/11/2021

"Talvez haja uma fera ... talvez seja apenas nós."
Quando peguei esse livro para ler a única coisa que sabia era sobre crianças numa ilha. Conforme fui lendo entendi o motivo de ser tão bem falado. Sei que há maldade no mundo, mas fiquei impactada com tudo abordado nesse livro. O começo é muito lento e as vezes fiquei com preguiça de ler, mas depois da metade não consegui mais largar. Achei bem escrito, a forma que o autor descreve a ilha fez me sentir lá junto com os meninos. O livro me fez refletir diversas vezes sobre a sociedade e a maldade humana. As crianças são reflexos da sociedade violenta ou a natureza deles mesmo? Gostaria que o começo não fosse tão lento e o final tão corrido. Fora isso, gostei bastante. Pretendo reler e qualquer coisa aumento a nota. Recomendo!



"E no meio deles, com o corpo imundo, o cabelo emaranhado e o nariz precisando ser assado, Ralph chorava o fim da inocência, as trevas do coração humano."
Michela Wakami 10/11/2021minha estante
Arrasou na resenha, amiga! ?????


Michela Wakami 10/11/2021minha estante
Não entendi só a parte do nariz.


Deise 11/11/2021minha estante
Obrigada, amiga ??!




Léo 21/03/2023

Senhor das Moscas
Um avião cai numa ilha e os únicos sobreviventes são garotos pré-adolescentes. E assim começa o clássico Senhor das Moscas, o que poderia dar errado?

Numa tentativa de se organizarem para conseguirem ser resgatados, os garotos formam uma democracia, que no começo funciona de forma harmoniosa, e divide os garotos no que cada um tem que fazer. No início parece uma história inocente, os garotos caçam, brincam e se organizam na tentativa de serem salvos, mas Wiliiam Golding vai tornando a história chocante e tensa.

A organização deles vai desmoronando aos poucos, o medo os toma, criando uma briga pelo poder entre Ralph e Jack, os dois garotos que lideram o grupo.

O autor, de forma alegórica, traz uma reflexão sobre a maldade humana e a linha tênue entre racionalidade e os instintos que tornam o homem um animal selvagem.

É um livro curto, mas cheio de significado e interpretações. Me prendeu do início ao fim e o final é surpreendente. Recomendo.
Regis2020 21/03/2023minha estante
Sabia que iria gostar, Léo.
Ótima resenha. ? ?


HenryClerval 22/03/2023minha estante
Boa Resenha, Leo.


Léo 23/03/2023minha estante
Obrigado, Leandro. ?




Aline 25/05/2017

Escala de Esbugalhamento de Olhos
É possível fazer um belo ensaio sobre todas as discussões sociológicas e metáforas apresentadas no livro. Sobre como os garotos manifestam a natureza humana (má, igualzinho ao que Hobbes falou), quando livre de regras (governo). Sobre como o líder Ralph é sensato (democracia) e Jack não é (tirania). Sobre como Porquinho é subestimado por não se encaixar no padrão estético estabelecido. E sobre o nóia-mirim Simon,espécie de guru espiritual incompreendido. Mas tudo isso já foi extensivamente discutido, resenhado e já serviu de fonte de muita inspiração. Sendo assim, desisti do tal ensaio antropológico e procurei trazer algo novo para essa resenha. Pensei por um bom tempo e, finalmente, achei. Apresento, senhoras e senhores, com muito orgulho, a Escala-Aline de Esbugalhamento de Olhos. Sendo:

Nivel 1 (Burro Ió): Tédio
Nível 2 (Dr House): Tá. E daí?
Nível 3 (Lêmure): “Nossa!”
Nível 4 (Kim Goodman (procure no Google)): “Miiiinha Nossa!!”
Nível 5 (VOCÊ LENDO O ÚLTIMO CAPÍTULO DE O SENHOR DAS MOSCAS): “Mano do Céu!!!”

