Resenhas - O Idiota

Wanderson.Pill 17/11/2024

Um retrato intenso da alma humana em meio à sociedade russa
Dostoiévski, mestre da psicologia e da análise social, nos presenteia com "O Idiota", uma obra que transcende o tempo e nos convida a uma profunda reflexão sobre a natureza humana. A história gira em torno de Príncipe Mishkin, um jovem de alma pura e ingênua que retorna à Rússia após um tratamento médico.

A ingenuidade como força e fraqueza

Mishkin, com sua crença na bondade inerente ao homem, contrasta com a sociedade russa da época, marcada pela hipocrisia, inveja e ambição. Sua tentativa de aplicar os ensinamentos de Cristo em um mundo corrompido o torna uma figura trágica e fascinante. A ingenuidade do príncipe, ao mesmo tempo em que o torna vulnerável, revela a hipocrisia daqueles ao seu redor.

Uma trama complexa e personagens inesquecíveis

O enredo é rico em nuances e reviravoltas, explorando temas como amor, paixão, loucura e a busca por significado. As personagens são complexas e multifacetadas, cada uma com suas próprias motivações e conflitos internos. Nastasya Filippovna, com sua beleza e sofrimento, e Rogozhin, com sua paixão obsessiva, são figuras memoráveis que complementam a jornada de Mishkin.

Um olhar crítico sobre a sociedade

"O Idiota" é mais do que um romance psicológico. É uma crítica social incisiva que explora as contradições da sociedade russa do século XIX. Dostoiévski, com maestria, denuncia a hipocrisia, a superficialidade e a falta de compaixão que permeiam as relações humanas.

Conclusão

"O Idiota" é uma obra-prima que continua a encantar e desafiar os leitores. A complexidade dos personagens, a profundidade da análise psicológica e a crítica social afiada fazem deste livro uma leitura essencial para quem busca compreender a natureza humana e os desafios da existência.

Pontos fortes:

* Análise psicológica profunda
* Personagens complexos e memoráveis
* Crítica social incisiva
* Relevância atemporal

Pontos a serem considerados:

* Linguagem densa e complexa
* Narração extensa e detalhada

Recomendação:

"O Idiota" é recomendado para leitores que apreciam a literatura clássica, romances psicológicos e análises profundas da condição humana. É uma obra que exige tempo e atenção, mas que recompensa o leitor com uma experiência literária inesquecível.

igsuehtam 14/11/2024

Quem é idiota?
Vale a pena ser bom? Talvez. Mas até o ponto de de fazer mal a si mesmo, a enlouquecer? Jamais!

O idiota é sobre isso. Uma lição para levar pra vida. Muito bom!

igsuehtam 14/11/2024

Quem é idiota?
Vale a pena ser bom? Talvez. Mas até o ponto de de fazer mal a si mesmo, a enlouquecer? Jamais!

O idiota é sobre isso. Uma lição para levar pra vida. Muito bom!

Tina 12/11/2024

A história de um cristo quixotesco
Confesso que esse livro me deixou um tanto quanto confusa. Aconteceu tanto em tantas páginas, com uma quantidade considerável de personagens (todos muito bem desenvolvidos, por sinal), mas quando cheguei ao final tudo se desenrolou de forma rápida e inesperada. Esse é Dostoiévski e com certeza essa sensação foi parte de seu intuito.

Em "O Idiota" acompanhamos a história de Míchkin, um jovem esquizofrênico que volta para a Rússia após anos de tratamento em uma clínica na Suíça. No trem a caminho de seu país natal, ele conhece Liébediev e Rogójin, personagens centrais nessa trama, com quem nosso protagonista estabelecerá relações de amizade. Em meio à conversa do trio, surge o nome de Nastácia Filíppovna, uma mulher belíssima, com quem Rogójin pretendia casar-se.

Nastácia Filippovna é personagem central nesta trama: uma mulher cativante que exerce poder e fascinação sobre o sexo oposto; e todos os acontecimentos do livro acabam levando a ela. Em meio a festas de aniversário, pedidos de casamento, dinheiro, passeios ao parque e conversas sobre o banco verde da praça é que a história vai se desenrolando e enrolando cada vez mais a mente do nosso protagonista Míchkin, homem de bom coração mas de muita ingenuidade.

