O Amante

O Amante Marguerite Duras




Resenhas - O Amante


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Camila Felicio 20/11/2023

Marcante!
Que leitura espetacular!!!! Duras foi uma grande cineasta, roteirista e escritora!! Como escritora ficou famosa por retratar a infância vivida na antiga Indochina francesa e estou em choque com toda a narração do livro!
A leitura ainda que pareça simples traz elementos narrativos interessantes com muito fluxo de consciência, uso de discurso livre indireto, monólogos internos e o mais interessante: a mudança no mesmo parágrafo da primeira para a terceira pessoa, o eu para a criança, o meu amante para o chinês de Cholen.
O motivo da troca de pronome pessoal é simples, a autora nos narra no início que se vê "como outra, como outra seria vista, de fora", pareceu-me um recurso brilhante!! O uso do tempo pretérito e o jogo de ir e voltar na narrativa pareceu-me fantástico e digno de nota.
Sobre ser uma autobiografia, o fato não é 100% real, não sabemos se a autora realmente vivenciou o que narra, os textos de apoio nos dão motivos para duvidar de tal fato, em decorrência de algumas contradições de Duras, e faz todo sentido posto que foi uma personagem cultural francesa extremamente controversa, ninguém sabia onde estava a realidade e a ficção em Duras, acusada de narcisismo eu apenas a vejo como uma mulher livre e muito a frente de todas!
Sobre a temática, tive muito medo de ser um "Lolita", mas nada a ver, ainda que vejamos uma adolescente de 15 anos com um rapaz de 20 e muitos. Mas vê-se mais uma jovem usando a situação para livrar-se das amarras da mãe depressiva e ausente e do irmão mais velho violento. Ao mesmo tempo em
que a mãe era contrária por conta da etnia do homem (um chinês do norte) e não pela idade, a desonra que só era criticada até o ponto da menina trazer benefícios econômicos para casa, como ela intitulou-se até a "prostituta infantil" trazer lucros para dentro do lar, foi super incômodo de ser lido!
O final é extremamente melancólico e forte, fiquei com muita vontade de ler "O amante da China do norte" escrito pela autora após repudiar a adaptação cinematográfica de "O Amante" e buscar dar um sentido maior a sua história, buscando mais o lado emocional.
Indicado para fãs da literatura francesa e cinema francês!
Fabio 20/11/2023minha estante
Resenha impecável, Camila!??
Parabéns!???


Camila Felicio 21/11/2023minha estante
Obrigadaa Fábio ?




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Carolina.Perdigão 07/11/2023

Um pouco confuso pelo fato de ir e voltar no tempo diversas vezes. Meio autobiográfico, retrata parte da adolescência da escritora. Achei razoável.
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mimperatriz 05/11/2023

O amante
É minha segunda leitura de Duras - a primeira foi A dor, que adorei - e mais uma vez fiquei arrebatada pela escrita e pelo formato do livro.

É uma escrita autobiográfica, assim como os primeiros textos de A dor, mas que conta com mais de 50 anos entre os fatos descritos e a escrita do livro. Ou seja, tem também muita imaginação ou ?falsa realidade? para cobrir o que a memória não deu conta de lembrar.

E Duras não esconde isso no livro: ?Naquele dia, eu devia estar com aqueles famosos sapatos de salto alto em lamê dourado. Não vejo que outra coisa poderia usar naquele dia, portanto eu os uso.?, o que, na minha opinião, deixa o livro ainda mais interessante já que identificamos, de certa forma, a Duras com mais idade escrevendo sobre a jovem Duras.

O livro conta a história da família (ela, mãe e irmãos) enquanto viviam na Indochina. Ela tinha 15 anos e meio quando conheceu ?o amante? - um homem chinês muito rico - e iniciou sua vida sexual. Eles são amantes no sentido amoroso da palavra.

Parece uma história simples, mas a escrita é muito rica, potente e mostra os desdobramentos desse relacionamento na vida dela e da família. E embora o título seja ?O amante?, a relação que mais me chamou atenção foi a familiar - é interessante, complexa, densa.

É um livro intenso e que mostra a força da escrita de Marguerite Duras. Leiam!
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Leila 04/11/2023

A Amante é uma obra sensível e intensa da renomada autora Marguerite Duras, conhecida por sua capacidade de explorar a complexidade das relações humanas e das experiências pessoais. Neste livro, a autora nos conduz por uma jornada íntima, onde uma jovem de 15 anos e meio explora o território desconhecido do sexo e do amor com um homem doze anos mais velho.

A narrativa, sendo altamente autobiográfica, nos leva a um profundo mergulho na mente da protagonista, que compartilha conosco suas descobertas, suas dúvidas e sua paixão. Através da voz desta personagem, somos guiados por um território emocional delicado e muitas vezes tumultuado numa Saigon nos últimos dias de colonização francesa. Marguerite Duras habilmente transmite as emoções conflitantes e os desafios enfrentados pela jovem amante, criando uma atmosfera de vulnerabilidade e intimidade.