Boa leitura e cuidem bem das suas órbitas.
Thiago275 08/06/2017minha estante
hahaha, adorei sua resenha! Me deu ainda mais vontade de ler esse livro!


Aline 13/06/2017minha estante
Legal, Thiago! Obrigada. Se quiser, eu disponibilizei esse livro no grupo dos Livros Viajantes do skoob (https://www.skoob.com.br/grupo/1284-livro-viajante). É só entrar na fila para recebê-lo...


JD Rodrigues 16/05/2019minha estante
Vc usou a expressão certa! É impossível terminar este livro sem estar com os olhos esbugalhados!




GilbertoOrtegaJr 11/02/2016

O senhor das moscas- Willian Golding
De forma bem simplista acredito que toda distopia pode ser: uma releitura da sociedade, uma sondagem sobre como poderemos estar em um futuro ou em um momento em que estivermos vivendo num mundo com condições diferentes, ou o meu preferido; um tipo de laboratório em forma de literatura, para sondar sobre como seres humanos se transformariam em uma sociedade com condições, regras e estruturação diferentes daquelas que conhecemos.

E entre as distopias mais conhecidas, a primeira que decidi ler foi O senhor das moscas que, diga-se de passagem, ainda bem que livros digitais não pegam mofo já que este estava no meu kindle, sem ler, desde que comprei (há mais de dois anos). Basicamente a trama do livro é o seguinte: um avião cai em uma ilha deserta e seus únicos sobreviventes são crianças e adolescentes, que acabam se reorganizando e elegendo um líder, para os guiar e proteger. O líder escolhido será Ralph, por ser o mais carismático, mas logo ele terá que competir pela liderança com Jack, que é o mais forte, e por fim temos Porquinho, que é um dos três principais por ser o mais inteligente de todos, mas ele em momento algum apresenta capacidades de liderança.

Aos poucos e por meio da necessidade é que as crianças decidiram escolher um novo líder a quem seguir, e ao contrário de Ralph e Porquinho que costumam ter uma visão mais ampla daquilo que eles precisam para sobreviver nesta ilha, Jack é oposto disso, para ele as prioridades são aquilo que existe de imediato como comer quando eles têm fome, ou se abrigar quando vem a chuva. Em meio a estas mudanças de líder e inconstância eles vão vivendo na ilha, o único traço constante é que são crianças e agem como tal, como quando ouvem barulhos vagos ficam com medo ou se animam e perdem o foco diante de cada novidade, ou sobretudo não conseguem planejar a longo prazo.

Na ilha existem poucas coisas em que as crianças podem se apegar; como os óculos de Porquinho, que proporcionam a fogueira e por sua vez pode afastar bichos e liberar fumaça que ajudaria a localizá-los, e por último a concha que é usada como um tipo de passe para quem for falar e para que só se fale um por vez.

Segundo a Wikipédia, Ralph representaria a democracia, Jack o fascismo, Porquinho a ciência e por aí vai uma visão simbólica de tudo que aparece no livro, mostrando o quanto existe de alegoria nele. E é por meio de um tom pessimista que o autor mostra o quanto a civilidade vai se perdendo durante o tempo em que estão nesta ilha, e o quanto o equilíbrio que constitui uma sociedade é frágil e pode se romper a qualquer momento

Apesar do prefácio do escritor Santiago Nazarian ser tediosa e fraca, li as 220 páginas com muito prazer, e em muitos momentos me senti exasperado, torcendo ou até mesmo assustado com aquilo que acontecia, não queria parar de ler este livro de forma alguma sem chegar ao final, este é um daqueles livros que vale muito a pena ser lido, independente de qual seja o motivo que o leve a lê-lo, espero que demore menos que eu, para se divertir e se emocionar nesta leitura.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2016/02/11/o-senhor-das-moscas-willian-golding/
Nanci 11/02/2016minha estante
Gostei da resenha. Parabéns!
Tenho esse livro (em papel) há anos, e pelo seu entusiasmo, estou muito atrasada :(


GilbertoOrtegaJr 11/02/2016minha estante
Vc em um dia se acerta com ele, vale a pena, se não curtir, ao menos deixa vc pensando um bocado :)


Daniel 23/03/2017minha estante
Gostei do livro, muito bem escrito, faz pensar, tem boas metáforas... mas não me encantou.




