regifreitas 17/01/2023
CEM ANOS DE SOLIDÃO (Cien años de soledad, 1967), de Gabriel García Márquez; tradução Eric Nepomuceno.
Há anos este romance estava nos meus planos de releitura. Mas o primeiro impacto havia sido tão grande, que sempre tive receio em retornar a ele, e descobrir que a obra não tinha o mesmo brilho da primeira vez, de 2001. Felizmente não foi o que aconteceu!
Não se trata de um livro fácil de resumir. Basicamente ele conta a história, durante um período de cem anos, da família Buendía e da cidade fictícia de Macondo. A principal dificuldade de leitura, apontada por muitos, é a repetição dos nomes dos personagens ao longo das gerações. Os Aurelianos, José Arcádios e Úrsulas vão se alternando de pai para filho, para neto, para bisneto, numa repetição que realmente pode desconcertar o leitor mais desatento. Por conta disso, muitas edições - como esta minha, comemorativa dos 50 anos da publicação original - trazem uma árvore genealógica para auxiliar na hora da leitura. Mas não se deixem assustar por conta disso. Embora exija um pouco mais de atenção, é um livro muito tranquilo e fácil de ler, com uma linguagem bem próxima da coloquial.
Publicada em 1967, esta não foi a obra inaugural do que se convencionou chamar "realismo mágico", mas ela foi um dos principais títulos que abriram os olhos do mundo para essa possibilidade de contar histórias. Além de firmar o nome de García Márquez como um dos principais escritores do século XX, ratificado definitivamente com sua escolha para o Nobel de Literatura em 1983.
Quando do lançamento, Gabo acreditava que CEM ANOS DE SOLIDÃO não venderia mais do que alguns milhares de exemplares. Em dados de 2019, o livro já tinha ultrapassado a tiragem de 50 milhões de exemplares comercializados, em traduções para mais de 46 idiomas. A obra é considerada pela crítica especializada a segunda maior em língua hispânica de todos os tempos, só ficando atrás do DOM QUIXOTE, de Cervantes.
É realmente um livro maravilhoso! Fui relendo e degustando cada passagem, a construção de cada personagem, os acontecimentos inusitados, muitos deles repletos de poesia e simbolismo.
Sem medo de exagerar, está entre as maiores leituras de uma vida!