Leonardo.S 30/07/2023
Um Encanto!
Quando eu estava na metade do livro já tinha o considerado um de meus favoritos. Comecei a ler despretensiosamente, e então fui pego de surpresa, pela sabedoria ingênua dos Buendía. A forma como são e pensam, o peso das crenças que se tornam reais, simbolizam muito bem essa coisa de Realismo Mágico. Acima de tudo é um livro sobre relacionamento, sobre desamores e medos, sobre paixões bem vividas e proibidas tudo com uma boa dose de sexo, desventuras e mortes.
Talvez por ser um livro icônico latino, consegue uma aproximação muito forte com os leitores daqui, me lembrou até Ariano Suassuna. Semelhante também às fortes características encontradas também em Sopa de Lágrimas de Gilbert Hernandez, onde não há apenas 1 personagem principal, mas as pessoas se complementam como uma grande engrenagem. Além de ser uma crítica social forte de García Márquez sobre vários eventos que vivenciou e viu durante anos, o título Cem Anos de Solidão, representa muito bem a essência da história. Há os que morrem aos 150 anos e outros que aos 14, a solidão retratada não insinua apenas a solidão de quem ficou sozinho de corpo, mas principalmente de alma. Calejados e aprisionados por suas mentes, presos a dogmas impostos por eles mesmos, não conseguem se libertar dos grilhões do destino que pouco atende aquilo que cada um sonha pra si. São vidas entrelaçadas que não se desatam.
O ritmo da narrativa me agradou muito, logo eu que adorei a característica da escrita de Sidney Sheldon, porém a diferença é que García Márquez é muito mais poético, dramático e sentimental. É muito difícil descrever o que é o livro Cem Anos de Solidão, a recomendação é de que você leia, e perceba não apenas a qualidade da obra, mas também do escritor. Com um final sutilmente surpreendente.