Resenhas - O Senhor das Moscas

arqueofarias 15/08/2024

Uma incrível e conturbada visão de nossa sociedade sobre o prisma de crianças isoladas sozinhas em uma ilha? o desenvolvimento de seus comportamentos em grupo, amadurecimento, relações sociais, aspectos políticos, tensões e no fim o medo: afinal, eram apenas crianças.
Um misto de sentimentos nessa leitura. Genial.

Nicole.Sophia 11/08/2024

O senhor das moscas, ou belzebu
Esse é o livro perfeito pra quem acha que crianças são apenas seres inocentes. Que, em certo nível, eles não poderiam se tornar cruéis.

Nesse mundo atingido pela guerra, uma bomba nuclear atinge uma cidade, e mandam aviões com pessoas para serem evacuadas. Um desses aviões, que continha várias crianças, cai em uma ilha deserta, e nenhum adulto sobrevive. Aquelas crianças, que até então não se conheciam, precisam sobreviver até que a ajuda supostamente chegue.

Os personagens principais, Ralph e Jack, na minha visão, são uma alegoria a Democracia, como sendo Ralph, e o Autoritarismo, na forma de Jack.

No início, os garotos até tentam se organizar, para cada um ter uma função para que arranjem comida, água, até um "dormitório" para que eles pudessem dormir com o mínimo de conforto, sendo o Ralph o líder, o "Chefe".

Porém, ao longo da história, Jack e a maioria dos garotos, querem sair para caçar, para comer, para lutar contra o "Monstro" que eles acham que existe na ilha. Ralph até tenta fazer com que eles não se deixem levar por essa falsa sensação de controle mas, infelizmente, ele não consegue.

E tudo o que acontece em sequência é a consequência de se parar de viver em sociedades nas quais existem leis, regras e autoridades. Esse livro é a resposta para a pergunta que filósofos de todos os séculos se fazem: como seria o ser humano em seu estado de natureza? Antes da existência da sociedade?

Bem, eis a resposta que William Golding nos dá. E eu não poderia concordar mais.

Aline 11/08/2024

Que livro surpreendentemente simples e bom!
Sobre a natureza humana: um grupo de crianças sozinhas em uma ilha deserta; da tentativa de manutenção da ordem à perda da civilidade.

Gustavo.Comora 11/08/2024

Ótimo Livro
"O Senhor das Moscas", de William Golding, é uma obra-prima que explora a natureza humana de forma crua e intensa. A narrativa de um grupo de meninos isolados em uma ilha deserta revela como a civilização pode rapidamente se dissolver em caos. Com personagens bem construídos e uma atmosfera crescente de tensão, o livro desafia o leitor a refletir sobre os instintos primordiais e o equilíbrio entre ordem e selvageria. Uma leitura envolvente e profundamente provocativa.

Mayara.Isis 12/08/2024

Excelente!
Eu sou muito suspeita pra resenhar esse tipo de livro pois distopia é o meu gênero favorito, mas essa me surpreendeu. Eu não conhecia muito bem a estória antes de ler, apenas sabia que era um livro importante dentro do gênero, comprei e a oportunidade de ler chegou junto com o clube de leitura.

No livro acompanhamos diversas crianças que caem em uma ilha deserta em meio a uma guerra, não temos muitas informações sobre o que acontece no mundo fora da ilha ou como elas foram parar lá. Aos poucos vemos o desenrolar de uma sociedade "temporaria" se formando enquanto eles esperam por resgate.

O livro parece até um experimento social, seguimos a organização, lutas e desejos de crianças de diferentes idades com diferentes expectativas e reações. Aos poucos, vemos o que a falta de civilização, regras e autoridade pode fazer com um grupo de pessoas e até onde isso os leva.
Como toda distopia, o véu politico está muito presente aqui. Muitas analogias me passaram pela cabeça enquanto eu lia, mas a que ficou foi a dualidade da democracia/autocracia. A liderança objetiva vs a autoridade selvagem, e as vítimas (o povo) que ficam em meio ao medo e ao fanatismo que pode estar presente em qualquer sociedade que tenta se organizar.

