Solar

Solar Ian McEwan




Resenhas - Solar


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Rodrigo1001 12/05/2023

Prepotência cômica (Sem Spoilers)
Título: Solar
Título original: Solar
Autor: Ian McEwan
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 342

Décimo primeiro livro de Ian McEwan, Solar foi publicado em Março de 2010, porém, em Junho de 2008, McEwan fez uma leitura surpresa do livro no Hay Festival. Nessa ocasião, apresentou o protagonista como “um cientista que espera salvar o planeta”.

Sr. McEwan, o senhor é um baita fanfarrão!

À primeira vista, Solar parece pretender discutir sobre mudanças climáticas, mas, na realidade, esse tema é somente a tela por onde o autor borda sua obra. O clima foi utilizado como pretexto, pois o que o autor realmente quis entregar é um livro recheado de ironia, sarcasmo e acidez. Uma exposição das fragilidades humanas, individuais e coletivas, permeada de humor e diálogos que nos jogam em um processo de autoanálise do qual retiramos prazer, ódio, nojo, alegria e ranço.

Forçando o leitor a adentrar a mente do protagonista anti-herói, o autor brinca com o politicamente incorreto, com o chauvinismo, e nos coloca em contato com o desprezível e com o humor praticamente na mesma medida. Em mim, causou muitos curtos-circuitos!

Tanto que sinto que falhei na avaliação. É tão denso que não consegui me eximir de dar 3.5 estrelas quase como uma forma de punição. Talvez o livro mereça 5 estrelas, mas o protagonista 3.5 ou menos? Eu puni o livro por meio do protagonista? Deus meu!

Enfim, o que eu posso afirmar é que o livro me pareceu longo demais. Em meio a situações engraçadas e constrangedoras para parir esse anti-herói que gera asco no leitor, a segunda e terceira partes do livro parecem perder fôlego, ficando estagnadas e em contínua repetição sobre os hábitos do protagonista. Nesse momento, no entanto, eu já tinha sido sorvido pela antipatia (odeio assumir, mas às vezes cativante) que McEwan criou em cima do protagonista e terminei a leitura com um misto de antipatia e afeição, também quase na mesma dosagem.

Confuso, declaro: 3.5 estrelas está de bom tamanho até relê-lo novamente (na força da sopa de nojinho com apreciação!). No mais, palmas para a editora por fazer uma capa com apelo sensorial e com o tal urso polar que faz todo sentido!

Leia e me conte suas impressões, ok?
edu basílio 12/05/2023minha estante
fatntástico, fantástico, rods! acredita que eu comecei a ler mcewan com "solar"? esse protagonista abjeto é uma caricatura muito precisa de figuras com quem convivo (ou, antes, que preciso suportar) por trabalhar no meio acadêmico... concordo que o livro em si mereça umas 4 estrelas. eu dei 5 em um movimento em sentido inverso ao seu: aumentei a nota do livro por ter encontrado nele um eco acurado (e, assumo, meio sádico) do meu asco pelos "michael beard" que as regras de boa convivência me obrigam a tolerar.


edu basílio 12/05/2023minha estante
fantástico, fantástico, rods! acredita que eu comecei a ler mcewan com "solar"? esse protagonista abjeto é uma caricatura muito precisa de figuras com quem convivo (ou, antes, que preciso suportar) por trabalhar no meio acadêmico... concordo que o livro em si mereça umas 4 estrelas. eu dei 5 em um movimento de sentido inverso ao seu: aumentei a nota do livro por ter encontrado nele um eco acurado (e, assumo, meio sádico) do meu próprio asco pelos "michael beard" que as regras de boa convivência me obrigam a tolerar.


Rodrigo1001 12/05/2023minha estante
Faz todo o sentido! Infelizmente, também sou forçado a conviver com alguns clones de Michael Beard, mas são poucos. Meu senso de defesa naturalmente me faz reduzir o convívio ao mínimo necessário e meu espírito capricorniano ajuda bastante!


edu basílio 12/05/2023minha estante
... no seu caso como no meu, creio que os "beards" a suportar não inventaram ou descobriram nada de relevante, menos ainda foram agraciados com um nobel ? a arrogância e a empáfia deles resulta de simples falta de noção ou de transtornos de personalidade na fronteira da sociopatia, do histrionismo e do narcisismo.
???


Rodrigo1001 12/05/2023minha estante
Lembrei de uma frase que diz mais ou menos isso aqui: ?Seu ego vai te levar bem longe. E te deixará lá, sozinho?


edu basílio 13/05/2023minha estante
... et tout est dit.




jota 17/09/2013

Mas que calor...
A figura de Michael Beard, cientista de meia-idade envolvido num projeto de energia solar (mais especialmente de fotossíntese artificial), desprezado pela quinta esposa (vários anos mais jovem que ele e que o trocou por um pedreiro musculoso, não sendo esse seu único caso de infidelidade), que o torna grande parte do tempo uma figura patética (não apenas através de ações desastradas, mas também em pensamentos), é mais uma grande criação de McEwan.

