O duplo

O duplo Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Duplo


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thamyres 16/07/2024

O senhor golyádkin diz ter muitos inimigos mas eu não conseguir os encontrar no livro. na verdade, eu diria que ele é uma pessoa insegura e solitária, que não tem amigos e precisa se reafirmar e se defender o tempo todo, dizendo coisas como "eu sou bom". por isso, eu acredito que a sua personalidade assustada, a sua vida sozinho, a sua insegurança de criar relações e a sua pose defensiva foram as responsáveis por criar o seu duplo. ele surgiu em um dos momentos mais constrangedores de sua vida, em que golyádkin se encontrava em profundo desespero vagando pela neve. ele precisava de alguém, nem que fosse ele mesmo, para lhe ajudar, para ser sua companhia, para não ser o seu inimigo.
então, depois do susto de encontrar alguém idêntico a si mesmo passar, golyádkin se compadece de seu duplo. ora, ele é igual a si mesmo! como não amar a si mesmo? até perceber que, na verdade, o único inimigo do senhor golyádkin é ele mesmo, o seu sósia, que o ridiculariza constantemente em público e acaba com a sua reputação.
por isso, com o que observei no decorrer da história, me arrisco a dizer que o segundo golyádkin é quem o primeiro golyádkin gostaria de ser realmente mas não consegue, ele é a representação de seus desejos: sucesso no trabalho, amizade com todos... como também a representação de sua situação psíquica: todos os inimigos contra o nosso herói, como em um teatro dramático.
o nosso protagonista começa a enlouquecer e, por isso, esse livro foi o pioneiro para os romances psicológicos, com um texto cheio de pegadinhas mentais e um fluxo de consciência confuso. porém, do meu ponto de vista pessoal, o texto se tornou um pouco chato pelos vícios verbais do próprio protagonista, sua repetição de vocativos, sua dificuldade de terminar as frases, de dizer algo com coerência... além de que, a sua personalidade também é chata, todos as características que listei no início o tornam uma pessoa chata. mas talvez ele só precise de terapia.
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Leo Farias 05/06/2024

Incrível como querer ser algo impede o personagem de ser aquilo que ele quer ser.
Golyádikin simplesmente não acredita que possa ser como aquele outro, que sendo idêntico a ele, é muito melhor do que ele ou ao menos como ele gostaria de ser.

Muitas pessoas considerem o texto do livro cansativo, mas esse ritmo acho que é justificável pela história. As fantasias do protagonista e as interações entre os personagens conseguem transmitir a deterioração mental pela qual ele passa. A confusão e paranoia do personagem criam um ambiente sufocante e angustiante.

Não espere respostas fáceis.
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Isabelli96 20/05/2024

Lamentável
Dostoyevsky trabalhou com um personagem pobre, miserável e melancólico, igual ele trabalhou em todos os seus livros que li até agora.
O homônimo de Goliadkin era um espelho do que ele desejava ser, o que culmina em ele se tornar insano e ser internado em um manicômio.
Demorei bastante para terminar de ler este livro, pois apesar de ótimo, também é cansativo. Entretanto toda demora valeu a pena e, para finalizar, é um ótimo livro para ser usado em reflexões.
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Forevers2 14/05/2024

Grande Frustração
Quando eu vi a sinopse desse livro meu olho chegou a brilhar, "Clube da luta originário KKKKKK" eu brincava, feliz e animada. Passei alguns meses o estimando e aumentando a minha expectativa a um ponto de eu já considerar como sendo um dos melhores livros que eu já li em minha vida, mas, não foi o caso, e eu quebrei a cara, denovo. Um tempo atrás eu escrevi uma resenha sobre A Metamorfose, e se você a leu, oque eu dúvido, vou te poupar um bom tempo, é o mesmo problema. Simplificando, esse livro usa uma forma fantasiosa para apresentar uma reflexão que já me foi apresentada de uma forma mais real, oque acaba fazendo que uma mensagem interessante pareça "requentada" e "sem graça". Para piorar tudo, essa é uma mensagem que eu realmente me interesso, mas ela acabou não me trazendo nenhuma reflexão nova, não me divertiu muito e não me deixou tensa, só me fez ficar ansiosa durante todo o livro, porque eu não estava gostando, e recusava acreditar que o livro que eu tanto queria e estimava não havia me agradado quanto eu esperava. Pela primeira vez, o Dostoievski me frustou.
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Amanda 14/05/2024

Esse livro pode ser um pouco difícil e cansativo, por ter muito fluxo de pensamento e muitas repetições.
Mas vale muito a pena!

Como o título já diz, o enredo é sobre um duplo, mas todo o encanto do livro fica nos jogos de palavras e situações que sempre colocam o leitor em dúvida. Nos questionamos o tempo todo sobre como se dá esse duplo, o que é real ou fantasia.
E aos poucos, Dostô vai te envolvendo na mente do nosso herói e descortinando o real sentido do livro, que achei lindo e triste.