Lorayne.Stinguel 26/04/2021

Mais um livro que coloquei muita expectativa e me decepcionei. Vou ser sincera dizendo que me perdi várias vezes. Acho que o livro falou demais de paisagem, de concha e de óculos embaçado. Sinto que existe uma metáfora por trás do livro mas que não consegui captar.
Mello 26/04/2021minha estante
queria ler muito esse livro, mas vi que todo mundo comentou sobre as descrições em excesso do ambiente e tal, e eu odeio isso ?


Lorayne.Stinguel 26/04/2021minha estante
E pior, mesmo com tanta descrição tem hora que você não entende o que é fogo, o que é floresta, o que é pedra...


Pierre.Oacks 28/04/2021minha estante
O livro realmente exagera não na ambientação, mas no floreio da narrativa, não obstante, é um enredo interessante e que mantém um clímax permanente que torna a leitura fluida




juliaalves 13/10/2020

O homem é a mosca do homem
"Queria explicar como as pessoas nunca são exatamente o que você pensa delas."

Talvez nossa jovem sociedade não seja o que pensamos que ela é. Essa leitura me fez refletir sobre tudo de primitivo que carregamos ainda hoje: nossos instintos, nossos medos... Talvez nosso erro básico foi se apegar demais a ideia de 'humanidade' e esquecer que todo homem é, a princípio, um animal. Afinal, não somos selvagens?
No livro, a perda da vida antiga, da civilização, das regras e leis foi gradual (eu usaria até a palavra sutil se não remetesse a delicadeza). E isso me assustou, porque mostra o quão próximo estamos desse estado, o quanto essa história é tão possivelmente real. Li em doses homeopáticas porque sofri o fim da inocência em cada ato, cheguei a parar de ler porque só conseguia pensar 'Meu Deus, alguém salve esses meninos' e sempre surgia um nó na garganta e arrepios com a cantoria selvagem daqueles que outrora eram crianças. Tudo bem, somos selvagens; mas porque deixar de ser humanos?
VitorLeite 17/10/2020minha estante
Aaaa eu preciso lerrr


VitorLeite 17/10/2020minha estante
Ameeei a resenha


juliaalves 17/10/2020minha estante
Quem sabe ele vá para suas metas de 2021...




Dani.Odete 16/05/2024

Necessário!
Essa leitura me trouxe uma mistura de reflexões, fiquei chocada em algumas cenas e pensativa em muitas outras. Me perguntei se realmente nos conhecemos e sabemos de tudo que somos capazes quando uma nova perspectiva nos é apresentada. Até onde somos bons? Qual o nosso limite antes da barbárie? Leitura mais que necessária para quem se interessa por esse mistério chamado ser humano.
Michela Wakami 17/05/2024minha estante
Esse livro é maravilhoso!


Dani.Odete 17/05/2024minha estante
Eu amei também Mi,me impactou!


Michela Wakami 17/05/2024minha estante
Ele é inesquecível, Dani.




