maria 31/08/2024
O louco está dentro da sua cabeça.
Mais um personagem dostoievskiano pobre,miseravél,paranoico e louco. E mais uma vez Dostoiévski provando ser O Escritor.
Na trama acompanhamos a história do conselheiro titular Golyádkin, que em um fatídico ou em um belo dia,se depara com o seu duplo.Um homem de mesma aparência e mesmo nome,mas com uma única diferença. Ele era tudo aquilo que o senhor Golyádkin queria ser.
E é aí que entramos no seu conflito existencial entre as suas ambições e sua humildade,desejos e realidade,sonhos e fracassos. E para indentificar este conflito o autor introduz duas vozes-a de Golyádkin primeiro e a de Golyádkin segundo,o seu duplo. Que é uma personificação do lado mais sombrio de sua personalidade representando seus desejos,fracassos,ganâncias.Arrisco-me a dizer que ele é uma representação do lado humano mais selvagem, a sua natureza.
E assim,o nosso heroí se vê cada vez mais paranoico,com medo que sua verdadeira face se mostre ao mundo.Mas,acredito que a paranoia não foi a sua melhor escolha,afinal ninguém consegue ser uma boa pessoa o tempo todo,ás vezes é necessarío deixar o desejo se libertar das amarras da mente,assim evitando o conflito. Enfrentá-lo é o que nos faz louco,porque assim no momento em que ele decidir dar de caras,ele nunca volta para o interior. E é exatamente o que acontece com o nosso heroí,o seu lado selvagem consegue tomar conta de sua cabeça, deixando a sua veradeira face e personalidade aprisionadas no fundo de sua mente.
E é por essas e outras,que é preciso admitir que Dostoiévski é um dos maiores gênios da história da literatura. Em apenas 234 pagínas ele faz nós refletirmos sobre o bem e o mal,a natureza humana e se é bom ou não deixarmos nosso interior aparecer um pouquinho diante a sociedade.