Poucas vezes li ficção em que ciência e ecologia são mencionadas a toda hora com enorme plausibilidade e sem aborrecer o leitor, pelo contrário. Aquecimento global, poluição, extinção de espécies vegetais e animais, busca de novas fontes de energia limpa e renovável, etc., são o pano de fundo desta história. Mas que tem mesmo como grande protagonista o autoindulgente, cínico, desastrado e não exatamente ético Michael Beard.

A ação se passa entre 2000 e 2009, tempo em que o Brasil oferecia ao mundo, e nosso demagogo (um pouco pior do que isso, na verdade) presidente de então alardeava aos quatro cantos, a excelência da energia limpa e renovável dos biocombustíveis, que o país poderia produzir em escala mundial e salvar o planeta da catástrofe anunciada do aquecimento global. Mas o Brasil é citado no livro não exatamente como exemplo para coisa alguma e essa história dos biocombustíveis brasileiros o próprio governo deixou que caísse no esquecimento geral...

Bem, o Financial Times - e McEwan mostra o quanto há de interesse não exatamente científico na ciência - diz que este é talvez o melhor livro dele. Mas eu ainda penso que Reparação e Na Praia são os dois melhores livros que li dele e que Solar não é tão brilhante assim. Mas é muito bom.

Lido entre 11 e 17/09/2013.
Arsenio Meira 03/10/2013minha estante

Concordo, parcialmente. Mas esse parcialmente é quase nada: achei apenas bom, e olhe que li cheio de boas intenções, sentindo aquela velha e boa expectativa, pois Reparação é um grande romance.


jota 03/10/2013minha estante
Claro que Solar não é brilhante como Reparação ou Na Praia, mas mesmo assim achei o livro muito bom, especialmente por três coisas, dentre várias:

1) se a história não é sensacional, o personagem principal - Michael Beard - é bem construído e desenvolvido, além de muitíssimo interessante e plausível;

2) Ecologia é um assunto que me interessa muito: na juventude, em Santos-SP, militei numa organização ecológica. Ao contrário de muita gente, acredito sim em aquecimento global, que o homem está destruindo impiedosamente o ambiente - pela primeira vez em tempos recentes, acho, ocorreu um tornado no estado de São Paulo, talvez no Brasil, não sei bem. Várias questões ambientais abordadas no livro são interessantíssimas, pelo menos para mim (problemas e possíveis soluções ou não);

3) ler o final do livro foi altamente prazeroso - para redenção dos leitores e danação de Michael Bear.




Arsenio Meira 04/10/2013minha estante

Mas isso é que é defesa, Jota!

Apenas achei a condução do enredo um tanto quanto enfadonha, sem desmerecer o tema.O Beard, de fato, dá nos nervos. No mais, até concordei, notadamente com suas últimas palavras: "Mas eu ainda penso que Reparação e Na Praia são os dois melhores livros que li dele e que Solar não é tão brilhante assim. "

Para você o Solar é muito bom, é natural. Para mim, é bom, o que, diga-se, também é natural, pois não significa que o livro seja medíocre, mediano ou indigno de leitura.

Há até quem prefira o Solar aos títulos mais notáveis do McEwan, o que também é perfeitamente plausível. Ou não?




jackguedes 04/01/2011

Uma catástrofe humana
Às vezes penso que chegamos ao fim ou muito perto dele; nós humanos recebemos o que merecemos e não me refiro apenas ao clima ou ao meio ambiente. O pensamento de que o fim é inevitável me é confortável de certa forma. Entretanto, meu lado mais obscuro este sim, o mais otimista às vezes dá as caras para fazer o deixa disso: ainda dá tempo de mudar e precisamos fazer algo para evitar o fim.

Isso tem acontecido com muita frequência ultimamente, tenho estado otimista, mesmo com uma série de conjunturas depondo contra.

O que explica então o fato de eu ter lido um livro chamado Solar que trata, quase diretamente, do assunto? Ian McEwan explica. O autor realmente participou de uma expedição ao Ártico que serviu de base para esse último livro, lançado agora no país, pouco depois de sua publicação no Reino Unido (muito bem editado e traduzido, diga-se). Seu envolvimento com o universo científico foi enorme e conforme já foi dito, McEwan fala de física como um físico, de forma muito acurada como um conhecedor do assunto.

Mas esse é só um detalhe. O grande pulo do gato de Solar é ser uma comédia. McEwan foi genial em determinar um tom humorístico ao romance, afinal, quem aguentaria um livro sério sobre um tema sério como o aquecimento global? Não eu.

