Têco 17/03/2010
Obra de Dostoiévski e das boas, retratos de uma obra típica.
Fabuloso! Fantástico! Estória muito bem contada, trama cativante aliado a enredo rico, significativo (da vida, sobre a vida, pessoas, famílias, sociedade, cultura, ódio, amor, ganÂncia, cobiça, poder, ego pessoal e pressão social... religião, críticas a igreja católica, círculo social e crítica a vida de aparÊncias sem base e profundidade de amizade... fofocas... ,humilhações, orgulho, vaidade, maturidade imatura(sem inocÊncia e verdade, ou sem centro) e fraquezas (mudanças, de comportamentos, externas, sem consolidações internas), bajulações, confiança, desconfiança, vícios (principalmente no álcool mas também relacionados a questões pessoais, características pessoais, falta de moralidade e preguiça), pedidos de dinheiro emprestado. Personagens fascinantes como o Mickin (bem elaborados a estória é bem elaborada, congruente, profunda, bem trabalhada, precisa de sentido).
Receitas de um grande livro e ainda com o encanto de se tornar um clássico e jamais ser esquecido por quem o lÊ excelentemente escrito e com riqueza de conteúdo e detalhes muito grande, com destaque ao aspecto psicológico dos personagens (que é INCRÍVEL) configurando uma grande obra com o encanto de marcante..a leitura é muito gostosa e cativante, pela qualidade e riqueza de detalhes apresentada, sobretudo no aspecto psicológico dos personagens, e a estória é muito bem contada.
É o terceiro livro de Dostoiévski que leio (Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazovi), e nele, assim como nos outros, trata também de desiquilíbrios (psíquicos) das pessoas, relacionando o álcool e a degradação moral e social. Também paixões desenfreadas aliadas a ansiedades. De outro lado uma busca por algo maior, ou apenas sua constatação, de algo divino. De um lado a sucumbência, de um lado o lado frágil e de outro a saída do religioso.
Muito boa a leitura, experiência indescritível.
Excelentemente escrito, inteligente, vivo, sagaz, seriam características dadas a obra, sua escrita e leitura.
É impressionante como é bem torneado o personagem do príncipe Mickin, o qual lido jamais esquecido. Há uma beleza no personagem, no tocante ao espírito, razão, emoções, anseios, algo bem humano e com uma beleza relacionada a ele, assim como em outros personagens, no tocante as mesmas emoções e anseios e o lado humano, frágil, mas vivo, encantador, imortal e terreno de imperfeições. Os vícios e agruras são muito bem relatados e com um lado mágico, de imperfeição, mas com algo de superações e humano, com um bem e um carne e osso por trás das ações e relações, um imortal e um carne e osso, levando nessa obra ainda a se pensar na singularidade de cada indivíduo, a aceitação de que coisas são besteiras frente a discriminação e preconceito, se considerado também um lado singular, e de que a vida passa, e o que nos resta é o mistério dela assim como nossas angustias e fragilidades, torneados, rodeados, surpreendidos, mexidos, duvidosos mas tocados, por nossa transcendentalidade.
Realmente um romance típico de Dostoiévski, que escrito no século XIX continua atual.