Gostei muito, mesmo tendo altos e baixos na leitura. Um ótimo livro para debates.
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Nath @biscoito.esperto 09/05/2024

“Nesse momento o senhor Golyádkin não só queria fugir de si mesmo, mas deixar-se destruir completamente, não ser, virar pó”.
Apesar de ser fã de carteirinha do Dostoiévski, eu nunca tinha me identificado muito com as personagens dele. Não me entenda mal: as personagens que povoam as páginas dostoievskianas são geniais, mas não se parecem em nada comigo, uma professora de 27 anos do século XXI. No entanto, ao ler “O Duplo”, pela primeira vez eu pude me ver numa personagem, e não foi uma experiência muito confortável.

A trama de “O Duplo” começa quando nosso protagonista, Yákov Golyádkin, está se preparando para comparecer a um jantar importante. Ele é um funcionário público comum que não pode sair ostentando por aí, mas neste dia ele aluga uma carruagem para o dia todo, vai ao médico e faz compras como se fosse herdeiro da realeza. No entanto, quando ele de fato chega ao jantar, descobre que o dono da casa mandou os criados não o receberem, e Golyádkin é enxotado sem mais explicações.

No dia seguinte, ao chegar em seu departamento para mais um dia de trabalho, Golyádkin descobre que contrataram um novo funcionário. O que ele não esperava é que o novo colega de trabalho fosse exatamente igual a ele na aparência, nas vestimentas e até no nome. A única mudança é na personalidade: enquanto o Golyádkin original é inapto socialmente, seu duplo é uma pessoa cheia de carisma, automaticamente adorado por todos.

Vou explicar por que me identifiquei tanto com Golyádkin: em 95% do tempo este personagem não faz ideia do que as pessoas esperam dele e não sabe agir corretamente em nenhum contexto social em que se encontra, e minha vida sempre foi assim. Sabe a expressão em inglês “read the room”? Ela é usada para falar: “Preste atenção ao seu redor quando for fazer ou dizer algo”. Bom, eu tento ler o ambiente a todo momento, mas parece que estou lendo como uma criança que está sendo alfabetizada. Com Golyádkin é a mesma coisa, e é DESESPERADOR vê-lo ser humilhado, ignorado e ofendido por todos ao seu redor sem saber o que ele está fazendo para receber este tratamento.

A narrativa do Dostoiévski normalmente já é sinuosa e febril, mas este livro tem trechos tão tortuosos que às vezes eu precisava pausar a leitura no meio de um capítulo para dar uma respirada. Este livro definitivamente não é uma obra fácil de ler e eu não o recomendaria para quem nunca leu nada do autor. Mas não se engane: este é mais um livro absolutamente brilhante do Dostô. Se você já conhece a narrativa do autor, eu recomendo demais esta leitura!

site: www.nathlambert.blogspot.com
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John 01/05/2024

Todos temos um duplo
Dostoiévski apresenta na segunda obra dele, um tema recorrente em suas obras, todos nós temos um outro lado; nosso duplo. Ele também reitera de forma sutil, que o dinheiro traz uma falsa sensação de igualdade.
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Sena 27/04/2024

1 ou 11?
Golyadkin é um homem solitário, nervoso, tímido, paranóico e que tem problemas com socialização. Ao mesmo tempo que deseja ser bem visto por todos e ascender socialmente. Depois de uma situação extremamente constrangedora ( invade uma festa de penetra e é expulso) ele se depara com seu sósia , um homem que é igual a ele mas com personalidade extremamente distinta da dele. Aos poucos seu duplo, o segundo Golyadkin começa a ganhar espaço no seu trabalho, distinção e amizades que o primeiro Golyadkin sempre desejou. O segundo Golyadkin é tudo que o primeiro Golyadkin deseja ser um dia. Aos poucos o primeiro Golyadkin cada vez mais demonstra que sua sanidade mental está se deteriorando.
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Cristina 24/04/2024

Li errado
Eu sabia por fora que tratava-se de um personagem com problemas mentais, mas juro que li do começo ao fim achando que realmente tinha surgido outro homem igual a ele, a partir disso não entendi mais nada.
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Cassiana_pmorais 21/04/2024

Inexplicável
Eu devorei essa obra em 24 horas.
É uma história triste, mas incrível!
Achei fácil de ler no quesito de engatar na história, claro que tem palavras diferentes, mas a história prende, e descreve o que se passa dentro da mente do personagem, a gente acaba criando uma certa empatia por ele.
O senhor Golyádkin passa por várias situações e acontecimentos que por conta da sua pouca habilidade social acaba virando uma bola de neve de conflitos.
Claramente desconcertado psicologicamente ele convive com o seu duplo, que é totalmente o contrário de si mesmo.
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Lukas 10/04/2024

Paranoia
Essa é a palavra que e o sentimento que vai te acompanhar o livro inteiro enquanto estamos vendo o mundo na perspectiva do protagonista.
Golyadkin é um protagonista que pessoalmente me causou um sentimento de pena, apesar de seus atos muitas vezes impulsivos e desesperados ele claramente não aprecia ser uma pessoa ruim, só socialmente incapaz.
E tudo isso culmina com o duplo, sua cópia exata que lentamente usurpa a vida de Golyadkin, sendo uma seu "eu maligno" na visão do protagonista ele basicamente é bom em tudo que Golyadkin é ruim então esse sentimento de paranóia quanto a esse personagem (algumas vezes justificável) segue por toda a obra
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Bianca2570 06/04/2024

Você é capaz de se entender e aceitar seus limites?
Antes de mais nada, para aproveitar esta leitura, tenha em mente uma coisa: você estará acompanhando uma pessoa mentalmente desequilibrada.