Para a criação do personagem, Dostoiévski fez uma mescla de Dom Quixote com Jesus Cristo e inseriu muitas passagens de histórias russas nos capítulos, além de ter mencionado autores como Turguêniev e Gógol e acontecimentos na Europa ao longo dos séculos, inserindo contexto e compartilhando suas opiniões com o leitor. Por vezes, os diálogos são maçantes e ele se torna um tanto quanto prolixo em suas falas, com muitas reflexões que às vezes tiram nosso foco da história. Tirando essas partes, a leitura flui e nem vemos as páginas desse calhamaço passarem. Mas há que ter persistência e entender que Dostoiévski gosta de criar muitos personagens, todos extremamente complexos e únicos. Por isso, não desista! O final irá te surpreender.

Não indico como uma primeira leitura das obras do autor, já que a trama é bem complexa. Mas quem já conhece o Dostô pode e deve deleitar-se!

Peter... 02/11/2024

O peso de uma sina
Este livro conta a história do príncipe Michkin, que acaba de chegar na Rússia, após um longo tratamento na Suíça, de uma doença mental desconhecida, caracterizada por confusão mental e convulsões. A partir daí o livro parece um novelão, nosso protagonista se envolve com várias pessoas, passa a amar e o amor o confunde, ele é cheio de credulidade e ingenuidade. Várias cenas marcantes, principalmente as da matrona Lizavieta, digna de um filme, com diálogos ácidose cheios de ironia. Muito humor e crítica social também, da Rússia do século XIX. O livro vai num crescendo, até um final totalmente diferente do contexto da narrativa, com um toque de suspense e desolação. Muito bem construído, linguagem fluida e um romance que nos faz pensar na sordidez da natureza humana.

Jenny113 01/11/2024

Meu primeiro clássico da literatura russa demorei um tempo considerável pra terminar a leitura, achei meio confuso, mas talvez seja por conta da tradução do livro...eu espero. Enfim, não tenho certeza se leria outro livro assim, mas valeu a experiência.

Mateusmesquita1 25/10/2024

Creio que o idiota que o título faz menção seja eu, que fui ler na espectativa de encontrar algo do mesmo nível dos irmãos Karamazov. Não que o livro seja ruim, ele na real é muito bom; só tinha grandes expectativas

Marcelo.Pedroni 22/10/2024

Uma grande obra, marcante e intrigante.
Que privilégio poder ler as obras de Dostoiévski! Uma grande obra, com todos os elementos que lhe são característicos, várias digressões, reflexões inusitadas e profundas, personagens intrigantes e complexos e um cenário da Rússia do século 19 carregada de valores culturais e comportamentais tão caros à época.
Todos estes elementos contribuem para uma caracterização e imersão completa na história de nosso herói (mais uma história com este tipo de protagonista). Mas, neste caso o nosso herói é um 'Idiota', um rapaz epilético (tal qual o próprio autor) que recebeu educação formal tardia e não obstante, nunca fora inserido na sociedade propriamente.
Acompanhamos sua jornada em busca de seu lugar na sociedade e em busca de um amor. Tal jornada se assemelha muito com a jornada do herói mesmo, mas com um final um pouco mais surpreendente e não tão feliz.
O autor provoca o leitor a refletir sobre o "preço" de se ter um bom coração, ou mesmo se é possível crer que exista alguém de fato genuíno em suas boas intenções, que seja desprovido de segundos interesses.
Em várias situações me peguei duvidando da índole do protagonista, achando que a qualquer momento revelaria-se um crápula manipulador, um "idiota" muito mais astuto do que todos poderiam prever.
Mas não, realmente nosso herói é essa personagem e paga um preço um tanto alto por ser assim.
Em resumo, é uma obra extensa, por vezes prolixa, mas que definitivamente vale e muito a pena de ser lida.
Pode não ser uma boa primeira leitura para entrar nas obras do autor, mas definitivamente é uma obra acessível, só é necessário um pouco de paciência e insistência, pois a história compensa!