Luca.Matheu 10/06/2024

Humano, a descrição da sociedade em duas formas distintas.
O Senhor das Moscas de William Golding, livro publicado em 1954 na Inglaterra, uma alegoria sobre a verdadeira natureza humana (pelo menos na visão do autor), a história se passa durante a segunda guerra mundial, onde um grupo de crianças (todos meninos), sofre um acidente aéreo e cai numa ilha deserta, desse acidente só sobrevivem as crianças, de início elas se organizam de forma democrática, mas com o passar do tempo começam a agir de forma selvagem e desordeira contrária ao jeito inglês que os próprios meninos se vangloriavam no início. Com o desenrolar da história vemos a verdadeira metamorfose que os garotos vão sofrendo, e acabam saindo da racionalidade, personificada pelo personagem Ralph e caminhando para a selvageria animalesca, também personificada pela liderança de outro garoto, Jack. Diante do embate que ocorre dessas diferentes visões de como sobreviver ao ambiente em que foram postos, diversas tragédias ocorrem, e ainda à uma figura mítica e sombria do chamado ?senhor das moscas?, nome esse atribuído pelos antigos a entidade Belzebu, sendo esse demônio pra mim nada mais sendo que uma forma com que o autor achou de demonstrar a vileza presente em nós em uma figura física e mística, que ao mesmo tempo que não faz nada por si só, influencia os outros a cometerem atrocidades.

O livro me fez refletir muito sobre como é importante uma estrutura social que segue princípios básicos, para não retrocedermos a nossos estado animalesco, e como no presente caso a frase de Thomas Hobbes faz total sentido "o homem é o lobo do homem" em um exemplo prático. O misticismo que cerca o senhor das moscas e o desenrolar da história são envolventes, junto disso acontecimentos chocantes em uma perspectiva que nos faz se aproximar dos personagens, acabam por gerar o sucesso desse livro que recebeu até então 2 adaptações para o cinema.



Nota 9,1
Alex.Monteiro 10/06/2024minha estante
Nossa parei no início desse livro e ainda não voltei a ler, não por ser ruim mas por preguiça mesmo


Luca.Matheu 10/06/2024minha estante
O livro é muito bom, vale a pena você voltar e terminar ele


Alex.Monteiro 10/06/2024minha estante
Tá na lista, se possível esse mês mesmo




Georgeton.Leal 22/08/2020

O mal mora logo ali...
Uma alegoria? Uma paródia? Uma sutil análise da maldade oculta no coração do homem? Este livro é tudo isso e muito mais. Ainda que à primeira vista pareça uma história clichê, a desventura de Ralph e seus companheiros nos levam aos recônditos mais profundos e tenebrosos da alma. Passando por momentos singulares e indo até o tenso amargor, "O Senhor das Moscas" é um clássico atemporal que nos mostra o quanto a natureza humana pode ser nociva e perigosa, principalmente, em seu estado mais mordaz.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2022/02/o-mal-mora-logo-ali.html
Excluido 22/08/2020minha estante
Coragem para ler esse livro... sinceramente, não tenho!


Georgeton.Leal 22/08/2020minha estante
Acho que existem outros muito mais "sinistros" do que esse. Golding até que soube equilibrar a dose.


Excluido 22/08/2020minha estante
Quem sabe um dia eu me aventure...




Mari 30/12/2020

to chocada
li por indicação do meu namorado e ele falou que não curtiu muito o começo por achar lento, mas eu discordo dele.

O começo realmente não acontece tantos embates, mas não achei lento e achei necessário pro clímax da história. Além disso, gostei do desenrolar e discussões.

Os acontecimentos me deixavam com raiva e indignada com os meninos e o legal é perceber que isso poderia acontecer facilmente com adultos também.

Uma passagem curiosa do livro é o Ralph, Porquinho e etc devaneando que seria tudo diferente se tivessem adultos na ilha, que tudo seria melhor e não haveria brigas, mas eles esquecem que enquanto isso o mundo está em guerra... Será que realmente seria diferente?

As últimas páginas são emocionantes e eu fiquei em transe com o fim. Amei.

Pois é, Ralph o coração humano é mesmo cheio de trevas
Guilherme2290 30/12/2020minha estante
obrigado pela sua resenha, quem sabe VENHA AÍ em 2021 kk


Mari 31/12/2020minha estante
Por nada :)). Eu acho que vale a pena tentar até porque é um livro curtinho


Guilherme2290 31/12/2020minha estante
?




