Guilherme Ramos 05/08/2024
Lindo título, linda capa, mas, raso em enredo
Eu quis muito, por muito tempo ler esse livro pela propaganda forte que ele tem no meio espiritista, sobre abordar um tema tão delicado que é a síndrome do pânico, o início desse livro pega forte, um enredo contagiante, as vidas de todos os personagens bem distribuídas, porém da metade do livro a diante, começa a entrar muitos, muitos personagens e fica tudo muito raso e bagunçado, ao mesmo tempo que a autora insiste em riqueza de detalhes desnecessários como várias gírias e dialetos e uma chuva de propaganda de autores e artistas variados, o que deixa a leitura ainda mais lenta, quebrando realmente o pico de interesse de prosseguir...
Aborda de forma constante porém rasa sobre a síndrome do pânico. Vitor (o rapaz que tem a síndrome) chega de fato a ser um personagem chato, de tantas crises constantes, repetitivas, porém mesmo assim, ele fica totalmente desfocado na história, voltando a ter forças na narrativa apenas no final. Eu tenho empatia e entendo que talvez o papel desse personagem seja demonstrar o quão massante essa síndrome pode ser para a pessoa e familiares, no entanto, ficou faltando algo, alguma emoção real talvez.
Por fim o livro aborda outros temas como abandono paterno, alzeheimer e aborto, mas, isso tudo misturado começa a desforcar sobre o tema central e então a história começa a voar, como se o livro precisasse acabar e é bem assim o fim, rápido, sem muitas emoções ou algumas explicações extras. Não consegui sequer retirar uma frase de destaque - uma única que por fim me chamou a atenção, no fim das contas era mais um trecho de um livro de Allan Kardec, nem sequer da autoria da escritora... Já li outros da Lygia Barbiére muito bons, mas, esse certamente não está entre eles.