Golyádkin é um personagem não confiável, e com o tempo o narrador basicamente se funde ao personagem. Existe uma tez confusa proposital na obra, os diálogos são entrecortados, há uso de reticências e excesso de vocativos. Tudo isso complementa o quadro para que nós sintamos o que é verdadeiramente o estado do nosso herói.

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Golyadkin é um conselheiro titular, cargo que não lhe concede muita possibilidade de ascenção social, mas isso não o impede de almejar uma melhora de status.

Dono de seu apartamento, empregador de um criado e detentor de uma poupança que o permite alguns luxos pontuais, Golyádkin decide ir a uma festa de aniversário da filha de um ex-benfeitor.

Ele não apenas se sente convidado a esta festa, como também sente uma pequena possibilidade de ser candidato à mão da aniversariante, caso consiga uma promoção (que não recebe).

Antes de comparecer a esta festa, o personagem decide passar no seu médico, e nesse interessante diálogo conhecemos uma fração da psique do nosso herói.

Porfundamente solitário, sem qualquer habilidade social, totalmente tenso e preocupado com seu status e sua visão perante a sociedade, Golyádkin é um homem á beira do colapso.

A festa é um desastre absoluto que o joga do penhasco de uma vez, e o duplo aparece.

Completamente idêntico a si em aparência e histório, o segundo é o perfeito oposto em personalidade; e "daí para frente, é só para trás".

Com a chegada do duplo, nós acompanhamos o declínio da psique do Golyádkin e podemos perceber o quanto ele já estava fragilizado por toda sua condição.

Um inpato para relações sociais, Golyádkin parece sempre culpar a todos por serem falsos e usarem máscaras, quando ele é apenas um homem "simples e honesto, sem rodeios".

Para mim, Dostoiévski tentou traduzir o quando o status de limbo em que alguns trabalhadores públicos ficavam naquele período pode afetar um cidadão e além de tudo, o quanto a dualidade pode ser ao mesmo tempo incômoda e nata a um ser humano.


site: https://www.tiktok.com/@bia_e_livros/video/7341149163377134853
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Alan Santana 05/04/2024

O Duplo
Das obras de Dostoiévski que li, essa foi a mais difícil de ler. Não pela dificuldade de compreensão, mas pelo ato de ler em si; o texto possui muitos diálogos e o protagonista é extremamente repetitivo nas palavras que usa para se expressar (fruto, claro, de sua personalidade e condição exploradas na história), o que torna o ato de ler um pouco chato, mas não diminui de forma alguma a genialidade já conhecida do autor.

Logo no início somos apresentados ao senhor Golyadkin, um servidor público de São Petersburgo que ocupa uma das mais baixas classes sociais da Rússia, mas que não é, de forma alguma, pobre ou miserável. Muito pelo contrário, possui um apartamento próprio, criado e até algum dinheiro guardado. O senhor Golyadkin, porém, acredita ter alcançado um status social grande o suficiente para aspirar mais, o que o faz agir como se fosse ?mais do que é?; aqui temos uma crucial diferença entre Gente Pobre (primeiro livro de Dostoiévski), onde o protagonista vive à beira da miséria e tenta manter sua dignidade: o senhor Golyadkin luta e sofre por causa de sua ambição: imagina-se como um herói capaz de grandes feitos e, ao mesmo tempo, sua outra metade sabe que é um covarde incapaz de realizar qualquer uma das coisas que imagina.

Em uma das tentativas risórias de se afirmar e ascender socialmente, Golyadkin sofre uma humilhação tão severa que faz com que sua personalidade se divida em duas: temos agora os senhor Golyadkin primeiro e o senhor Golyadkin segundo. Dostoiévski nos mantém na incerteza se o duplo é fruto da psique de Golyadkin ou se realmente existe um sósia (pois sua presença é confirmada por outros personagens em dado momento). A partir daí o protagonista entra em conflito com seu outro eu e tenta a todo momento se afirmar como o verdadeiro Golyadkin, ?bom, honesto, amante da verdade e merecedor de uma promoção?, enquanto seu duplo é um ?velhaco da pior espécie?, mas que, sempre humilha e derrota o senhor Golyadkin primeiro. A progressão da insanidade do protagonista é incrível.

Infelizmente O Duplo não foi compreendido pela crítica e pelos leitores da época, acabando por levar a fama de obra menor de Dostoiévski, mas é indiscutível que está é sim uma obra prima da literatura, com temas psicossociais ainda presentes no dias de hoje e que contribuiu muito para a maturidade do autor e muitas semelhanças com suas grandes obras podem ser identificadas aqui. Recomendo muito a leitura.
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