Dessa forma temos Michael Beard, o cientista ganhador do Prêmio Nobel no final da década de 60 que desde então não tem feito nada de significativo a não ser arruinar cinco casamentos e colecionar um sem número de amantes (isso até o primeiro capítulo). Beard é certamente o maior anti-herói criado pelo autor inglês, o mais canalha, o mais detestável, ainda assim o protagonista que em determinado momento da trama vai ganhar a simpatia do leitor.

Beard é diferente, por exemplo, da virginal Florence Ponting, uma das protagonistas de Na Praia, romance anterior de McEwan. Em nenhum momento a personagem, que desempenha um papel importante para a intensificação do clima denso dessa breve novela, capta a simpatia do leitor. Já Beard, mesmo digno de pena, é uma perfeita representação do homem neste início de século; se não existe identificação leitor-protagonista pelo menos também não há estranhamento.

É interessante notar que o autor vem intercalando romances atuais com outros ditos de época: Reparação (2001), cuja trama se passa no período entre guerras, foi seguido por Sábado (2006), cujo enredo aborda a Guerra do Iraque, em meados de 2003. Na Praia, livro de 2007, se passa no começo da década de 1960 e Solar, que não poderia ser mais atual, tem seu enredo divido entre 2001, 2005 e 2009, ano de seu lançamento.

Durante os nove anos que abrangem a narrativa de Solar, Michael Beard vai se comprovar o anti-herói apresentado na primeira página, sem dar chance a reparações; vai empreender uma jornada por uma espiral descendente com algumas poucas pausas para um alívio cômico; Beard vai galopar para a própria ruína. Tudo isso enquanto tenta salvar o mundo do aquecimento global (e também sua carreira do esquecimento) de uma forma bastante oportunista.

Mas que não se engane quem acha que essa trama pode reservar alguma semelhança com a de Reparação. As possíveis comparações se restringem unicamente à estrutura narrativa, à forma como uma ou mais ações impensadas trazem consequências imprevisíveis futuramente. Mas o que era elegante e dramático em Reparação, é tragicômico e quase vulgar em Solar. Essas qualidades são meramente reflexos dos personagens.

Solar (novamente) comprova a hábil versatilidade de McEwan em compor com perfeição tramas e personagens que, analisados mais a fundo, são pequenas alegorias do comportamento humano.

http://jackguedes.wordpress.com/
Léo 02/01/2015minha estante
Texto excelente! Parabéns!




Marselle Urman 22/11/2010

Preciso.
McEwan é minimalista, e isso quase sempre é uma virtude.

Ele sabe conduzir os humores de seu leitor com maestria, nunca se excedendo, nesta obra pelo menos, nunca nos entediando.

O passeio pelo livro é delicioso ao longo de seu trajeto. O tipo de livro que me provocou caras e bocas ao ler no metrô.

Só não dei "4 estrelas" porque o desfecho não me satisfez, mas isso é opinião pessoal minha. Vale muito a pena.
Thali 30/09/2016minha estante
Fiquei desapontada ao terminar o livro.




Celaro 20/05/2023

Me prendeu
Um físico reconhecido e bajulado que leva uma vida desregrada, passando por meia dúzia de casamentos sem se entregar ao amor. O pano de fundo é o tema do aquecimento global.
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Zé Pedro 09/05/2011

Estilo!
Ian McEwan tem um estilo pessoal inconfundível. Alia uma técnica narrativa que prende a atenção do leitor, hipnotizando e convidando-o a se embrenhar cada vez mais nas suas histórias. Tudo com um jeito fino e elegante, um texto excelente e fácil de assimilar.
Desde que li "Reparação" virei fã do autor e já estou com vários títulos em minha estante.
Em "Solar" temos a figura de Michael Beard, este anti herói dos nossos tempos, mulherengo, alcoólatra, glutão e com um desapego às pessoas que é um caso à parte. Não ama ninguem, se apega a um Nobel que em idos tempos o fez famoso e agora sentou em cima desse premio prá se aproveitar de várias situações, inclusive de cargos honorários em que ele só usa o seu prestígio.
Tudo tem como pano de fundo as mudanças climáticas e a necessidade de novos hábitos das pessoas prá mudar o futuro. McEwan conta a história com o seu domínio narrativo costumeiro e um fato inovador, que é o humor, muito humor em torno deste anti herói obeso e egoísta.
Um livro importante para os nossos tempos.
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Tuyl 27/09/2022

Apesar de ter um texto muito bom, a história não me pegou. A temática não me agradou e o final foi óbvio.
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Kaprãn 19/07/2021

Anti-herói
Através da visão de um anti-herói o autor viaja pelo mundo científico e toda a hipocrisia existente. Percebe-se que o autor faz uma vasta pesquisa sobre o assunto, mas confesso que as vezes fica massante a quantidade de detalhes. Com toda certeza o livro poderia ter menos páginas e mesmo assim ficaria interessante.
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Lucas 17/10/2019

