Solar

Solar Ian McEwan


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Em Solar, Ian McEwan mobiliza sua reconhecida habilidade de contador de histórias para ligar o destino tragicômico do protagonista - um físico britânico internacionalmente consagrado mas decadente e debochado no momento da narrativa - ao futuro do planeta, numa prosa irônica e alusiva aos acontecimentos marcantes da última década.

O ano é 2000. A maré de más notícias sobre o clima e o aquecimento global inunda o noticiário. Impossível ignorar o destino trágico do planeta Terra, traçado pelos especialistas com funesto alarde. Michael Beard, cientista consagrado e prêmio Nobel de física, não parece nada preocupado. Seus interesses atuais se limitam a fantasias eróticas - concretizadas ou não -, bebida e mesa farta, de preferência repleta de guloseimas pouco recomendáveis para um homem de sua idade. Autoindulgente e cínico, Beard não se comove mais com as homenagens que lhe são periodicamente oferecidas, apesar de apreciar as quantias que costumam acompanhá-las.

Entrementes, o governo britânico, preocupado com as repercussões eleitorais do aquecimento global, resolve criar o Centro Nacional de Energia Renovável, e Beard é convenientemente convidado para sua presidência. Alheio, rodeado de pós-graduandos inexperientes e às voltas com um malfadado projeto de turbina eólica, o protagonista de Solar está obcecado pela traição de Patrice, sua quinta e jovem mulher. Apesar de ele mesmo lhe ter sido assiduamente infiel, não consegue compreender como pôde ser trocado por um pedreiro brutamontes e semianalfabeto. A fixação patológica em conseguir Patrice de volta e salvar o casamento o leva às maiores sandices, inclusive uma furtiva visita à residência do rival.

Em 2005, após um acidente ocasionar uma reviravolta em sua vida, Beard começa a colher os resultados de uma revolucionária pesquisa sobre o uso da luz solar para a obtenção de energia limpa e barata a partir da água. Segredos do passado, no entanto, insistem em ameaçar a prosperidade conquistada, tornando imperioso mantê-los submersos, a qualquer custo.

Numa narrativa marcada pela fina ironia em relação ao discurso ecologicamente correto, Ian McEwan converte o protagonista de Solar numa espécie de anti-herói picaresco, cuja trajetória marcada pela amoralidade e pela cupidez espelha com precisão a pusilanimidade da espécie humana frente ao desastre inexorável.

Ficção / Literatura Estrangeira

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Resenhas para Solar (19)

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genial!
on 21/6/12


Vão por mim: esse cara ainda ganhará o Nobel! A história é ótima, o texto é muitíssimo bem escrito, a edição é impecável [revisão incluída], o tema é atual, o livro é repleto de tiradas geniais e bem-humoradas... Enfim, leiam! Vale cada centavo! ... leia mais

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Justi
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05/10/2010 09:44:42
Jenifer
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29/07/2021 20:25:26

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