O fato de serem crianças me comoveu muito, fiquei bem apreensiva com o destino de alguns deles e os traços psicopáticos de alguns outros. Também percebi que alguns trechos serviram de inspiração para outros títulos que adoro, claramente é um livro importantíssimo independete de gênero e indico muito! Vi muitos comentários de que é chato ou parado, mas acho que a expectativa as vezes prejudica a leitura. É importante ter em mente que nesse gênero as reflexões são mais importantes que as consequências, é sobre o que toda essa m*rda que tá acontecendo te faz sentir!

Dilalilac 13/08/2024

Esse eu precisei ler por ser referenciado demais
Com esse livro eu tenho história...
Há muito tempo vi um desenho antigo que dizia ser baseado nele, isso grudou em mim. Muitos anos depois, lá estava eu lendo Fábrica de Vespas e, na sinopse, vi escrito "Evoca senhor das moscas". Bem, abandonei Fábrica de Vespa e deixei quieto.
Depois, lá estou eu lendo Menina Boa, Menina Má, eis que a protagonista está lendo Senhor das Moscas. Daí peguei Senhor das Moscas pra ler, mas de início já impliquei com aquele monte de menino sujo e suado naquele calor infernal e larguei.
Depois, vira e mexe lá estava o "Baseado em Senhor das Moscas" e afins.
Em Aurora nas Sombras (esse bem releitura mesmo), em Heroes, em Lost, e eu fui chegando a tanta coisa que eu já identificava Senhor das Moscas sendo referenciado em coisas sem nem ter lido. Eu criei bagagem do livro só de ler os inspirados kkkkkkkkk
Foi esse ano eu pegar a série Yellowjackets pra assistir, também baseada, que falei "Ah, não, vou ter que ler isso nem que seja na base do ódio".
Porque só de lembrar de não ter gostado do primeiro contato com o livro, mas ter amado tudo o que vinha dele, me deixava com um gosto amargo na boca de incompletude.
E eu li em um dia, porque me propus a gastar esse hoje com isso.
Agora em partes...
? Foi bem melhor do que a impressão que tive ao tentar anos atrás. E fluiu muito bem. É um bom livro, interessante e com debates muito bons.
?Minha coisa favorita do livro foi toda a referência ao rosa. O livro é um poço de coisa cor-de-rosa, desde montanhas de granito rosas, os porcos rosas, pedras rosas, concha rosa, céu rosa, espuma rosa... E isso me deu um aconchego enorme, era um conforto que não estava esperando em uma paisagem de ilha perdida, que normalmente é só verde e verde...
?Eu esperava uma maior abordagem dos meninos enlouquecendo (digo, dos pontuais, como o menino que chora, o da mancha no olho ou o Simon), mas isso era expectativa minha. Acho que a loucura ficou muito mais na selvageria, o que permite uma análise mais geral do que interpessoal, já que a barbárie em geral não é vinda de reflexão, e sim da força do instinto brutal e afastamento das normas sociais.
? Teve partes que achei meio corridas, sendo que muitas partes mal acontecia coisa alguma, então acho que ficou mal distribuído o tempo de rendimento total. Mas o número de páginas foi na medida certa.
? Infelizmente eu vou ter que concordar com a eu do passado, têm algumas releituras melhores que a obra original sim, mesmo ela sendo um clássico. Mas com certeza não tira de forma alguma o mérito de precursora. E nem de ser boa.
?E... Por fim... O Simon e o Roger são mais importantes na obra do que o tempo deles nela. Ambos foram cruciais.

