Alícia 25/06/2022
A obra-prima de Márquez
Esse livro é, de fato, a melhor obra de Gabriel García Márquez. A história se desenvolve com uma fluidez impressionante, levando em conta que não há diálogos constantes e, quando eles estão presentes, contêm somente três ou quatro falas. Porém, isto não atrapalha de maneira alguma a leitura e apenas acrescenta o ar (pretendido pelo próprio autor) de que se está lendo uma grande história, daquelas que nossas avós contam e que remetem a épocas gloriosas e, por vezes, fantasiosas.
Todos os Buendía possuem traços extremanente humanos, impossibilitando a classificação, típica do lugar-comum, entre pessoa boa ou má. Inveja, traição, raiva e antipatia são sentimentos humanos e, portanto, as personagens em muitos momentos extrapolam o que pensam despojando estes sentimentos entre si.
A solidão é sentida em cada personagem. Mesmo nos momentos em que a casa estava cheia de visitas, com festa e comemoração, era visível o sentimento de deslocamento de todos. Quando a festa acabava e a família voltava ao cotidiano, o universo individual e despreocupado com o seu redor se tornava regra novamente entre todos.
É um livro um pouco complicado de ler, devido à forma como é escrito, mas é uma obra fantástica, um conto familiar que, apesar de todos os desdobramentos trágicos, traz certo aconchego ao coração e deixa uma vontade de ler mais sobre Macondo, os Buendía e o realismo fantástico de Márquez.