Thaisa 20/12/2022
Luke Fitzwilliam, um antigo policial, viaja para a Inglaterra para rever um amigo. Durante a viagem de trem, ele se senta em uma cabine junto de uma velhinha muito simpática, a Srta. Pinkerton. Conversando amenidades, ela acaba contando para Luke sobre o pequeno vilarejo onde vive, mortes estranhas de vários habitantes e um grande segredo: ela está a caminho da Scotland Yard, pois apenas ela sabe quem é o grande assassino.
Depois de se despedirem e seguirem caminhos diferentes, Luke ignora o que ouviu, acreditando ser senilidade. Porém, após alguns dias, ele lê no jornal que Pinkerton foi atropelada e morreu antes de chegar na Scotland Yard - o que faz com que ele finalmente acredite nela, achando que ela foi assassinada por saber da verdade.
Com a ajuda de seu amigo, Luke consegue um lugar para se hospedar na cidadezinha da Srta. Pinkerton, conhecendo os habitantes, investigando as mortes que aconteceram e tentando, de todas as formas, desvendar quem é esse cruel serial killer e descobrir suas reais motivações...
As obras de Agatha Christie geralmente são bem fluidas e instigantes, resultando em leituras mais rápidas e colocando o leitor no lugar de detetive, onde todos os personagens são suspeitos e nós precisamos conectar todas as informações que encontramos.
No caso de "É Fácil Matar", a premissa de um ex-policial ouvir uma fofoca e aí resolver expôr o assassino é bem interessante, mas a história não me conquistou no começo, tanto por ter personagens bem genéricos quanto por trazer um amor à primeira vista que eu simplesmente não comprei e nem torci pelo casal. Mas conforme a trama foi avançando, eu me vi presa na questão da investigação em si, de como Luke finge estar nessa vila para escrever sobre costumes locais, a forma com que ele aborda os personagens para saber mais sobre eles, a maneira com que ele anota os suspeitos e a conexão de cada um com as vítimas... Só que o que mais me impressionou foi a genialidade de Christie que, mais uma vez, me fez de trouxa!
Agatha conduz o leitor em uma certa direção e você crava que é o assassino! E então, logo depois, ela te dá um tapa na cara que te deixa atordoado!
Quando uma grande reviravolta ocorre, eu jamais imaginaria o que a autora tinha em mente e foi extremamente surpreendente. Eu nunca pensei que quem estava por trás de tudo seria determinada pessoa - e a construção de personagem aqui foi brilhante. Eu ouso dizer que, após quase 40 obras lidas da Dama do Crime, eu encontrei nesse livro o meu vilão favorito: alguém que tem um arco de desenvolvimento muito bom, que é genial em toda a sua maldade e que, de fato, é cruel ao extremo.
Mais uma vez, a Rainha do Crime mostra o porquê de ter recebido esse título!
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