O barão

O barão Branquinho da Fonseca




Resenhas - O barão


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felipe.insta 21/09/2020

uma leitura boa que abre um leque de reflexões
de início, comecei a leitura como mais um texto necessário para a minha graduação, simples assim... ao longo das páginas, o narrador foi me atraindo pela sua linguagem sutil, acolhedora, quase como estivesse cochichando em seu ouvido a história do inspetor de escolas primárias de Portugal. certos trechos se tornaram citações findadas em minha memória, um ótimo livro que abre o meu horizonte da literatura lusófona, sobretudo portuguesa!
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luanadurante0 27/12/2022

Esqueci de colocar a resenha e já não me lembro o que achei. Só lembro de ter me surpreendido pela leitura fluída.
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chantili 10/03/2009

O barão é uma leitura instigante, é uma novela com elementos fantásticos, é quase como um conto de Álvares de Azevedo mas menos sombrio e menos mórbido, com mais elementos ambíguos e mais da dicotomia sonho/realidade.
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Cabelo 27/04/2010

Memórias sombrias de uma noite
Venho lançar um autor português pouco conhecido aqui no Brasil, mas de grande valor - fato confirmado pela premiação criada em sua homenagem: Premio Branquinho da Fonseca de Conto Fantástico, em Portugal.



Branquinho nasceu em 1905 na cidade de Mortágua, formou-se em direito em 1930 pela Faculdade de Coimbra e faleceu pouco antes de acabar o governo salazarista em Portugal no ano de 1974 em Lisboa.



É reconhecido pelos seus contos e novelas em que a realidade, o mito, o fantástico e o símbolo se misturam em uma bela narrativa. Assim é com a novela O BARÃO, uma de suas mais famosas e bem estruturadas estórias. Nela um inspetor de escolas a serviço do governo é obrigado a realizar muitas viagens por conta do trabalho e decide contar uma das viagens que o levou ao solar onde vivia o Barão um tanto solitário. Lá o inspetor se depara com uma figura que mescla solidão, tirania e sensibilidade, o próprio Barão. Este obriga o inspetor a participar de sua realidade ao longo de uma noite inimaginável com tons oníricos, obsessivos, violentos e sensíveis. A face de fantástico da novela se dá justamente nessa mistura toda sob a escuridão da noite.



Não existem edições nacionais dos livros de Branquinho da Fonseca - que publicara seus livros sob o pseudônimo de Antonio Madeira.


http://literaturacotidiana.com.br/?p=812
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Gabalis 08/01/2022

Fantástico embuçado pelo ladrar de uns cães
Escrito pelo mortaguense Branquinho da Fonseca e publicado pela primeira vez em 1952, O Barão é considerado por um bom número de estudiosos da literatura como um clássico da novelística em língua portuguesa. Como é possível ler a coisa toda numa sentada, que, aliás, de tão breve é por alguns considerado conto e não novela, resolvi passá-la na frente de tudo, e na mesma tarde comecei e terminei o texto.

O Barão é uma confluência muito curiosa entre o gótico e o bizarro, trazidos à tona pela voz narrativa de um aprazível e solitário inspetor escolar, obrigado a viajar à trabalho, (mas ele não gosta, não gosta mesmo de viajar) sua vida tem um caráter inconstante e servil. Tudo o que ele gostaria é de acordar sempre no mesmo quarto, abraçar a monotonia da imobilidade enquanto fuma um cigarro. Numa destas inspeções ele acaba viajando para uma vila apagada, que sequer tem uma pousada decente onde ele possa ficar. Por acaso um homem ilustre do local, um barão, o convida para passar a noite em seu casarão, construído sobre um solar.

A novela tem um desenvolvimento crescente muito cativante. Pouco a pouco vamos conhecendo esse barão. Ele parecerá incomum num primeiro momento: “uma figura que intimava, com pouco mais de quarenta anos, tinha um aspecto brutal, os gestos lentos, como se tudo parasse à sua volta”. Durante a janta que não vem nunca, ele começa a revelar ser um indivíduo realmente curioso: "Era um senhor medieval, vivendo à sua época, completamente inadaptado, como um animal de outro clima”, e adiante, quanto mais avança a noite, avança mais o barão em sua natureza extraordinária, e tudo a sua volta acompanha aquele caráter anormal, ao ponto da sua própria humanidade tornar-se suspeita.

Durante um passeio noturno, o inspetor e o barão falam sobre amores perdidos enquanto o fantástico acontece contidamente, embuçado pelo ladrar de cães, o colher de flores, gente que não se vê do outro lado do muro do castelo, e uma estrada branca que parece conectar alguns mundos estranhos, e que não se pode atravessar facilmente, a não ser que você esteja montado no burro de um moleiro.

Gostei muito da novela e gostei muito de como a escreveu Branquinho da Fonseca. Gostei tanto quanto gostei da Metamorfose do Kafka. Com certeza pretendo ler outros contos que ele assina. O único problema é a dificuldade de achar suas obras, particularmente se você não estiver disposto a importar livros.
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