Maria 22/04/2021
Quando a inocência se depara com a injustiça
A obra da estadunidense, ganhadora do Prémio Pulitzer de Ficção, Harper Lee é ambientada em 1930 na cidade fictícia de Maycomb, localizada no Alabama, num contexto pós-escravagista que ainda carrega fortes heranças desse período.
A história torna-se ainda mais singela por ser narrada por Scout, uma menininha de 6 anos de idade que mistura um tom de inocência natural da infância com a descoberta de temas extremamente densos como abuso sexual, racismo e injustiça.
Nesse contexto, é relevante salientar que “To Kill a Mockinbird”, o título original, tem um significado de destruição da inocência e, ao longo da narrativa, personagens que rodeiam Scout são identificados como “mockingbirds” inocentes que foram machucados ou destruídos pelo contato com o mal.
Por sua vez, Atticus, o pai de Scout, é um personagem que chama a atenção desde as primeiras aparições pela sua forma de encarar a vida, de criar os filhos e de tratar todos com gentileza.
Características que ganham ainda mais notoriedade do meio para o final da história, quando Atticus advoga em prol da inocência de Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca.
Inclusive, a relação de Atticus com sua família é tão bonita que com o tempo passamos a entender o porquê de Scout ser uma criança tão inteligente, atenta e questionadora.
O livro traz ainda outros mistérios, tende a deixar o leitor com algumas interrogações na cabeça, deixando até mesmo o futuro de alguns personagens em aberto.
Entretanto, ao final da leitura, as questões mais preponderantes na minha mente e na de boa parte das pessoas que participaram da discussão foram: por que até hoje temos uma “justiça” tão desigual? O que mudou de lá pra cá?
E acredito que esse fato é o que torna essa obra tão indispensável e relevante até os tempos atuais.
“Só existe um tipo de gente: gente.”
E você, já leu ou tem vontade de ler O Sol é Para Todos? O que achou?
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