Hênio 17/09/2024
Perdido na Macondo: Um Século de Solidão (e um Pouco Mais)
"Cem Anos de Solidão" é um daqueles livros que, mesmo não me pegando da forma esperada, me fez respeitar profundamente a obra de Gabriel García Márquez. Eu já havia lido "O Amor nos Tempos do Cólera", que, para ser sincero, não me envolveu como imaginei que aconteceria, e confesso que comecei "Cem Anos de Solidão" com uma certa resistência. No entanto, conforme avançava pelas gerações da família Buendía, fui me sentindo um pouco mais conectado com a história. A mistura de realismo mágico e os dramas familiares, embora impressionantes, não me envolveram de forma profunda, mas, ao contrário da minha experiência anterior com García Márquez, aqui encontrei momentos em que consegui me perder na narrativa.
A importância de Márquez na literatura mundial é indiscutível, e "Cem Anos de Solidão" é um marco, com seu estilo único e o retrato da América Latina que ele cria com maestria. Não há como negar a grandiosidade de sua escrita, a capacidade de transformar o comum em algo extraordinário e o simbolismo profundo que permeia cada página. Mesmo assim, a conexão emocional, que eu busco em livros desse porte, faltou para mim. Senti que observava os acontecimentos de longe, sem realmente mergulhar nas emoções dos personagens.
Entendo que para muitos leitores essa obra é praticamente sagrada, e por isso peço desculpas aos fãs mais fervorosos. Reconheço a genialidade de Márquez e sua importância literária, mas, infelizmente, "Cem Anos de Solidão" não me pegou da maneira que eu esperava, embora tenha sido uma experiência mais rica do que "O Amor nos Tempos do Cólera". Talvez seja apenas uma questão de afinidade pessoal, mas não posso deixar de expressar minha impressão sincera.