O relacionamento entre a protagonista e seu amante é, desde o início, fadado a ser um caso de amor fugaz, algo sem futuro claro. Essa inevitabilidade confere à história um toque de tristeza, tornando-a ainda mais comovente. Marguerite Duras descreve essa conexão efêmera com maestria, capturando a efemeridade do amor e a sua inevitável finitude. Ela aborda questões de idade, raça e etnia de maneira sutil, destacando como essas diferenças influenciam o relacionamento e a percepção da sociedade sobre ele.

Além disso, o estilo narrativo de Duras é uma característica marcante deste livro. Sua prosa poética e introspectiva envolve o leitor, criando uma experiência de leitura profundamente envolvente e reflexiva. A forma como a autora explora a psicologia da protagonista e as complexidades do amor é verdadeiramente notável.

Outro ponto muito explorado na obra são as relações familiares. A protagonista tem sentimentos conflitantes com a mãe, beiram ao amor e ódio, relata rupturas intensas nesses relacionamentos e perdas traumáticas também. Vale a pena mergulhar nessas emoções.

A Amante é considerada uma das obras mais marcantes de Duras, sendo também uma das mais conhecidas. Para mim foi uma releitura e a fiz através da plataforma Audible. Para aqueles que buscam uma exploração sensível das nuances do amor e da identidade, A Amante é uma boa escolha.
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RayLima 01/11/2023

O fim da inocência
Marguerite Duras foi uma romancista, novelista, roteirista, poetisa, diretora de cinema e dramaturga francesa, sendo considerada uma das principais vozes femininas da literatura do Século 20 na Europa. Suas obras são quase todas autobiográficas, ela se baseia em suas experiências e na vida nada fácil que ela teve, mas sem apelar para o melodrama.

?O amante?, lançado em 1984 e ganhador do Prêmio Goncourt do mesmo ano, é um de seus livros mais conhecidos, tendo até mesmo ganhado uma adaptação cinematográfica em 1992. Nele, Marguerite vai contar sobre o caso que teve com um homem chinês ainda em sua adolescência quando morava na antiga Indochina francesa (hoje Vietnã). Ele, herdeiro de um rico comerciante chinês e bem mais velho que ela, uma menina francesa, a filha do meio de uma modesta professora do primário.

Marguerite cresceu num núcleo familiar totalmente desajustado. A mãe se tornou viúva quando ela tinha apenas 4 anos e investiu todo o dinheiro deixado pelo marido em campos de plantação de arroz que arruinados pela chuva constante nunca lhe deram retorno. Com 3 filhos para criar, seu salário de professora não era suficiente, eles viviam uma vida quase miserável, sendo marginalizados tanto em relação aos nativos quanto aos franceses da colônia. O relacionamento conturbado entre os membros dessa família era uma tragédia tão grande quanto a pobreza, a mãe nunca escondeu a predileção pelo filho primogênito, causando uma mágoa irreparável nos outros dois.

?Eu queria matar meu irmão mais velho, queria matá-lo, ter razão contra ele uma vez, pelo menos uma única vez, e vê-lo morrer. Era para retirar da frente de minha mãe o objeto de seu amor, esse filho, puni-la por amá-lo tanto, tão mal, e, sobretudo, para salvar meu irmão mais moço, achava eu, meu irmãozinho, minha criança??

É nesse contexto que temos Marguerite, ainda menina, mas com a certeza de que seria a primeira a sair dali. Seu maior desejo era voltar para a França e se tornar escritora. Então, quando tinha 15 anos (e meio), ela o conhece, o amante. Se no começo ela se entregou a ele pela curiosidade e pelo dinheiro, ela continuou, por tanto tempo, para receber dele o amor que lhe era negado em casa. E era por esse amor que ela aceitava os nomes que lhe davam na rua e em casa, por se entregar a um homem mais velho, rico e sobretudo, chinês. A união deles era um absurdo para ambos os lados. A família dela jamais aceitaria que ela, branca, se casasse com um chinês. Da mesma forma o pai dele, rico, jamais aprovaria que seu herdeiro se casasse com uma menina pobre.

?Muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos, já era tarde demais.?

Confesso que esse livro me causou um pouco de incômodo pelas descrições do relacionamento de uma adolescente com um homem adulto, principalmente nas cenas de sexo. Mas em nenhum momento a autora normaliza isso e deixa bem claro todo o contexto em que isso acontece. Ela era uma criança pobre, negligenciada pela mãe e viu naquele homem uma oportunidade de melhorar sua vida e também a de sua família. Pois apesar de tudo, ela tinha pena de sua mãe e principalmente de seu irmão mais novo, com quem ela tinha uma forte ligação. Apesar desse incômodo, jamais tiraria o mérito da autora, pois sei que essa história não pode ser analisada superficialmente, para além do relacionamento entre uma menina e um homem, esse livro é sobre uma menina que precisou amadurecer antes do tempo. Ela precisava se salvar do destino que lhe era imposto pelas circunstâncias.