Cintia_.Silva 30/06/2020

Da sociedade à selvageria
É incrível como ao ler Senhor das Moscas eu pude perceber o quão tênue é a linha entre ao que entendemos como "Sociedade" e "Selvageria". Esta linha tênue entre essas duas palavras se torna cada vez mais evidente no decorrer da leitura e é imprescidível discutir a crítica (espero que eu esteja certa) ao modelo de sociedade, precisamente retrata do dito "inglês" levando em consideração a grande imagem de como é difundida e espalhada por ser dita como "modelo". O que mais choca, ainda, é de como crianças podem surpreender no quesito busca pelo poder, no que ao meu ver isso era mais evidente no mundo dos adultos. Senhor das Moscas foi um desafio para mim e precisei ler um pouco de cada vez para pode tentar entender o contexto em que se passava a história e ao mesmo tempo tentar entender o contexto que estou vivendo do lado de cada. E mais uma vez, Jaine vem para reflexão acerca da sociedade.
Xabriel 30/06/2020minha estante
Sua resenha ficou muito boa.


Cintia_.Silva 01/07/2020minha estante
Muito obrigada :)


Xabriel 01/07/2020minha estante
???




alinenotalien 01/10/2021

Uma obra prima!!!
Vencedor do Prêmio Nobel de 1983, Senhor das Moscas era um livro que não tinha muito interesse em ler. Até que ele foi escolhido em uma leitura coletiva e, finalmente, recebeu a minha atenção. Por que eu não procurei ler antes?

Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de garotos que não ultrapassam 14 anos, encontram-se perdidos em uma ilha deserta, após a queda de um avião. Diante desse contexto, Golding nos prende em uma trama de luta pela sobrevivência e organização social, à medida que o lado mais cru e selvagem de cada um dos meninos vai aflorando.

A escrita de Golding é muito fluida e imersiva, sobretudo pela riqueza de detalhes da ilha em que Ralph, Jack, Simon, Porquinho e os outros meninos foram parar. Entretanto, o ponto alto de Senhor das Moscas encontra-se no processo de organização social dos garotos, assim como suas consequentes desavenças.

A característica singular da obra é justamente a princípio, a convivência pacifica entre os garotos, que aos poucos vai tornando-se em uma guerra pelo poder. E com a guerra bem a barbárie. Apesar da idade dos personagens, mesmo daqueles que não possuem tanto destaque ao longo da narrativa, conseguimos ver o reflexo de nós mesmos naquilo que eles fazem e nos assustamos ao constatar como é fácil partir da ordem para o completo caos. O nível de loucura, crueldade e selvageria que alguns dos garotos demonstram me deixaram péssima, e com uma sensação enorme de esgotamento.

?No meio deles, com o corpo sujo, cabelo emaranhado e nariz escorrendo, Ralph chorou pelo fim da inocência, pela escuridão do coração humano e pela queda no ar do verdadeiro e sábio amigo chamado Porquinho.?

O desfecho de Senhor das Moscas é um soco no estômago, assim como muitos acontecimentos ao longo da narrativa também o foram, como os acontecimentos envolvendo Simon e Porquinho. Há algo no limite do abismo em que os personagens chegam, no modo como Golding descreve a expressão e sentimentos dos personagens, sobretudo Ralph e Jack, que acaba comigo. É o espanto por perceberem o que aconteceu no meio das cinzas da destruição que eles deixaram para trás, somado ao espanto de que estamos causando a mesma destruição, em escala muito maior; o espanto de perceber que estamos nos embrenhando na crueldade e selvageria assim como aqueles garotos. O pensamento final ao finalizar essa obra é a pergunta ?o que foi que nós fizemos??
A.C.L. 01/10/2021minha estante
Que resenha maravilhosa. Eu demorei para ler, também e fiquei muito "feliz" (essa nao é bem a palavra, mas enfim). Você já leu os meninos da rua Paulo? Esses dois livros para mim andam juntos, porque a mesma pessoa indicou e li um seguido do outro. Abraços


alinenotalien 01/10/2021minha estante
Ainda não li esse livro, A. Olhei a sinopse dele e achei interessante, adicionei na minha lista. Muitíssimo obrigada pela indicação e pelo coment na resenha. Abraços


A.C.L. 01/10/2021minha estante
:) Imagina, eu que agradeço pela resenha. Espero que goste do livro e anseio pela sua resenha, se vc quiser e for fazer!