Nicole 14/08/2024

Após acidente aéreo um grupo de crianças fica ilhado. No começo fica tudo ok, eles se sentem livres e felizes, escolhem um ?chefe? (Ralph) e o respeitam.
No geral eles levam tudo muito na brincadeira, deixando a fogueira apagar (que é a prioridade de Ralph, tendo em vista que a fumaça sinalizaria que estavam ilhados caso passasse algum navio), até que um dia uma outra criança (Jack) passa a discordar desse chefe, visto que tinha como prioridade caçar. Nesses ponto os grupos se dividem, sendo o grupo de Ralph mais pacífico e bem menor, enquanto o de Jack é extremamente violento e maior.
É abordada essa natureza selvagem dos personagens, que chegam a assassinar e espancar outros meninos.

A leitura até me prendeu um pouco, mas achei um livro tenso e, por se tratar de crianças tem uns diálogos muito bobinhos. Muitas frases incompletas terminado em reticências, achei isso muito chato.

Dinha.Lene 14/08/2024

Com certeza vou ler de novo.
A muito que queria ler esse livro,comecei a ler e não parei , impressionante como o ser humano independentemente de idade, luta pela sobrevivência mesmo não sabendo por onde começar e como o homem por essa luta fere e mata sem ao menos pensar no próximo em busca de ser fazer ouvido ,mais sem pensar em ouvir , o senhor das moscas traz para nós um aprendizado importante ,cabe a cada leitor em que parte cada um se encaixa .

Mozart.Sávio 14/08/2024

Tenha paciência
É um livro que explora os aspectos sombrios do amadurecimento e da natureza humana.

A história começa como uma aventura infantil, o que pode tornar a leitura um pouco enfadonha no início. No entanto, à medida que a narrativa avança, ela se transforma, culminando em um desfecho que revela o quanto o processo de amadurecimento pode ser doloroso.

Para mim, foi uma leitura impactante, recomendada para aqueles interessados nas complexidades do comportamento humano e nas forças primordiais que moldam nossas ações.

A obra questiona a linha tênue entre a civilização e a barbárie, ilustrando como, diante da ausência de regras, a verdadeira natureza humana pode emergir de maneiras inesperadas.

O ritmo de leitura lento no início pode ser desafiador para muitos leitores, e admito que isso afetou minha experiência com o livro.

Embora essa lentidão se justifique à medida que a história progride, criando uma tensão crescente, é algo que pode afastar aqueles que preferem uma narrativa mais dinâmica.

Se você está considerando ler, aqui estão algumas razões:

1. Golding expõe a fragilidade da civilização e a facilidade com que ela pode desmoronar.

2. Ele oferece uma reflexão sobre o poder e a liderança, e como essas dinâmicas podem se distorcer em situações extremas.

3. A obra convida o leitor a questionar a moralidade humana, especialmente em contextos onde a sobrevivência se torna a prioridade.

É uma obra que não deixa o leitor ileso; ela provoca, perturba e obriga a uma reflexão. No entanto, devido ao ritmo lento e ao início que pode parecer monótono, minha avaliação do livro é regular.

O livro tem seu mérito, mas requer paciência e um olhar crítico para ser plenamente apreciado.

Lu Pimentel 15/08/2024

Super envolvente
Como se forma uma micro sociedade de crianças isoladas numa ilha? Como cada uma assume um papel? Esse livro é uma transposição do bem e do mal que se propagam em qualquer grupo de seres humanos.

UmEstranho 22/08/2024

Uma aventura infantil
Tive que para mim foi uma aventura a cada página, mesmo achando um história lenta, mas ter esse pensamento de como crianças poderia viver e se organizar para sobreviver em um lugar isolado é fascinante. De quando os personagens vão ?perdendo? o modo de agir em sociedade e começam a agir de forma tribal cada acontecimento ficava com receio das atitudes que crianças com uma moral ainda não formada poderia fazer.