?Não que precise chegar a alguma coisa, o que é preciso é sair de onde estamos.?

A autora nos faz ter sentimentos conflitantes exatamente como a protagonista sentia em relação a sua família e ao seu amante. Gosto disso. A vida é exatamente assim, as coisas e as pessoas não são ?preto no branco?, são as áreas cinzas que fazem a realidade. E é por isso que esse livro é um clássico.
Fabio 01/11/2023minha estante
Cada vez mais precisa em suas resenhas, Ray!?
Impressionante, o apuramento dos seus textos!
Parabéns, querida!???
Adorei a resenha!


RayLima 01/11/2023minha estante
Obrigada, Fábio! ? Essa eu me esforcei bastante kkkk


Fabio 01/11/2023minha estante
O requinte dessa é evidente, Ray!?
Até porque como resenhista que somos, sabemos que umas sobressaem a outras e vice-versa , porém a escrita só evolui, e a sua está impecável




Beatriz 26/10/2023

Recomendo!
?O Amante? é uma experiência literária incrível. Com melancolia e brutalidade, Marguerite Duras atravessa diferentes momentos da história para construir sua narrativa autobiográfica de forma não linear, além de apresentar uma história densa de forma extremamente sensível. Muito bom!
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Suênya lopes 24/10/2023

"Acho que minha vida começa a se mostrar
para mim. Acho que já sei dizer o que ela é,
tenho uma vaga vontade de morrer. Essa
palavra, já não a separo mais de minha vida."
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Philipe 22/10/2023

Livro marcante com todos os seus detalhes e toda a sua tristeza, com uma narrativa que nos toca do início ao fim ...
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Caroline 19/10/2023

Genial
Marguerite foi extremamente sagaz com essa escrita, um livro lindo, doloroso e intenso, tudo em perfeito equilíbrio. Essa escrita como um livro de memórias e suas delicadas descrições sobre tudo é belíssimo.
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Maria Eduarda Martins 13/10/2023

O Amante
"Que a vida é imortal enquanto vive, enquanto está em vida. Que a imortalidade não é uma questão de mais ou menos tempo, não é uma questão de imortalidade, é uma questão de alguma outra coisa que continua desconhecida".

Ao ler "O Amante" de Marguerite Duras, o leitor se vê diante de uma narrativa com três tempos: o presente, um passado e um passado ainda mais anterior.

O livro, carregado de referências autobiográficas da autora, retrata o relacionamento de uma jovem francesa com um comerciante chinês na Indochina pré-guerra.

Apesar de o despertar sexual da protagonista ser interessante (bem como todas as questões envolvendo a diferença de idade e da situação socioeconômica entre os amantes), ao meu ver, o que mais chama atenção na obra é a relação da protagonista com a mãe.

Através de uma construção frasal caracterizada por termos cujos significados se opõem, é retratada uma relação entre mãe e filha que perpassa o amor e o ódio. É justamente nesses momentos que compreendi que a autora elevou seu trabalho à excelência.

O livro é um pouco difícil de ler, em decorrência dos diferentes tempos narrativos, mas é muito bom e nos ganha pela curiosidade!
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lau 20/09/2023

?Jamais escrevi, acreditando escrever, jamais amei, acreditando amar, jamais fiz coisa alguma que não fosse esperar diante da porta fechada.?
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Ninaronfiu 03/09/2023

Chorei tanto no final desse livro. Não sei se dá pra considerar a narração como fluxo de consciência, mas acho que sim. Vou esperar um aninho e ler de novo, tenho certeza que vou ler de uma forma diferente no futuro. É maravilhoso, realmente não tenho palavras pra explicar, mas posso dizer que é o livro mais intimista que já li. Ao mesmo tempo que você está perto demais, quanto mais a leitura se desenvolve, menos você entende. Fiquei maravilhada com o talento de Duras, no final dá até vontade de agradecer.
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talilittle 25/08/2023

Misto de emoções
Foi meu primeiro contato com a autora e que escrita potente. não sabia muito bem o que esperar do livro e sai da leitura com um misto de emoções - tristeza, pena, raiva, incompreensão?

no posfácio, nos é dito que esse livro é como se fosse um álbum de fotografias e adorei a definição? por ser um espaço de memórias, não temos a densidade necessária para entender algumas motivações, ao mesmo tempo que tempos uma reflexão daquilo que ocorreu.
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Luci_books 22/08/2023

Esse livro por se tratar de uma autobiografia carrega com si o peso das palavras, digo isso, pois a forma como Duras as usa para transmitir os sentimentos ali presentes é muito único e singular. O leitor sente esse peso e as duas dores, suas frases toma conta de nós. É a melancolia em forma de livro.
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