Israel145 31/12/2016

O romance SENHOR DAS MOSCAS é talvez uma das metáforas mais perturbadoras sobre a natureza humana já publicada em livro.
Após um acidente, um avião cai em uma ilha deserta e os únicos sobreviventes são alguns garotos ingleses das mais variadas idades. Imediatamente eles passam a se organizar em grupos e tocam a vida na ilha da melhor maneira possível. Porém, as coisas começam a desandar quando Jack, o garoto que lidera o bando de caçadores desafia a liderança de Ralph, por diversos motivos, sendo um deles a presença de Porquinho, uma espécie de conselheiro de Ralph e a única mente sensata da ilha.
Causa arrepios a maneira como Golding escolheu representar o antropomorfismo moral que os garotos da ilha passam a sofrer após a vida condicionada à sobrevivência. A regressão ao estado primitivo é a maneira metafórica do autor perguntar até onde o homem vai quando perde suas referências morais, intelectuais e religiosas.
Um antropomorfismo diferente, por exemplo, do sofrido pelos humanos transformados em animais no clássico A ILHA DO DR. MOREAU de H.G. Wells que é um regresso literal. Talvez a transformação dos homens em porcos no outro clássico A REVOLUÇÃO DOS BICHOS de George Orwell pode ser a que mais se aproxime da transformação, pois a bestialidade dos garotos é comportamental.
Cada personagem segue com sua via-crúcis e é afetado de maneira diferente pelo modo de vida na ilha. Porquinho é míope, asmático e vítima de bullying constante, mas é a voz mais sensata, porém a menos ouvida, pois suas limitações o tornam diferente dos líderes Jack e Ralph. Porém, por melhores que sejam as intenções de Ralph (manter a fogueira acesa para sinalizar a um possível resgate) e Jack (caçar para trazer carne para a tribo), a falta de regras e valores que só existem no mundo dos adultos, os degenera a ponto de fazê-los perder o controle.
Outra metáfora perturbadora é a do garotinho lunático Simon, que escuta a voz do Senhor das Moscas, apontando claramente para os lunáticos que matam em nome de um deus qualquer.
William Golding é um autor preciso e incisivo. As alegorias usadas na história refletem os instrumentos e referências do que nos torna civilizados (a concha trombeta pode ser usada como exemplo por que dá a quem a segura o direito de convocar uma reunião ou de falar enquanto a segura). E quando esses instrumentos ou referências deixam de existir, o que pode ocorrer é o colapso e a barbárie instituída no cerne da civilização.
O último capítulo é de uma angústia frenética. Não recomendado para cardíacos, Golding tira o fôlego do leitor com uma narrativa intensa, rápida e perturbadora da transformação final em bestas humanas dos garotos, num ritmo tão alucinante que chega a dar vontade de pular as páginas e correr para o final.
Indiscutivelmente uma das melhores obras em língua inglesa já registrada e quem a lê é marcado de uma maneira tão profunda que jamais se esquecerá do aviso lançado pelo autor à sociedade civilizada: A humanidade são os valores, as referências, o belo e a sensatez.
Thiago 31/12/2016minha estante
Esse livro sempre me pareceu uma crítica a filosofia de Rousseau, e lendo sua resenha reafirma ainda mais a minha opinião.


Israel145 31/12/2016minha estante
Você tem razão. Bate de frente com a tese que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe. Assunto muito profundo e espinhoso.


Thiago 31/12/2016minha estante
Se eu não estou enganado o Voltaire também tem um texto que também critica a filosia Rousseauniana. E eu preciso muito reler a obra do Voltaire me lembro que de ter gostado bastante do que ele escreveu.




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