Guilhas64 21/08/2024

'Então o mar voltou a encher o peito[...]'
Será que estamos sempre na quina da ribanceira que é a barbárie? O que nos leva a acordar todos os dias e colocar lenha na fogueira e não tinta no rosto, sair para degolar porcos e dançar? Apenas a possibilidade de uma eventual e distante resposta do mundo à nossa labuta diária é o bastante para sustentá-la?
Aqui, pra essas crianças, não foi.
Então, como fazemos para nos apegar ao que importa quando a recompensa parece tão distante?

Sobre a Concha e o Óculos.
O verdadeiro poder é simbólico ou prático? Não importa o quanto seja dito como as coisas deveriam ser, direcionando valores reais à abstrações, enquanto o poder com valor real de mudança é desvalorizado.
Assim, a banalização do materialismo, daquilo que nos move e nos sustenta, é o que causa a queda das estruturas sociais, é o que leva grupos, que deveriam estar lutando juntos em prol de um objetivo tão comum quanto a sobrevivência, à se degladiarem por motivos tão artificiais.

Sobre a Ilha
O que torna uma ilha tão bonita, acolhedora e cheia de abundância em um ambiente tão ameaçador, de terror e mistério? A mesma ilha que acolheu meninos perdidos, os prendeu ali. O mesmo mar que os banhou, engoliu seus corpos. Seria apenas a perda da ignorância e inocência diante dos perigos reais do mundo ou o que o faz tão perigoso é como o enxergam, e o que fazem dele? O mundo responde ao que projetamos sobre ele. E a Ilha, viva, respondeu à violência e decadência que presenciou ali.

A Criança que viu o Diabo
Como algo que nem existe pode causar tanto sofrimento?
Acreditar no monstro não é o bastante pra torná-lo real, mas acreditar tanto pode fazer com que nós criemos ele.
Antes mesmo de Jack fincar a cabeça do porco naquela lança, todos ali ja tinham visto o Senhor das Moscas. Viram seus amigos, inimigos e a si mesmos se tornarem Ele.
"Você sabe, não é? Que eu sou parte de vocês?"
Aos poucos perderam os traços que os tornavam humanos. Trocaram suas roupas por trapos, e os trapos pela pele nua e queimada. Trocaram seus rostos por máscaras de tinta, e suas brincadeiras, pela morte. Todos eles viram acontecer, mas Simon, infelizmente foi o primeiro a ver as faces do Diabo naquela ilha e sofrer as consequências disso.

Entre outras muitas MUITAS questões que esse livro me fez pensar. Poderia ficar aqui horas a finco destrinchando o que relacionei e à que comparei cada coisinha nele. Fora, é claro, o que o livro é por si só. Todos os sentimentos que e provoca (principalmente a angústia do final), todo o desenvolvimento que ele faz da ilha -que é um personagem próprio-, das crianças, das interações delas entre si, com a ilha, com suas crenças etc etc etc

Giorge0 21/08/2024

Meu deus do céu
Insano, maluco, louco, medonho, me deu mais medo no coração que qualquer livro de terror. Não existe palavra no mundo pra descrever o quão bom e horrível esse livro consegue ser. Parabéns aos corajosos que pararam pra entender as entrelinhas, esse livro é cabuloso.

gabriela cardoso 20/08/2024

O senhor das moscas
esse livro me acompanhou por dias e dias super cansativos e foi uma baita distração pra mim, gostei muito dessa leitura mesmo sendo bem forte.
crianças sem nenhuma supervisão simplesmente se rendendo ao seu lado mais primitivo, perdendo completamente a inocência e o senso comum... amei a forma que o autor escolheu de abordar esse tema, realmente impacta qualquer pessoa. queria que algumas coisas tivessem sido mais exploradas, mas talvez a graça da história seja justamente deixar a imaginação pensar por nós.

1usuario 22/08/2024

Ai
Não esperava por essa profundidade. O livro é reflexivo e dolorido. Tem gatilhos! E eu não sabia de nada disso. Senti algo inexplicável, porém ruim. Acho que não leria de novo. É uma escrita boa que flui depois de algumas páginas. Para um livro curto, na minha opinião, as páginas foram bem aproveitadas.