Thyeri 05/11/2011www.restaurantedamente.comDiferente de tudo o que já li. Ou será que é igual...? Parecido, então? Não, definitivamente, diferente.
Eu estava bastante ansioso para ler esse livro, depois que li A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, eu descobrir um mundo de autores brasileiros na literatura fantástica, e Raphael Draccon é um deles. Um autor que mistura numa história de fantasia, alguns clássicos dos contos de fadas, e temas da cultura pop... e a forma como ele mistura é que torna a obra única, diferente.
No começo eu estranhei MUITO a narrativa, pois o narrador conversa com o leitor, afinal ele é um contador de histórias, e como todo diálogo, a linha temporal da narrativa não é retilínea. Tenho que admitir que no começo eu quase queria matar o contador de histórias, com suas "intromissões" entre os diálogos dos personagens, sua fala indo e voltando no tempo, e que no início da história, parecia que eu estava lendo um livro bem infantil, cheguei ao ponto de pensar em desistir do livro (!!!!). Mas sabe aquela história que você está pensando em desistir, que você está vendo que não vai lhe acrescentar em nada, mas que você não consegue parar de ler? Bem, esse foi o caso, ou quase isso.
O "quase", é porque eu estava enganado com o "não vai me acrescentar nada", pois na verdade a narrativa traz muita reflexão, sobre a perda de entes queridos; sobre o bem e o mal e suas diferentes perspectivas; sobre nossas escolhas, e suas conseqüências; dentre outras coisas. E depois que me acostumei com a narrativa, e passei a gostar dela, e muito, não consegui parar de ler o livro.
Uma coisa que gostei muito no livro, é um conceito que eu sempre penso, que vi em algum lugar (não lembro se foi em outro livro, ou em um filme), e que o autor nos mostra na temática do livro: Uma história, que lemos ou ouvimos, ou vemos, é apenas um fragmento de um todo, ela, na verdade, começou antes e terminará depois de nós a lermos/vermos/ouvirmos. O que aconteceu com nossos queridos personagens dos contos de lemos quando éramos crianças? Suas histórias terminaram ali naquele 'felizes para sempre', ou eles tiveram novas alegrias, ou surgiram traumas dos eventos por eles vividos? Isso fica em nossa imaginação. E toma vida em Nova Ether...
Um livro muito bom, que lhe apresenta personagens que você acha que já conhecia, como Chapeuzinho Vermelho e João e Maria, e que vale muito a pena ser lido.