Raul.Vicente 15/10/2024

Minha experiência lendo essa bagaça aí
Como eu sou alguém que criou vontade de ler faz pouco tempo, essa não foi a melhor escolha par começar, dado que essa edição aí tem umas 950 páginas e a leitura do livro não é uma leitura simples porque tem um monte de personagem e a relação entre eles vai ficando cada vez mais complexa e profunda.
A primeira vez que eu tentei ler esse livro eu cheguei até a página 100 mais ou menos e depois parei de ler por alguns motivos, aí depois de um bom tempo quando resolvi voltar a ler eu já não lembrava de mais nada e como a história havia se desenrolado até chegar ali, então eu tive que recomeçar do zero. Aí desde essa vez que eu recomecei do zero eu cheguei a ficar uns tempos sem ler, mas nunca suficientemente pra não lembrar de mais nada do que eu tinha lido.
Eu sinto que eu teria absorvido bem mais do livro se eu lesse ele consistentemente e já tivesse uma certa bagagem de leitura, porque começar a ler por esse livro não é muito bom e creio eu que seja muito fácil de desistir. Até poderia dizer que eu senti que algumas partes foram meio desnecessárias, mas como no final de todas elas havia um certo tipo de reflexão não posso dizer isso. Alguns exemplos foram o capítulo que o Ippolit pretende se matar na frente de todos numa festa de aniversário na casa do príncipe (se eu não me engano) porque já não tem muito tempo de vida pois contraiu pneumonia aí ele "esquece" de carregar a arma e não consegue cumprir seu plano, por mais que este acontecimento não altere o rumo da história o autor faz algumas reflexões a respeito desses papos aí. Outro exemplo é um capítulo cujo o qual eu não vou me lembrar agora mas envolvia uma discussão do príncipe com alguém falando sobre pessoas que são mais "ligadas" na vida do que outras, não lembro as palavras utilizadas ao certo, mas parecia muito que o autor estava tentando dizer que haviam pessoas meio "NPC" na sociedade, que sempre andam com a maioria e que não pensam por si mesmas, eu interpretei desta maneira, o que tornou esse capítulo um dos meus favoritos do livro todo, foi muito absurdo pensar que desde essa época o autor estaria dizendo que há pessoas que agem dessa forma meio que "sem pensar", que também é um tema muito recente. Outro capítulo que eu gostei muito é um que o príncipe combina com a Aglaia de se encontrar em um banco num parque de manhã para conversar, o capítulo é basicamente os dois conversando sobre a vida, mas por algum motivo eu achei isso muito interessante e foi um dos capítulos mais divertidos pra mim.
Sobre o final do livro, eu acho que o livro nos quis passar a mensagem de que uma pessoa boa e pura (como o príncipe Michkin) não consegue viver em sociedade, pois para se viver em sociedade é necessário tal malícia que só se consegue vivendo a vida, coisa que o príncipe claramente não tinha e não adquiriu durante todo o livro. O final me deixou meio chateado, pra ser sincero, foi bem trágico. O Rogójin mata a Nastássia e o príncipe tem um ataque de loucura e não se recupera mais e volta para a clínica de onde ele saiu para começar a história do livro, passando a mensagem de que as pessoas puras de coração não conseguem viver na sociedade russa da época.
Outra coisa legal que eu pensei foi considerar o contexto em que o livro foi escrito, na época, o autor estava sofrendo com falta de dinheiro, estava doente e havia acabado de perder sua filha recém-nascida, além de ter um vício em jogos e gastar todo o dinheiro que ganhava com isso. Imagina que absurdo a cabeça do cara durante esse período. Este livro fora publicado em formato de folhetim em uma revista da época, e só sua primeira parte, o resto do livro foi publicado um ano depois só, muito louco isso aí.
A experiência lendo o livro num geral foi muito bacana, mas eu sinto que eu teria absorvido mais do livro se eu já tivesse uma bagagem boa de leitura, mas de qualquer forma me despertou uma vontade de procurar outros livros do autor, como Crime e Castigo ou Os Demônios.

Dadá 05/10/2024

Finalmente terminei.

Personagens complexos, personalidades tão diferentes e tão bem construídas..por issi é um clássico.