ABANDONEI
Sim, abandonei. Coloquei como lido para esta resenha apenas. Livro chato e maçante. Uma trama fraca que não prende e um personagem moribundo.
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Gláucia 14/03/2018

Solar - Ian McEwan
Esse foi meu primeiro livro recebido pelo clube de leitura Tag - Experiências Literárias, indicação de fevereiro de 2015 pelo curador Paul Bloom, um psicólogo apaixonado por literatura.
Publicado em 2010 traz como protagonista Michael Beard, ganhador do Nobel de Física muitos anos antes e que vive basicamente dessa glória do passado. Não o que gostar nesse cínico e decadente personagem: beberrão, ex marido fracassado por cinco vezes, adúltero compulsivo, comilão, egoísta, sedentário, preguiçoso... Indiferente a tudo e a todos, nada parece afetá-lo, sua maior preocupação parece ser a próxima refeição ou a próxima conquista amorosa, coisas que ele parece colocar no mesmo patamar.
O livro é dividido em 3 partes: 2000, 2005 e 2009, anos marcados por acontecimentos relevantes: o divórcio de sua quinta esposa, um acidente e por último um novo projeto.
O livro tem uma narrativa repleta de termos e descrições científicas tentando situar o leitor dentro do conhecimento dominado pelo protagonista e isso acabou me cansando um pouco. A história é boa mas parece estar muito diluída em meio a detalhes que não interferem em nada com a compreensão da trama a fiquei com a sensação de que muito pouca coisa está acontecendo. Porém, ao final a narrativa toma fôlego e veremos todos os acontecimentos narrados até então culminarem de forma contundente na vida de Beard.



Histórico de leitura
23/07/2015

76% (261 de 344)

""Toby, acredite me mim. É uma catástrofe. Fique tranquilo."" Nota: 3 excluir | editar
23/07/2015

75% (258 de 344)

"Um diagnóstico é uma forma moderna de maldição. Se a gente não procurasse os médicos, não pegaria a doença que eles querem que a gente tenha." Nota: 3
23/07/2015

32% (110 de 344)

"Na verdade, as coisas que tinham muito verde - jardinagem, passeios no campo, movimentos de protesto, fotossíntese, saladas - não eram de seu gosto." Nota: 3
17/07/2015

3% (11 de 344)

"Ele pertencia àquele gênero de homens - vagamente feiosos, quase sempre carecas, baixos, gordos e inteligentes - que exercem uma atração inexplicável sobre certas mulheres bonitas." Nota: 3
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Thali 30/09/2016

Diferente
No início não estava gostando. Depois o livro me prendeu bastante. Porém o final não me satisfez. Talvez não esteja acostumada com o tipo de escrita do autor.
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Felipe 24/06/2016

Quem é michael Beard?
Michael Beard não existiu. Essa dúvida, como físico, me assustou ao começar a ler livro. "Como não conhecço esse cara?"

Mas o livro, lógico, não é sobre física.

Michael Beard é mesmo uma personificação dageração século XXI. Cínico, sincero, desastrado, parece ignorar as conexões que sua vida pessoal têm o mundo "lá fora". As situações lhe atropelam como um caminhão desgovernado.
É vítima de uma sinceridade lógica num mundo que não tem espaço pra tanto, e é glorificado por uma sinceridade no mesmo mundo, onde a ciência é tão fundamental, e ao mesmo tempo, tão desconhecida.

Gostei muito da "parábola" do ladrão inocente (LI). Uma boa parábola e mitologia moderna.
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Gabriel VIeira 08/05/2016

McEwan é mestre e um dos meus autores favoritos no mundo. Solar é mais uma de suas obras-primas. Recomendo muito a leitura.
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Camila 07/12/2014

Um Ian McEwan mais engraçado
O mesmo estilo McEwan, de acontecimentos que mudam irremediavelmente a vida dos seus personagens, mas com cenas engraçadas totalmente atípicas em seus romances. Eu nunca tinha gargalhado lendo algum livro desse escritor, que é disparado um dos meus preferidos. Dessa vez, eu gargalhei. Várias vezes.
O personagem principal é detestável (o que me dificulta um pouco a leitura, mas por pura bobagem da minha parte), egocêntrico e egoísta, o que o torna patético e engraçado em vários momentos. A temática científica é explorada com primor pelo autor (o que ele sempre faz, em todos os seus livros). E o livro é muuuito bem escrito, acho que até mais que alguns anteriores, se é que isso é possível (como eu disse, ele é um dos meus preferidos, então eu tenho que rasgar seda).
Mas "Solar" não te prende como "Amor sem fim" (que pra mim, continua o melhor) ou "Reparação". De qualquer forma, a leitura é bastante recomendada!
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