Existe diferença entre ser bondoso e idiota? michikin era bondoso, mas as pessoas não estão preparadas para pessoas assim e então ele acabou se transformando em idiota.

Tem toda uma gama de personagens bondosos e gentis mostrando q da p ser gentil e não trouxa..michikin era trouxa, mas tb o cara vivia isolado e cai naquele universo de poder, pessoas importantes, oportunistas...

Amei a leitura. Demorou, mas foi muito bom.

Lage 02/10/2024

O idiota
Que livro sensacional, humano , a leitura flui , você nem se incomoda com a quantidade de páginas. O final era óbvio ,mas dostoievski trabalha de forma tão precisa , que faz com que seja marcante ,mesmo assim.

Ippolit,meu querido, meu personagem favorito, um personagem complexo e cheio de camadas.nastassia conseguiu me tirar do sério, liebevied um caro ,assim como o general ivolguin

Marcia 13/09/2024

Minhas impressões sobre o livro
Que leitura incrível! Uma história envolvente, com muito a refletir sobre preconceito, crítica costumes fúteis da sociedade, amizade, intrigas e empatia.
Com esse livro estaremos em São Petersburgo e conheceremos o príncipe Michkin que esta retornando da Suíça apos anos em tratamento médico.
Ele tem o titulo de príncipe mas só o título pois sua família ja se desfez. Ele é im jovem muito simples e sofre de epilepsia. Com o tratamento a doença esta controlada porem sua vida financeira está ruim. Ele encontra parentes distantes, encontra conhecidos de seu pai e também faz algumas amizades. Aos poucos e com certa dificuldade ele vai se ajeitando. Michkin é uma pessoa boa, muito inocente e muitos o considera um idiota.
Idiota no livro tbm foi usado pelo escritor para designar a sua doença.
Michkin vai se envolver em um triângulo amoroso e por muita emoções ele vai passar.
Livro incrivel e recomendo a todos.
Valeu!!!

Sinopse: Ao retornar a São Petersburgo após um tratamento médico, Míchkin envolve-se em triângulos amorosos da alta sociedade, centrados na disputa pela atenção de Nastássia Filíppovna, uma beldade multifacetada, muitas vezes interpretada como louca pelos homens que a cortejam

molivvv 04/09/2024

?E muito fácil viver fazendo-se de tonto. Se o tivesse sabido antes, ter-me-ia declarado idiota desde a minha juventude, e poderia ser que, por esta altura, até fosse mais inteligente. Porém, quis ter engenho demasiado depressa, e eis-me aqui agora, feito um imbecil.?


denso, filosófico, reflexivo e absurdo: dostoiévski vc é bizarro

Kiagimi 01/09/2024

Não tenho o que comentar
Foi o primeiro livro do dosto que eu li, muito difícil cara, ele é doido escreve sem vírgula e em letras tão miúdas que parece uma palavra de 3 linhas, mas tenho que admitir...

Leon é um idiota, na concepção russa, é claro, o amor dele é diferente(é o que eu entendi) e eu consigo entender isso, essa ideia de que eu quero estar com você pq sei que se eu estiver junto vc pode ser maior,melhor e mais bonito do que sozinha é incrível, isso de eu vejo o seu potencial e EU quero impulsionar isso, mesmo sendo uma ação extremamente egoísta continua sendo amor, eu te amo pelo o que você pode ser e eu entendo que eu não sou o melhor e muito menos o ideal mas você merece mais e eu vou te dar isso não importa como.

E do outro lado temos o Rogojime(não lembro como escreve) é um russo nato, te vejo mulher como o objeto mais caro dessa cidade, então pra mostrar meu poder eu lhe quero hehehe

Eu realmente não lembro o resto do plot faz quase um ano que eu li, mas é magnífico.

thebigstepprs 24/08/2024

Samos todos indiotas
Surpreendentemente tem um final imprevisivelmente muito previsível
A primeira impressão que temos dos personagens e o que esperamos deles é o que realmente são no final da trama, mas por causa do desenvolvimento nos desprendemos dessas impressões iniciais e acabamos idealizando um fim romântico para eles que nunca acontece, nem ao menos tinha chance de acontecer..